Pres. da Petrobras diminui importância do QAV no custo da passagem aérea
Jean Paul Prates entende que outros fatores precisam ser considerados para entender cobrança
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou ontem (28) que o preço do QAV (querosene de aviação) não é o fator principal dos altos preços praticados pela aviação nacional para vender seus bilhetes. Em entrevista dada à GloboNews, o executivo afirmou que o combustível “é um componente importante”, mas outros fatores precisam ser considerados.
"Há outros componentes na tarifa (aérea). Certamente não é só o combustível. É inexplicável que mesmos percursos, com mesmas quilometragens, tenham diferenças de preço tão grande. Tem a questão da interioridade, mas é uma discussão muito mais profunda do que o preço da Petrobras", afirmou Prates.
Na mesma entrevista, o presidente da Petrobrás assegurou que "não há artificialidade nos preços dos combustíveis". Ele ainda defendeu a política de precificação adotada desde maio pela estatal, que deixou de considerar apenas o PPI (Preço de Paridade de Importação) e disse que a mudança foi bem aceita pelo mercado.
"Não há artificialidade nenhuma no preço que estamos praticando. Tanto que o mercado financeiro respondeu valorizando as ações em mais de 80% em reais. Há uma habilidade no processo de construção desse preço que mantém a referência internacional como base e estabelece certos períodos de reajuste com mais inteligência, usando a estrutura que a Petrobras detém e sua eficiência para prover esse preço um pouco mais estável, mas sem qualquer prejuízo à empresa”, disse.
Preço da passagem aumentará depois da derrota na Reforma Tributária?
Em uma entrevista recente ao Portal PANROTAS, a presidente da Abear, Jurema Monteiro, conta que ainda não tem a dimensão do impacto no preço final do bilhete aéreo com a alíquota de 27,5% para aviação na nova tributação pós-aprovação da Reforma Tributária.
Mas ela diz que pode sim onerar ainda mais o valor. Segundo Jurema, a lei complementar ainda vai calibrar tudo isso, e pode ser que tenhamos creditamentos, por exemplo em relação ao consumo de combustível, que possam reduzir o impacto desses R$ 11 bilhões possíveis. "'Sou otimista, estou sim preocupada, lamentamos o que ocorreu, mas as conversas do setor com o Parlamento irão continuar", afirma.