Total anuncia volta do transporte de passageiros, com ATR e avião chinês
Paulo Almada, CEO da companhia, esteve na Abav Expo e explicou seus planos
Paulo Almada, presidente e um dos novos donos da Total Linhas Aéreas, empresa com sede em Brasília e que hoje atua como cargueira, esteve na Abav Expo nesta quinta-feira, 26, divulgando os planos ambiciosos para a companhia, incluindo a compra de aeronaves Comac C919, da China, e a volta do transporte de passageiros. A Total, se confirmada a negociação com os chineses, seria a primeira companhia fora da China a comprar e operar os C919.
A Total foi comprada em maio passado pelo grupo Almada, de Minas Gerais, que atua com postos de gasolina, distribuição de petróleo, entre outros negócios. Almada percorreu vários estandes na feira, como o de operadoras (CVC, entre outras), apresentando seu projeto.
Em conversa com o Portal PANROTAS, Almada confirmou a negociação com os chineses e a retomada das operações de passageiros, possivelmente em um modelo em que ela opera rotas regionais para companhias maiores. “Somos uma empresa aérea regular. Podemos fechar acordos com empresas já estabelecidas e que precisem dessa ligação com cidades menores, ou podemos operar e comercializar sozinhos”, disse ele. “Se a Gol quiser uma parceira, a gente fecha, se não vamos operar as rotas, tendo Brasília e Campo Grande como hubs, mas atingindo todo o Brasil.”
O foco, segundo ele, serão rotas turísticas regionais, operadas pelos ATR. Os Comac ficariam com fretamentos e outras parcerias.
Paulo Almada diz que a negociação com a China tem como meta até 50 aeronaves, e quatro já devem chegar até março ou abril de 2025.
Hoje a frota da companhia tem cinco Boeing 737-400, cargueiros, e dois ATR (um deles em processo de check).
Seis ATR 500 e 600 chegam até o final do ano, dando início à volta da operação de passageiros. “Somos uma empresa sem passivo, única que não deve nada a nenhum banco ou aos lessores. Somos Triple A no pagamento de leasing”, garante ele. “Vamos chegar não para competir com as grandes e sim para somar, ajudando na questão de falta de aeronaves e de ligações com o interior.”