Beatrice Teizen   |   24/02/2021 12:50

Iata prevê caixa negativo em 2021 e pede por planejamento

Estimativas de queima de caixa neste ano aumentaram para uma faixa de US$ 75 bilhões a US$ 95 bilhões

A Iata divulgou uma nova análise mostrando que a indústria aérea deve permanecer com caixa negativo ao longo de 2021. Um balanço anterior, de novembro de 2020, indicou que as companhias aéreas teriam caixa positivo no quarto trimestre de 2021. No entanto, no nível atual, não se espera que as transportadoras tenham caixa até 2022.

Flickr/DennisJarvis
Iata prevê caixa negativo em 2021 e pede por planejamento
Iata prevê caixa negativo em 2021 e pede por planejamento
As estimativas de queima de caixa em 2021 aumentaram para uma faixa de US$ 75 bilhões a US$ 95 bilhões, de um valor anteriormente previsto de US$ 48 bilhões. Os seguintes fatores influenciam esta estimativa:

  • Início fraco para 2021: já está claro que o primeiro semestre deste ano será pior do que o antecipado. Isso ocorre porque os governos restringiram as viagens em resposta às novas variantes da covid-19. As reservas futuras para o verão (julho-agosto) estão atualmente 78% abaixo dos níveis em fevereiro de 2019;
  • Cenário otimista: a partir deste ponto inicial inferior para o ano, um cenário otimista veria as restrições de viagens gradualmente suspensas, uma vez que as populações vulneráveis nas economias desenvolvidas foram vacinadas, mas apenas a tempo de facilitar a demanda morna durante o pico da temporada de viagens de verão no hemisfério norte. Nesse caso, a demanda de 2021 seria 38% dos níveis de 2019. As aéreas gastariam US$ 75 bilhões em dinheiro ao longo do ano, mas a queima de caixa de US$ 7 bilhões no quarto trimestre seria significativamente melhorada de uma de US$ 33 bilhões prevista no primeiro trimestre;
  • Cenário pessimista: este cenário faria com que as companhias aéreas gastassem US$ 95 bilhões ao longo do ano. Haveria uma tendência de melhoria de uma queima de caixa de US$ 33 bilhões no primeiro trimestre, reduzindo para US$ 16 bilhões no quarto trimestre. O impulsionador desse cenário seriam os governos mantendo restrições significativas às viagens durante o pico da temporada de verão no hemisfério norte. Nesse caso, a demanda de 2021 seria de apenas 33% dos níveis de 2019.

“Com os governos tendo restrições de fronteira cada vez mais rígidas, 2021 parece ser um ano muito mais difícil do que o esperado. Em nossos cenários, as companhias aéreas gastam entre US$ 75 bilhões e US$ 95 bilhões em dinheiro. Mais ajuda de emergência dos governos será necessária e uma indústria de aviação em funcionamento pode, eventualmente, energizar a recuperação econômica da covid-19. Mas isso não acontecerá se houver falhas massivas antes do fim da crise. Se os governos não conseguirem abrir suas fronteiras, precisaremos que eles abram suas carteiras com alívio financeiro para manter as aéreas viáveis”, diz o diretor geral e CEO da entidade, Alexandre de Juniac.

Com as companhias aéreas agora esperando queimar dinheiro ao longo de 2021, é vital que os governos e a indústria estejam totalmente preparados para recomeçar no momento em que todas as partes concordarem ser seguro reabrir as fronteiras. Isso torna três iniciativas críticas:

  1. Planejamento: preparar o setor para reiniciar com segurança após um ano ou mais de interrupção exigirá um planejamento cuidadoso e meses de preparação. Os governos podem garantir que as companhias aéreas estejam preparadas para reconectar pessoas e economias, trabalhando com a indústria para desenvolver benchmarks e planos que permitiriam um reinício ordenado e oportuno.
  2. Credenciais de saúde: vacinas e testes terão papel cada vez mais importante à medida que a pandemia fica sob controle e a economia cresce, incluindo o setor de viagens. O Iata Travel Pass, por exemplo, permitirá que os viajantes controlem com segurança seus dados de saúde e os compartilhem com as autoridades competentes. Uma lista crescente de companhias aéreas, como Air New Zealand, Copa Airlines, Etihad Airways, Emirates, Qatar Airways, Malaysia Airlines, RwandAir e Singapore Airlines, estão fazendo testes com a ferramenta.
  3. Padrões globais: à medida que os programas de vacinação e a capacidade de teste se expandem, dois desenvolvimentos se tornaram críticos: padrões globais para registrar testes e vacinas; e um plano para registrar retrospectivamente aqueles que já foram vacinados.

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