Quem são os fãs da Disney e por que você é um deles?
Dez dias de imersão em Walt Disney World comprova força da magia Disney
ORLANDO – Depois de 10 dias de imersão no mundo Disney, participando de uma viagem para jornalistas latino-americanos em Walt Disney World, Orlando, Flórida, e assistindo pela primeira vez à convenção do fã-clube oficial da Disney, a Destination D23, organizada pelo Disney D23, já consigo ratificar algumas percepções que sempre carreguei sobre a marca e somar a elas algumas outras que aprendi nesses dias.
Ninguém conta histórias como a Disney, afirmou logo no início de sua apresentação o chairman da divisão de Parques, Experiências e Produtos da The Walt Disney Company, Josh D’Amaro. E a Disney vem contando histórias há 100 anos. O storytelling da Disney não apenas é renovado e reciclado, como nas últimas décadas agregou diversidade de conteúdos, com as aquisições da Pixar, LucasFilm, Marvel e Fox.
Essa variedade de conteúdo se reflete na variedade de públicos presentes nos parques, cinemas, lojas e na frente da TV ou do celular. Se antes, a viagem à Disney World se baseava nas memórias afetivas de nossa infância e na criação de memórias de nossas crianças, agora a esses trunfos se somam experiências diferentes e inesperadas. Pixar, Star Wars e Marvel levam um público novo para os parques e o mundo Disney e na convenção pudemos ver como esses públicos se encontram, conversam e tem diversas interseções. Diversidade é negócio. E a Disney tem apostado nisso por um mundo bem melhor, mas também por negócios bem melhores.
Todo esse conteúdo é ligado pela excelência em contar uma boa história, mas também pelas atrações nos parques, pelas séries e filmes, pelas referências às mais diversas gerações. Um fã de Star Wars pode sim chorar com o filme Up; um nerd fã da Marvel desde a época dos quadrinhos pode sim ser um viciado em montanhas-russas; uma jornalista de luxo idem; e um garoto de menos de dez anos pode escolher, para o Halloween, uma fantasia de um personagem criado décadas atrás. O crossover no mundo Disney é infinito e já dura 100 anos. E tudo isso precisa saber conviver em harmonia, seja no menu do Disney+, dentro de um parque temático ou no restaurante do hotel.
Nova velha liderança
Poucas empresas sobrevivem 100 anos com tamanha força, ainda mais no mundo do entretenimento. Para isso é preciso ter lideranças fortes para gerenciar todo esse conteúdo e tomar as decisões certas, como o líder atual, Bob Iger, de volta à companhia, está fazendo. O DNA precisa ser reforçado e por isso vamos ver muitas continuações de desenhos e filmes (Frozen, Zootopia, Toy Story), mais presença dessas franquias nos parques, mais histórias como as que conhecemos, mas com novas roupagens e personagens diversos. E mais aplausos dos fãs, que gritam e choram a qualquer menção de um HQ histórico da Marvel, ou uma canção especial do Clube do Mickey, um personagem coadjuvante querido... “Não sou só eu que amo esse filme ou personagem”, pensam os fãs nesses momentos.
O Halloween, que está presente nos parques da Disney em Orlando até o começo de novembro, simboliza bem o que é a Disney atualmente como empresa e criadora de conteúdo e como atrai um público fiel e diverso: a festa não tão assustadora mostra que o público-alvo é a família, mas que há espaço para os adultos também se divertirem e abraçarem suas franquias e vilões favoritos. É uma festa alegre, cheia de atividades, bem produzida e que encanta.
Mais duas obviedades que aparecem a cada dia que passamos por lá:
Ninguém faz um show como a Disney e ninguém encanta de forma tão mágica como a Disney.
E para que o encantamento seja completo, a história precisa ser vivenciada e ouvida nos quatro parques, nos eventos, no cinema, no streaming... ou seja, o mundo Disney vai te cercando e se você não olhar para o lado, passará muito tempo entre Mickeys e Lokis.
Business
Ninguém sabe ganhar dinheiro como a Disney. Mais uma verdade. E o Halloween uma vez mais é prova disso. O público é fiel e paga por qualidade e bom conteúdo. Os produtos a cada esquina, as comidas com apresentação única, as lembranças, as fotos... sempre te empurrando a querer mais.
E os projetos anunciados prometem uma nova década de renovação e confirmação. Renovação de conteúdo para se adaptar aos novos clientes (os guests) e confirmação da excelência em contar histórias e criar memórias.
Vamos sonhar ainda mais alto, garante D’Amaro, ao anunciar as novas atrações e áreas de seus parques, os novos navios da Disney Cruise Line e novas formas de explorar o imenso conteúdo Disney. Ficamos animados, mesmo sabendo que é apenas a pontinha do que ele está preparando.
Diversidade
Quem é o fã da Disney? Todos nós. Todos os fãs de Orlando e dos concorrentes da Disney. Todos os amantes do cinema, das boas histórias, dos vídeo-games, do esporte. Todos os gêneros, todas as classes sociais, todas as idades, todas as profissões. Todas as raças e nacionalidades.
A convenção Destination D23, organizada pelo fã-clube oficial da Disney, é a prova dessa diversidade. E do que move a Disney. Essa paixão dos fãs, dos espectadores, dos pais que querem reviver momentos com os filhos, dos filhos que querem aventura, ou dos que querem magia, ou dos que querem magia e aventura.
Uma senhora gorda vestida de Wanda, a Feiticeira Escarlate. Uma menina magra homenageia Han Solo. O menino escolhe a fantasia de um tubarão. O nerd se veste de Tron. O outro nerd de Loki. A namorada dele de Figment. A amiga e sua namorada de Capitão Gancho e seu ajudante atrapalhado. E assim princesas, vilões, coadjuvantes queridos e engraçados, personagens esquecidos, personagens icônicos, desenhos ou em carne e osso, na verdade a maioria hoje digitais, todo esse conteúdo espelhado em todos nós é devolvido pelos fãs nas mais diversas formas de expressão.
É preciso organização para dosar bem a exploração desse conteúdo (outra tarefa na volta de Bob Iger). É preciso falar com todas as nacionalidades dentro de um parque (e Aisha, a heroína de Wish – O Poder dos Desejos continua a lista de personagens diversos e inclusivos – gente como a gente, mas com a magia e genialidade Disney). É preciso ouvir os fãs. Interagir com eles. Satisfazê-los e, ao contrariá-los, surpreendê-los e conquistá-los por mais algumas décadas.
Os fãs da Disney pagam US$ 30 por uma orelha do Mickey, ou US$ 6 por um sorvete com o formato das orelhas mais famosas do planeta. Pagam US$ 500 por uma noite de hotel na Disney ou US$ 100 em um local mais longínquo. Pagam US$ 45 em uma camisa oficial ou a metade do preço ou nem isso na vendida no Walmart. Os fãs da Disney amam reconhecer e aplaudir e também ser reconhecidos e acariciados. Os fãs da Disney acham que sabem mais da Disney que os próprios colaboradores Disney e se orgulham disso.
São milhões. E ajudam o legado a se multiplicar e se perpetuar. Quer ser um fã oficial? Visita o site d23.com e veja se você se encaixa nessa categoria mais apaixonada ou se é um consumidor Disney eventual. Ou se não quer se aprofundar tanto. Gosta apenas da Marvel? É cria da Pixar? Nem sabia que Avatar agora é da Disney? Ou a National Geographic? Bom, nos cinemas ou nos parques, existe uma Disney que foi feita para você e são os fanáticos de bom coração como os da Disney D23 que estão lá fiscalizando e cobrando e celebrando em seu nome, mesmo que você não saiba disso.
Dez dias na Disney são uma verdadeira aula de serviço, atendimento, resiliência após uma pandemia, magia, encantamento, hotelaria, comunicação... Mundo perfeito? Longe disso. Mas um mundo único, todo feito pra você.