Travessa no Rio é reconhecida como ponto turístico LGBTI
O local também é considerado um símbolo de resistência do público LGBTI
O local é visto como símbolo de resistência para as gerações LGBTIs, principalmente representada por Loren Alesxander que, desde 1995, lidera o Movimento de Gays, Travestis e Transformistas do Rio de Janeiro. Após se mudar para a casa de sua mãe, Loren foi à farmácia com um short curto que costumava vestir no bairro da zona sul. Quando chegou no centro de comércio popular do bairro, foi alvo de garrafadas, xingamentos e outras agressões.
Cabeleireira e transformista, ela viveu e liderou o início da organização do movimento LGBTI em Madureira, que migrou de rua em rua conforme as agressões se acirravam. "Os bofes jogavam pedra, batiam e jogavam a gente no chafariz. Mas voltávamos ou nos agrupávamos em outros pontos do bairro. Quando o primeiro shopping foi construído em Madureira, chamavam a polícia para bater na gente", desabafa.
Durante essa procura por um lugar seguro para se encontrarem, conheceram a boate Papa Leone, na Travessa Almerinda Freitas, que se transformou em um ponto de resistência e celebração da diversidade quando a festa passou a não caber mais na pista de dança do estabelecimento.
Hoje, no lugar da antiga boate, está a Papa G, uma das mais antigas e conhecidas boates. Gradualmente, o movimento foi se consolidando e deu origem à Parada LGBT de Madureira, que ocorre no próximo domingo (1 de julho).
O coordenador da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio de Janeiro, Nélio Giogini, torce para que o status chame mais turistas para Madureira, bairro que já tem atrações como o Baile Charme, a Portela, o Império Serrano e o Mercadão.
Para complementar a programação do Dia do Orgulho LGBT no Rio de Janeiro, haverá a exibição de documentários sobre outras personalidades LGBT do Rio de Janeiro, no Museu do Amanhã. Os filmes Lorna Washington: Sobrevivendo a Supostas Perdas e Luana Muniz: Filha da Lua serão exibidos, com classificação indicativa de 16 anos.
*Fonte: Agência Brasil