Embraer e Boeing voltam a ter fusão vetada pela justiça
Nova liminar que veta fusão entre Embraer e Boeing saiu nesta quarta-feira (19); decisão é do mesmo juiz que tentou barrar fusão no começo do mês
O juiz Victorio Giuzio Neto, da 24ª Vara Cívil Federal de São Paulo, concedeu novamente uma liminar que suspende o acordo entre as fabricantes de aeronaves Boeing e Embraer. Trata-se do mesmo juiz que tomou decisão semelhante no início deste mês, mas que teve a liminar derrubada pelo Tribunal Regional Federal poucos dias depois.
A nova liminar foi concedida nesta quarta-feira (19), mas tornou-se de conhecimento geral apenas nesta quinta-feira (20), após o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que entrou como interessado na ação movida contra o acordo, divulgar a decisão. A Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos também entrou como autor na ação popular que culminou na suspensão do acordo.
A Embraer se posicionou sobre o assunto, e informou que “que tomará todas as medidas judiciais cabíveis para reverter a referida decisão e manterá seus acionistas e o mercado informados acerca de quaisquer desdobramentos relevantes"
A Boeing afirmou que não comentará a decisão.
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Em julho, a Boeing e a Embraer anunciaram a assinatura de um memorando de entendimento, a fim de estabelecer uma parceria estratégica, avaliada em em US$ 4,75 bilhões, que possa impulsionar o crescimento de ambas as empresas no mercado aeroespacial em âmbito global.
Já nesta semana ambas aprovaram os termos da parceria estratégica, que definem que a joint venture contemplando a aviação comercial da Embraer e serviços associados terá participação de 80% da Boeing e 20% da Embraer. A parceria está sujeita à aprovação do governo brasileiro. Em seguida, o acordo será submetido à aprovação dos acionistas, das autoridades regulatórias, bem como a outras condições pertinentes à conclusão de uma transação deste tipo.