ONG Garupa incentiva Turismo Indígena com novo livro; apoie também
Garupa está celebrando 10 anos com livro que busca apoiar comunidades a organizar roteiros
A ONG Garupa celebrou seus 10 anos de atuação na noite desta terça-feira (24), em São Paulo. O evento foi marcado pela presença de indígenas da Terra Indígena Piaçaguera, em Peruíbe no litoral sul de São Paulo, e o lançamento do primeiro livro da Garupa chamado "Turismo Índigena: Modos de Fazer" (acesse aqui). Hoje (25), a ONG fará live em seu canal no Youtube para abordar o tema e o novo livro.
Com o objetivo de fortalecer o Turismo Responsável do Brasil desde a sua fundação, quando criou o primeiro portal de crowdfunding voltado para Turismo Responsável, em 2013, nos últimos anos a ONG Garupa tem atuado muito na estruturação de roteiros de turismo de base comunitária – destacadamente, em terras indígenas do Amazonas, Pará, Mato Grosso, Amapá e São Paulo, preparando-as para receber turistas. O novo livro, inclusive, conta com com "conteúdo inédito e busca consolidar esse trabalho de desenvolvimento de roteiros de turismo responsável", segundo Claudia Carmello, diretora de comunicação da Garupa.
"O livro serve para apoiar comunidades a dar passos seguros em como se apresentar para o mundo".
Camila Barra, uma das escritoras, junto a Ana Gabriela Fontoura e Thaissa Sobreiro
De acordo com Claudia Carmello, o livro "Turismo Índigena: Modos de Fazer" foi pensado para "ser um passo a passo bem visual e ilustrado para as comunidades indígenas desenvolverem roteiros turísticos". O aspecto visual busca incluir pessoas que não tem facilidade com a escrita, ou até com a língua portuguesa. Confira abaixo alguns dos tópicos contemplados pela novidade.
- Quais são os tipos de Turismo possíveis nas comunidades?
- O que mostrar aos turistas? O que não?
- Riscos e benefícios do Turismo
- Governança, ou seja, consenso entre os membros da comunidade em receber turistas
- Escolher passeios, como precificar, quanto cada um vai ganhar, quem vai hospedar
- Desenvolvimento de uma infraestrutura extra, caso preciso, como banheiros e cozinha
- Comercialização (quem são os atores do Turismo)
"No entanto, as principais inovações do livro são instruções para fazer um plano de visitação e a parte de comunicação. O plano de visitação é um documento que a Funai solicita sobre os detalhes da viagem para as comunidades indígenas e que é bem complexo e burocrático, inclusive a Garupa ajuda em sua formulação. E, por fim, a comunicação e estruturação do Turismo de base comunitária. Como contar? Como chamar o roteiro? Qual a identidade visual a ser utilizada?", explica Claudia.
A diretora também destaca o passo a passo para construir o Plano de Visitação, exigência de Instrução Normativa da Funai que regulamenta o Turismo em Terras Indígenas, o pequeno guia sobre Comunicação para o Turismo Indígena, e o capítulo que mostra roteiros que já estão em operação.
"No final das contas, Turismo consciente precisa de informação para ser consciente. Precisamos consolidar e dividir esse conhecimento".
Claudia Carmello, diretora de comunicacão da Garupa
Atuação da Garupa
Atualmente a Garupa, que tem como mantenedoras as empresas do Grupo Arbo de Arnaldo Franken, atua no apoio a comunidades e na propagação da causa do Turismo Responsável em três frentes:
- Divulgação de experiências sustentáveis brasileiras através do Guia Garupa do Brasil Autêntico;
- Consultorias para outras organizações ou empresas para desenvolver roteiros sustentáveis;
- Realização de Expedições Garupa, que são viagens experimentais em comunidades indígenas.
Guia Garupa
Além do livro recém-lançado, outro material importante da ONG é o Guia Garupa do Brasil Autêntico (acesse aqui), que inclui 40 roteiros e experiências já disponíveis para comercialização pelas operadoras e agências de viagens em todo o Brasil.
"Existem muitas iniciativas de diagnóstico, mas precisamos fazer essa viagem acontecer. Fizemos uma primeira viagem no Cariri, no Tocantins, com hospedagem na casa dos locais, dos próprios artesãos. E foi muita rica. Há uma troca de experiências muito valiosa. No primeiro dia, o café da manhã era pão, café e leite. No terceiro, os turistas já estavam fazendo suco de caju, algo que não fazia parte do cotidiano da comunidade", exemplificou Claudia.
"Muitos encaram Turismo apenas como paisagem, mas Turismo é gente. Entender como as pessoas vivem ali e conhecer novos modos de vida. Turismo responsável existe, é possível fazê-lo e acontece quando o turista melhora o lugar, ou não prejudica aquela comunidade".
Claudia Carmello, diretora de Comunicacão da Garupa
Papel das Agências e Operadoras
Questionada sobre como agências de viagens e operadoras podem ajudar o movimento do Turismo responsável, Thalita Tomazetti, gestora executiva da Garupa, foi objetiva:
"Primeiro, é buscar conhecer. Conectar, entender e querer trabalhar com isso e vivenciar esse propósito. Buscar formas de apoiar, o que é totalmente possívela partir da capacitação e da comercialização de passeios já existentes no nosso Guia Garupa".
Contatos
Para você, profissional do Turismo, que deseja conhecer mais sobre a ONG Garupa e seus esforços no desenvolvimento de Turismo responsável em comunidades indígenas do Brasil, contate a organização pelos contatos abaixo:
- E-mail: contato@garupa.org.br
- Site: garupa.org.br
- E-book: garupa.org.br/ebook
- Youtube: Garupa Turismo Sustentavel
- Instagram: garupa_ong
Confira abaixo mais fotos do lançamento do livro "Turismo Índigena: Modos de Fazer".