Aeroportos contarão com clone virtual para otimizar operação
O diretor de consultoria da Sita, Carlos Kaduoka, citou as tecnologias que já estão sendo implementadas e o que deve surgir em alguns anos.
Segundo o especialista, as maiores intervenções tecnológicas nos aeroportos atualmente correspondem a identidade digital, ou seja, o uso da biometria e reconhecimento facial no lugar do documento para os processo de check-in, despacho de bagagem, imigração e embarque. “Essa parte já está acontecendo. Não a jornada completa, mas alguns elementos já estão sendo introduzidos. Em questão de três anos, conseguimos trazer essa experiência completa”, afirmou Kaduoka.
Com a aplicação dessa tecnologia, é esperado que o passageiro realize a jornada pelo aeroporto com menos atritos, diminuindo os contatos físicos e superando essas “barreiras” físicas com mais facilidade e autonomia, já que seriam completamente automatizadas. Assim, sendo desnecessária a interação com qualquer agente humano.
“Não é uma visão futurística, mas existem desafios.” De acordo com Kaduoka, um dos maiores obstáculos é a necessidade de uma tecnologia abrangente, que sirva para todo mundo. “É importante que pessoas que nunca viajaram de avião possam usar um totem de auto atendimento”, afirmou. O outro maior obstáculo seria a própria infraestrutura e falta de espaço, já que para a implementação de novas tecnologias, é preciso remanejar áreas do aeroporto, que não pode parar.
CLONE VIRTUAL
Já daqui a alguns anos, Kaduoka afirma que a principal tecnologia a ser implementada é o Digital Twin. A inovação é uma planta digital e virtual do aeroporto em que é possível fazer diversas escolhas operacionais. “Você tem a imagem do aeroporto, os dados de fluxo dos passageiros, onde está criando gargalos, os carros que estão chegando, os voos que estão atrasados e todos os impactos na operação. Então, com esses dados, é possível antecipar os problemas e ser proativo em sua resolução”, explicou.
Para o executivo, é importante que não sejamos mais reativos aos problemas. Com a ferramenta Digital Twin, também é possível testar cenários como a restrição de uma área e instalação de totens, e como isso afetaria a operação do aeroporto. Outras inovações citadas foram 5G, veículos autônomos (ônibus e drones), câmeras inteligentes (conseguem identificar tamanho de malas, por exemplo) e robôs que realizam trabalhos manuais, que para o especialista, é mais marketing do que um benefício operacional.
“Minha visão para o futuro é a utilização da inteligência artificial para criar um processo operacional, um aeroporto, com maior eficiência”, afirmou Kaduoka.