Iata prevê recuperação da aviação global para 2023
Entidade espera que o número de passageiros globais ultrapasse os números de 2019 em 2023
Hoje (14), a Iata realizou uma coletiva de imprensa para o Brasil com Peter Cerdá, VP regional da Iata para as Américas, e Dany Oliveira, diretor-geral da entidade no Brasil. Durante a conversa, os executivos fizeram projeções de recuperação para a aviação brasileira, reforço da necessidade de simplificação das restrições de viagens internacionais, principalmente aquelas impostas em resposta à variante ômicron, e analisou os principais problemas para a indústria atualmente.
Cerdá iniciou a conversa abordando a pandemia de covid-19 e seu impacto na aviação. "Vínhamos em uma crescente, mas só basta uma nova variante para retomar restrições e desacelerar a retomada da aviação. Ainda assim, esperamos que as aéreas reduzam suas perdas financeiras em 2022 e que governos retirem restrições colocadas devido a variante, priorizando restrições baseadas em dados reais de contaminação", afirmou.
Apesar do cuidado em abordar o futuro, Cerdá compartilhou o otimismo da Iata com a manutenção da "necessidade e desejo" de viajar das pessoas a partir da reabertura das fronteiras, citando como exemplo o México, que nunca fechou suas fronteiras e já apresenta números superiores a 2019. A Iata espera que o número de passageiros globais ultrapasse os números de 2019 em 2023, já que 52% foi recuperado este ano e a associação espera que 88% dos níveis de passageiros seja recuperado em 2022.
O VP regional da Iata para as Américas também citou os principais desafios da aviação global a serem endereçados nos próximos anos: evitar aumentos de taxas, impostos e preços de bilhetes; seguir melhores práticas globais na proteção do consumidor; e incentivar o desenvolvimento de uma aviação com políticas de combustíveis sustentáveis (SAF).
Na sequência, Dany Oliveira, diretor-geral da Iata no Brasil, abordou o panorama da aviação no País, que apresentou queda de 49% na demanda doméstica e de 71% na internacional em 2020. A recuperação da demanda total no Brasil, inclusive, depende da retomada do internacional e sua conectividade aérea, ou seja, a recuperação dos níveis de 2019, só acontecerá em 2023 com a prevista retomada do internacional.
A associação confirma que o Brasil vai atingir níveis pré-pandemia do mercado doméstico já no início de 2022. No entanto, o mercado internacional mostra uma longa recuperação pela frente com aumento de 166% na demanda de passageiro em outubro deste ano comparado ao mesmo mês de 2020, mas ainda 67% abaixo dos níveis pré-pandemia, em outubro de 2019.
Além disso, a conectividade aérea internacional do Brasil está em baixa, só ganhando da Argentina na América do Sul, assim dependendo da colaboração e harmonização entre governo e indústria com simplificação de regras para retomar a conectividade, de acordo com Dany Oliveira. Atualmente, o Brasil já recuperou cerca de 90% da conectividade aérea doméstica comparada a 2019, mas apenas cerca de 50% da conectividade internacional foi recuperada.
Oliveira também abordou o futuro da aviação nacional, projetando crescer entre 4 e 5 vezes os números de 2019 nos próximos 20 anos, chegando a 476 milhões de passageiros, o que representa duas viagens per capita, número que grandes mercados já fazem, "mostrando nosso grande potencial", defendeu o executivo.
No entanto, o "Brasil não pode achar normal ser campeão mundial de judicialização e ter um dos maiores preços de combustível do mundo. Precisamos resolver problemas estruturais o mais breve possível. O Brasil precisa aproveitar a oportunidade única deste período de retomada para eliminar as âncoras que não nos deixam crescer como deveríamos", afirmou.
Visando abordar o assunto, Ricardo Bernardi, especialista em direito aeronáutico e consultor jurídico da Iata no Brasil, foi convidado para abordar as causas e soluções para esse excesso de judicialzação no País. Confira abaixo.
CAUSAS
SOLUÇÕES
Cerdá iniciou a conversa abordando a pandemia de covid-19 e seu impacto na aviação. "Vínhamos em uma crescente, mas só basta uma nova variante para retomar restrições e desacelerar a retomada da aviação. Ainda assim, esperamos que as aéreas reduzam suas perdas financeiras em 2022 e que governos retirem restrições colocadas devido a variante, priorizando restrições baseadas em dados reais de contaminação", afirmou.
Apesar do cuidado em abordar o futuro, Cerdá compartilhou o otimismo da Iata com a manutenção da "necessidade e desejo" de viajar das pessoas a partir da reabertura das fronteiras, citando como exemplo o México, que nunca fechou suas fronteiras e já apresenta números superiores a 2019. A Iata espera que o número de passageiros globais ultrapasse os números de 2019 em 2023, já que 52% foi recuperado este ano e a associação espera que 88% dos níveis de passageiros seja recuperado em 2022.
O VP regional da Iata para as Américas também citou os principais desafios da aviação global a serem endereçados nos próximos anos: evitar aumentos de taxas, impostos e preços de bilhetes; seguir melhores práticas globais na proteção do consumidor; e incentivar o desenvolvimento de uma aviação com políticas de combustíveis sustentáveis (SAF).
BRASIL
Na sequência, Dany Oliveira, diretor-geral da Iata no Brasil, abordou o panorama da aviação no País, que apresentou queda de 49% na demanda doméstica e de 71% na internacional em 2020. A recuperação da demanda total no Brasil, inclusive, depende da retomada do internacional e sua conectividade aérea, ou seja, a recuperação dos níveis de 2019, só acontecerá em 2023 com a prevista retomada do internacional.
A associação confirma que o Brasil vai atingir níveis pré-pandemia do mercado doméstico já no início de 2022. No entanto, o mercado internacional mostra uma longa recuperação pela frente com aumento de 166% na demanda de passageiro em outubro deste ano comparado ao mesmo mês de 2020, mas ainda 67% abaixo dos níveis pré-pandemia, em outubro de 2019.
Além disso, a conectividade aérea internacional do Brasil está em baixa, só ganhando da Argentina na América do Sul, assim dependendo da colaboração e harmonização entre governo e indústria com simplificação de regras para retomar a conectividade, de acordo com Dany Oliveira. Atualmente, o Brasil já recuperou cerca de 90% da conectividade aérea doméstica comparada a 2019, mas apenas cerca de 50% da conectividade internacional foi recuperada.
Oliveira também abordou o futuro da aviação nacional, projetando crescer entre 4 e 5 vezes os números de 2019 nos próximos 20 anos, chegando a 476 milhões de passageiros, o que representa duas viagens per capita, número que grandes mercados já fazem, "mostrando nosso grande potencial", defendeu o executivo.
No entanto, o "Brasil não pode achar normal ser campeão mundial de judicialização e ter um dos maiores preços de combustível do mundo. Precisamos resolver problemas estruturais o mais breve possível. O Brasil precisa aproveitar a oportunidade única deste período de retomada para eliminar as âncoras que não nos deixam crescer como deveríamos", afirmou.
PROBLEMAS DA AVIAÇÃO NACIONAL
Entre os principais problemas do Brasil, foram citados o preço do combustível, a desvalorização cambial e, em viagens internacionais, as complexas e diferentes regras sanitárias. Outro problema citado foi o excesso de judicialização, sendo que o Brasil também lidera em número de ações propostas contra companhias aéreas envolvendo principalmente atrasos e cancelamentos de voos.Visando abordar o assunto, Ricardo Bernardi, especialista em direito aeronáutico e consultor jurídico da Iata no Brasil, foi convidado para abordar as causas e soluções para esse excesso de judicialzação no País. Confira abaixo.
CAUSAS
- Negativa de vigência aos princípios e normas previstos nos tratados internacionais sobre responsabilidade civil do transportador aéreo (atualmente, a Convenção de Montreal);
- Concessão de indenizações por danos morais, com características pedagógicas ou punitivas e independente da efetiva demonstração do dano.
SOLUÇÕES
- Aplicação integral da Convenção de Montreal;
- Entendimento das causas de atrasos e cancelamentos de voo: o primado da segurança do voo;
- Reavaliação do conceito do dano moral – Lei 14.034/20;
- Combater atuação de empresas fomentadoras de litígios e não incentivá-las.