Filip Calixto   |   28/01/2025 15:31

América Latina e Caribe avançam rumo à aviação mais sustentável

Boletim apresenta avanços, desafios e estratégias essenciais para compreender como essa região

Divulgação
Nos últimos dez anos, o tráfego aéreo na região cresceu 40%, enquanto as emissões aumentaram apenas 18%, devido à renovação das frotas, melhorias operacionais e maior eficiência energética
Nos últimos dez anos, o tráfego aéreo na região cresceu 40%, enquanto as emissões aumentaram apenas 18%, devido à renovação das frotas, melhorias operacionais e maior eficiência energética

A Alta (Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo) apresentou o relatório inédito “Rumo à Sustentabilidade na América Latina e no Caribe” no Dia Mundial da Redução de Emissões de Carbono, celebrado em 28 de janeiro. O documento destaca os progressos, os desafios e as estratégias que a região deve adotar para alcançar suas metas de sustentabilidade e se tornar referência em questões ambientais.

O relatório lembra que, desde 1970, o número de passageiros transportados na América Latina e no Caribe aumentou 18 vezes, passando de 18 milhões para mais de 324 milhões em 2023.

Esse crescimento supera a média global, que foi de 14 vezes. O setor aéreo desempenha um papel importante na conectividade e no desenvolvimento econômico da região, representando 3,6% do PIB e gerando 8,3 milhões de empregos diretos e indiretos, além de contribuir com 240 bilhões de dólares para a economia.

Nos últimos dez anos, o tráfego aéreo na região cresceu 40%, enquanto as emissões aumentaram apenas 18%, devido à renovação das frotas, melhorias operacionais e maior eficiência energética. Desde 2011, as companhias aéreas reduziram o consumo de combustível por passageiro-quilômetro em 28%, com investimentos em novas tecnologias e eficiência operacional. A idade média das frotas também foi reduzida em 18%, deixando as frotas latino-americanas 37% mais jovens que as da América do Norte e 22% mais modernas que as da Europa.

Os Combustíveis Sustentáveis de Aviação (SAF) são apontados como uma medida essencial para a redução das emissões de CO2, com potencial de até 80% de redução. No entanto, a região também precisa de outras iniciativas, como melhorias na gestão do tráfego aéreo, otimização de rotas e investimentos em infraestrutura sustentável. Essas ações já resultaram em uma redução nas emissões, com as companhias aéreas da região respondendo por apenas 4,8% do total global de emissões de CO2 entre 2013 e 2023.

Além disso, a aviação na América Latina está explorando tecnologias como hidrogênio verde, sistemas elétricos e híbridos, e mecanismos de mercado para compensar as emissões remanescentes. A região lidera iniciativas colaborativas que envolvem governos, empresas e comunidades na criação de um ambiente regulatório favorável ao uso de matérias-primas locais em combustíveis avançados.

Apesar de desafios como os custos elevados do SAF e a infraestrutura limitada, o setor aéreo da região tem mostrado que é possível crescer de forma sustentável e manter a conectividade acessível. A criação de fundos de investimento colaborativos e incentivos fiscais são essenciais para viabilizar esses avanços.

José Ricardo Botelho, CEO da Alta, ressaltou que o estudo, realizado com apoio da S&P Global Commodity Insight, fornece uma análise detalhada das particularidades da região e oferece uma base para alinhar objetivos e atrair investimentos. Ele também destacou a importância de uma abordagem integrada para enfrentar os desafios climáticos e criar um modelo de desenvolvimento sustentável no setor de aviação.

Com uma posição geográfica estratégica e recursos naturais abundantes, a América Latina tem o potencial de se tornar líder global em aviação sustentável. O relatório conclui que a colaboração entre governos, empresas e instituições internacionais será fundamental para transformar o setor e consolidar a região como um modelo de aviação sustentável.

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