Filip Calixto   |   29/12/2023 10:44
Atualizada em 29/12/2023 11:04

Pres. da Petrobras diminui importância do QAV no custo da passagem aérea

Jean Paul Prates entende que outros fatores precisam ser considerados para entender cobrança

Unsplash/Alev Takil
Prates afirma que o combustível é um componente importante mas outros fatores precisam ser considerados
Prates afirma que o combustível é um componente importante mas outros fatores precisam ser considerados

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou ontem (28) que o preço do QAV (querosene de aviação) não é o fator principal dos altos preços praticados pela aviação nacional para vender seus bilhetes. Em entrevista dada à GloboNews, o executivo afirmou que o combustível “é um componente importante”, mas outros fatores precisam ser considerados.

"Há outros componentes na tarifa (aérea). Certamente não é só o combustível. É inexplicável que mesmos percursos, com mesmas quilometragens, tenham diferenças de preço tão grande. Tem a questão da interioridade, mas é uma discussão muito mais profunda do que o preço da Petrobras", afirmou Prates.

Vale lembrar que, neste mês, as três principais companhias aéreas do País apresentaram seus planos para reduzir os preços cobrados pelas passagens aéreas no Brasil.

Divulgação/X/Jean Paul Prates
Jean Paul Prates, presidente da Petrobrás
Jean Paul Prates, presidente da Petrobrás

Na mesma entrevista, o presidente da Petrobrás assegurou que "não há artificialidade nos preços dos combustíveis". Ele ainda defendeu a política de precificação adotada desde maio pela estatal, que deixou de considerar apenas o PPI (Preço de Paridade de Importação) e disse que a mudança foi bem aceita pelo mercado.

"Não há artificialidade nenhuma no preço que estamos praticando. Tanto que o mercado financeiro respondeu valorizando as ações em mais de 80% em reais. Há uma habilidade no processo de construção desse preço que mantém a referência internacional como base e estabelece certos períodos de reajuste com mais inteligência, usando a estrutura que a Petrobras detém e sua eficiência para prover esse preço um pouco mais estável, mas sem qualquer prejuízo à empresa”, disse.

Preço da passagem aumentará depois da derrota na Reforma Tributária?

Em uma entrevista recente ao Portal PANROTAS, a presidente da Abear, Jurema Monteiro, conta que ainda não tem a dimensão do impacto no preço final do bilhete aéreo com a alíquota de 27,5% para aviação na nova tributação pós-aprovação da Reforma Tributária.

Mas ela diz que pode sim onerar ainda mais o valor. Segundo Jurema, a lei complementar ainda vai calibrar tudo isso, e pode ser que tenhamos creditamentos, por exemplo em relação ao consumo de combustível, que possam reduzir o impacto desses R$ 11 bilhões possíveis. "'Sou otimista, estou sim preocupada, lamentamos o que ocorreu, mas as conversas do setor com o Parlamento irão continuar", afirma.

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