Nathalia Ribeiro   |   04/11/2021 13:05

Setembro tem recuperação moderada na demanda de passageiros

Levantamento da Iata é baseado nos relatórios entregues pelas aéreas e complementado por estimativas

Segundo o levantamento da Iata com base nos relatórios entregues pelas companhias aéreas e complementados por estimativas, incluindo o uso de dados do FlightRadar24, a recuperação das viagens aéreas foi moderada em setembro em relação ao desempenho de agosto, resultado da recuperação das viagens domésticas, em particular na China, onde foram suspensas algumas restrições de viagens que haviam sido estabelecidas com os surtos de covid-19 em agosto. Por outro lado, a demanda internacional caiu ligeiramente em relação ao mês anterior.

Segundo dados da Iata, a recuperação de viagens aéreas foi moderada em setembro de 2021 em relação agosto
Segundo dados da Iata, a recuperação de viagens aéreas foi moderada em setembro de 2021 em relação agosto
Lembrando que as comparações entre os resultados mensais de 2021 e 2020 estão distorcidas devido ao impacto da pandemia do coronavírus, por isso, todas as comparações abaixo são relacionadas a setembro de 2019, que seguiu um padrão de demanda normal.

A demanda total por viagens aéreas (medida em passageiro pagante-quilômetro ou RPKs) caiu 53,4% em setembro de 2021 em relação a setembro de 2019. Esse resultado representa um aumento em relação a agosto, que registrou queda de 56,0% em relação aos níveis de agosto de 2019.

Os mercados domésticos tiveram queda de 24,3% em comparação com setembro de 2019, uma melhoria significativa em relação a agosto de 2021, quando o tráfego caiu 32,6% versus agosto de 2019. Todos os mercados apresentaram resultados melhores, com exceção do Japão e da Rússia, embora a Rússia continue com crescimento sólido em relação a 2019.

O tráfego doméstico do Brasil, por exemplo, manteve sua recuperação gradual no mês de setembro em meio ao avanço da vacinação. O tráfego caiu 17,3% em relação a setembro de 2019, mas esse resultado representa uma melhoria em relação à queda de 20,7% registrada em agosto.

“O desempenho de setembro é um desenvolvimento positivo, mas a recuperação do tráfego internacional continua parada em meio a contínuos fechamentos de fronteira e medidas de quarentena. A recente mudança na política dos Estados Unidos de aceitar viagens de 33 mercados para estrangeiros totalmente vacinados a partir de 8 de novembro é bem-vinda, e há muito tempo necessária. As recentes reaberturas de outros mercados importantes como Austrália, Argentina, Tailândia e Cingapura também devem impulsionar consideravelmente a recuperação da liberdade de viajar", disse o diretor geral da Iata, Willie Walsh.

Já a demanda por viagens internacionais em setembro de 2021 foi 69,2% menor que em setembro de 2019, ligeiramente pior que a queda de 68,7% registrada em agosto.

MERCADOS INTERNACIONAIS

  • As companhias aéreas da Europa relataram queda de 56,9% no tráfego internacional de setembro de 2021 em relação a setembro de 2019, com a queda de 1 ponto percentual em relação à queda de 55,9% relatada em agosto de 2021 versus agosto de 2019. A capacidade caiu 46,3% e a taxa de ocupação caiu 17,2 pontos percentuais, atingindo 69,6%.
  • O tráfego internacional das companhias aéreas do Ásia-Pacífico apresentaram queda de 93,2% em setembro de 2021, comparando a setembro de 2019, quase sem alteração em relação à queda de 93,4% registrada em agosto de 2021 versus agosto de 2019, pois a região continua com as medidas mais rígidas de controle de fronteira. A capacidade caiu 85,2% e a taxa de ocupação encolheu 42,3 pontos percentuais, atingindo 36,2%, a menor entre as regiões.
  • Já as companhias aéreas do Oriente Médio registraram queda de 67,1% na demanda de setembro de 2021 versus setembro de 2019, um pequeno avanço em relação à queda de 68,9% registrada em agosto de 2021 versus agosto de 2019. A capacidade caiu 52,6% e a taxa de ocupação diminuiu 23,1 pontos percentuais, atingindo 52,2%.
  • As companhias aéreas da América do Norte apresentaram queda de 61,0% na demanda de setembro de 2021 em comparação com o mesmo mês de 2019, uma pequena melhoria em relação à queda de 59,3% em agosto de 2021 versus agosto de 2019. A capacidade caiu 47,6% e a taxa de ocupação caiu 21,3 pontos percentuais, atingindo 61,9%.
  • A demanda das companhias da América Latina caiu 61,3% no tráfego de setembro em comparação com o mesmo mês de 2019, um avanço em relação à queda de 62,6% registrada em agosto de 2021 versus agosto de 2019. Em setembro, a capacidade caiu 55,6% e a taxa de ocupação diminuiu 10,7 pontos percentuais, atingindo 72,0%, que foi a maior taxa de ocupação entre as regiões pelo 12º mês consecutivo.
  • As transportadoras da África registraram queda no tráfego de 62,2% em setembro de 2021 em relação ao mesmo mês de 2019, quase 4 pontos percentuais pior do que a queda de 58,5% relatada em agosto versus agosto de 2019. A capacidade diminuiu 49,3% e a taxa de ocupação caiu 18,4 pontos percentuais, atingindo 53,7%.

"Cada anúncio de reabertura parece vir com regras semelhantes, mas que no fundo são diferentes. Não podemos retardar a recuperação com complicações. A Conferência de Alto Nível sobre covid-19 da Oaci concordou que a harmonização deve ser uma prioridade. O G20 assumiu o compromisso de tomar medidas para apoiar a recuperação com viagens descomplicadas, sustentabilidade e digitalização contínuas. Agora os governos devem colocar essas palavras em prática e realizar ações simples e eficazes. Pessoas, empregos, empresas e economias contam com um progresso real", disse Walsh.

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