Leonardo Ramos   |   09/07/2018 14:18

Em recessão, Equador enfrenta quedas de oferta na aviação

Capacidade aérea do país caiu 21% em cinco anos; política de céus abertos é adotada para tentar reverter situação

Flickr/JTOcchialini
Tame, maior estatal do Equador, perde aproximadamente 50% da capacidade em quatro anos
Tame, maior estatal do Equador, perde aproximadamente 50% da capacidade em quatro anos

O segmento de aviação do Equador está em queda. A oferta de assentos chegou, em 2018, ao quinto ano de redução consecutiva: em 2013 a capacidade aérea no país era de aproximadamente 11 milhões; em 2017 já rondava os nove milhões. Para este ano, a previsão da empresa especializada em aviação Centre for Aviation (Capa) é que fique pouco acima dos 8,5 milhões - ou seja, em cinco anos, a capacidade sofreu uma queda de aproximadamente 21%.

Um dos exemplos mais fortes dessa crise é a Tame, maior companhia do país com 24,3% dos assentos disponíveis, e que reduziu, no mesmo período 2013-2018, em cerca de 50% sua oferta: a capacidade era de aproximadamente de 3,8 milhões há cinco anos, enquanto neste ano a expectativa da Capa é que passe por pouco dos dois milhões - em 2017 tinham sido algo em torno de 2,1 milhões.

Para anular suas perdas, a companhia estatal empreendeu um plano de reestruturação que deve envolve empréstimos e apoio do governo de mais de US$ 80 milhões. Seu tamanho de frota diminuiu de 15 para dez aeronaves.

CÉUS ABERTOS
Em uma tentativa de suprir a falta de oferta em sua malha aérea nacional, o governo do Equador adotou uma política de céus abertos no início deste ano, que deve ser formalizado em acordos bilaterais com as demais nações.

Algumas das adições de serviços após a nova política são os voos da Air Europa, partindo de Madri para Guayaquil e Quito no Equador; os voos planejados da Condor de Frankfurt para Quito via conexão em Santo Domingo (República Dominicana) e o novo serviço da Spirit Airlines de Fort Lauderdale (Flórida) para Guayaquil.

Vale lembrar ainda o recém-anunciado trecho direto São Paulo-Quito, que será operado pela Gol Linhas Aéreas e deve estrear em dezembro deste ano.

LOW COSTS
Um dos focos do governo do Equador com a decisão de abrir seu espaço aéreo, as low costs ainda tem uma penetração relativamente baixa no país. A Jetblue opera voos para Quito a partir de Fort Lauderdale. A Spirit concorre com a Tame em seu novo serviço de Fort Lauderdale a Guayaquil, inclusive oferecendo mais assentos do que a estatal.

O governo do país teria conversado ainda com a aérea de baixo custo chilena Sky, mas até agora nenhum novo serviço para o Chile se concretizou. A Latam Airlines opera o serviço de Santiago a Guayaquil, mas encerrou os voos para Quito em 2015.

"De muitas maneiras, o mercado de aviação do Equador está passando por uma transição. O próprio país está emergindo lentamente de uma recessão econômica, e o governo está mostrando uma mentalidade mais liberalizada com a adoção de uma política de céus abertos, o que é um sinal bem-vindo para a evolução do maior mercado de aviação da América Latina", concluiu a Capa.

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