Leonardo Ramos   |   12/12/2018 12:42

Lucro de aéreas da América Latina pode quase dobrar em 2019

Lucro de companhias latino-americanas deve cair de US$ 700 milhões em 2017 para US$ 400 milhões neste ano

Flickr/Thomas Rousing
Lucro de companhias latino-americanas devem cair de US$ 700 milhões em 2017 para US$ 400 milhões neste ano
Lucro de companhias latino-americanas devem cair de US$ 700 milhões em 2017 para US$ 400 milhões neste ano

As transportadoras aéreas da América Latina não tiveram o bom ano previsto pela Iata em 2018. O lucro líquido das companhias do continente deve ficar em US$ 400 milhões neste ano, menos da metade da expectativa inicial, que era de US$ 900 milhões. Trata-se também de uma queda de 42% contra os US$ 700 milhões registrados em 2017.

De acordo com análise da entidade, porém, uma recuperação deve acontecer em 2019. A previsão é que o lucro volte à casa dos US$ 700 milhões, US$ 300 milhões a mais que neste ano e configurando um aumento de 75%.

"As condições econômicas nos mercados locais estão apenas se recuperando lentamente, à medida que a economia brasileira emerge da recessão, mas a Argentina enfrenta dificuldades", analisa a Iata.

Entre os fatores que prejudicaram o continente está a alta do dólar americano, que resultou em aumento, nas moedas locais, dos custos dos principais insumos da indústria da aviação, como petróleo e aeronaves.

O mundo inteiro, porém, acompanhou a redução do lucro nas aéreas latinas. A aviação global deve fechar 2018 com lucro líquido de US$ 32,3 bilhões, menos que os US$ 34,5 bilhões de 2017. América do Norte e Europa também caíram, enquanto Ásia-Pacífico segue em ascensão; confira os números abaixo, por região:

AMÉRICA DO NORTE

As companhias da América do Norte continuam liderando o desempenho financeiro global da aviação, respondendo por quase metade dos lucros totais do setor. Para se ter uma ideia, caso a Delta confirme os lucros em torno de US$ 5 bilhões, ela, sozinha, corresponderá por mais de 15% do total da indústria aérea global.

No total, as companhias norte-americanas devem fechar o ano de 2018 com um lucro líquido de US$ 14,7 bilhões, abaixo dos US$ 15,6 bilhões em 2017. O lucro líquido por passageiro deve ser de US$ 16,77, mais que o dobro da média global.

EUROPA

A previsão para as operadoras europeias é de um lucro líquido de US$ 7,4 bilhões em 2019, um pouco abaixo dos US$ 7,5 bilhões em 2018, e bem abaixo dos US$ 9,8 bilhões de 2017. O lucro líquido esperado por passageiro de US$ 6,40 no continente é aproximadamente um terço do observado nas companhias norte-americanas.

O problema na Europa, porém, é a capacidade de tráfego aéreo. De acordo com a Iata, em 2018 a aviação europeia sofreu custos adicionais de US$ 2 bilhões devido a um aumento de 61% nos minutos de atraso de voos, causados por deficiências no controle de tráfego aéreo, já saturado com o número de voos no continente.

ÁSIA-PACÍFICO

Espera-se que as transportadoras da Ásia-Pacífico reportem um lucro líquido de US$ 10,4 bilhões em 2019, acima dos US$ 9,6 bilhões em 2018 e dos US$ 8,3 bilhões em 2017. A previsão do lucro líquido por passageiro é de US $ 6,15.

ORIENTE MÉDIO

A expectativa da Iata é que as companhias do Oriente Médio alcancem um lucro líquido de US$ 800 milhões em 2019, mais que os US$ 600 milhões em 2018. O lucro líquido esperado por passageiro é de US$ 3,33.

ÁFRICA

As companhias africanas devem ser as únicas a reportarem prejuízo líquido, tanto em 2018 quanto em 2019. Neste ano, o prejuízo deve ser de US$ 400 milhões, quatro vezes os US$ 100 milhões de 2017. No ano que vem ele deve cair para US$ 300 milhões. A perda líquida esperada por passageiro é de US$ 3,51.

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