Viagens de canadenses para os EUA diminuem após ameaças de Trump
Presidente dos EUA ameaçou impor tarifas ao país vizinho, o que desencadeou um boicote por viagens

Após Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciar que iria impor tarifas ao Canadá, o então primeiro-ministro, Justin Trudeau, incentivou os canadenses a mudarem seus planos de férias para explorar destinos dentro do próprio país. A princípio, o boicote tem funcionado, conforme reportagem do Wall Street Journal.
Dados da Statistics Canada apontaram que o número de viagens de canadenses para os EUA por via aérea caiu 13% em fevereiro - na comparação com o mesmo período de 2024.
Os canadenses, no entanto, são o maior grupo de visitantes internacionais dos Estados Unidos, o que pode desestabilizar economias locais. Em 2024, os visitantes advindos do Canadá fizeram cerca de 20,2 milhões de visitas aos Estados Unidos. Apenas uma redução de 10% no turismo canadense poderia significar US$ 2 bilhões em perdas e a eliminação de 14 mil empregos, de acordo com a U.S. Travel Association.
Viagens aéreas
As companhias aéreas canadenses reduziram em média 6,1% da capacidade de assentos para os EUA em abril, maio e junho, em comparação com seus cronogramas de 31 de janeiro, segundo a empresa de análises aeronáuticas Cirium.
A companhia aérea WestJet, de Calgary, afirmou ter observado uma mudança nas reservas, com mais viajantes canadenses optando por destinos ensolarados como México e Caribe em vez dos EUA. A Flair Airlines, de Edmonton, interromperá seus voos de Vancouver, Edmonton e Calgary para Phoenix no próximo mês e não retomará sua rota sazonal de Toronto para Nashville neste ano.
As chegadas de canadenses a Las Vegas em fevereiro caíram 9,4% em relação ao ano anterior, de acordo com dados federais de transporte aéreo. Em Newark e nos aeroportos de Nova York, a queda foi de 11%. No entanto, o declínio não foi uniforme: as chegadas a Phoenix aumentaram 15% na comparação anual.
Gastos de canadenses
A força do dólar americano, que reduz o poder de compra dos canadenses também pode estar influenciando essa mudança. Em Whitefish, Montana, cidade a apenas 96 quilômetros da fronteira com a Colúmbia Britânica, os gastos de canadenses caíram 14% em janeiro em comparação com o ano anterior, segundo Brian Schott, consultor de comunicação do Whitefish Convention & Visitors Bureau.
Os consumidores aderiram ao movimento "Buy Canadian" para alimentos e outros produtos de varejo. A decisão, que visa gastar menos nos EUA, também afeta viagens curtas.