Aéreas se preparam para dar experiência completa ao viajante; saiba como
Amadeus, Tap, Azul e Flytour debatem o futuro da aviação
O Seminário Luso-Brasileiro Desafios Pós-Covid, organizado pela Airmet, terá, amanhã, às 10h, com inscrições gratuitas, um painel sobre a aviação entre Brasil e Portugal. Participam diretores da Azul (Marcelo Bento), Tap (Paula Canada) e Amadeus (Decius Valmorbida), além do diretor da Flytour Gapnet, consolidadora brasileira, Rui Alves.
As novidades de cada empresa frente aos desafios do novo viajante e do cenário pós-covid, as tendências do setor, e como a distribuição está sendo impactada serão alguns dos temas do painel.
“A sofisticação do consumidor, com diferentes necessidades em momentos distintos de consumo, exigirá maior conhecimento do cliente, o que pode ser obtido com compartilhamento de bases de dados, informações e oportunidades. Também, de forma a ser mais assertivo, as ofertas precisam ser ampliadas, exigindo a coordenação de diferentes produtos, de diferentes fornecedores, on-line e em tempo real, preferencialmente customizadas para o cliente. É impossível fazer isso sem uma estreita cooperação com diferentes atores da cadeia”, diz o diretor Marcelo Bento, que representará a Azul no debate.
A companhia aérea brasileira já opera, em sua malha doméstica, acima da capacidade observada antes da pandemia de covid-19. Neste verão, a Azul terá uma malha aérea cerca de 120% maior em assentos que no verão de 2020.
Uma das novas fortalezas do novo consumidor, para a Azul, é o cliente que faz uso mais frequente do bleisure. “A evolução do bleisure é uma nova realidade, permitindo a desconcentração das altas temporadas, viagens mais frequentes, e permanência mais longas nos destinos, demandando também adaptações dos equipamentos turísticos”, analisa Marcelo Bento. “Também a valorização de experiências diferenciadas, que exigem produtos mais sofisticados, maior segmentação e conhecimento técnico da cadeia de distribuição será crescente. Com isso, a informação e tomada de decisão por referência se tornam ainda mais relevantes e presentes, assim como o marketing direto e digital.”
AMADEUS
Empresa de tecnologia com um braço na distribuição, a Amadeus viu as tendências pré-pandemia serem aceleradas pela crise causada pela covid-19. Personalização (e as ferramentas que permitem esse gerenciamento), mobile, tecnologia sem fricção, chatbots, inteligência artificial e robótica são algumas das tendências tecnológicas aceleradas pela pandemia. Tudo para que o viajante se sinta mais seguro e em uma nova forma.
“Norteados pela necessidade de se fazer as coisas de forma diferente em resposta à covid-19, a aceleração de padrões como o NDC e OneOrder, e uma convergência de tecnologias que incluem a nuvem pública, identidade digital e plataformas abertas, é possível entregar (ao cliente) essa visão end-to-end (de ponta a ponta)”, diz Decius Valmorbida, vice-presidente do Amadeus.
“Não vamos falar de uma oferta premium que começa no embarque e termina no desembarque da aeronave. Em vez disso, os fornecedores de viagens estarão mais interconectados que nunca e irão cada vez mais considerar seu papel como parte da viagem inteira (e não de parte dela apenas”, completa Valmorbida, que falará dessas tecnologias no debate de amanhã e de como a Amadeus está unindo seus vários negócios, para, juntos, trazerem as soluções que o novo tempo pede. Assim, canais de distribuição de viagens, produtos para empresas aéreas, tecnologia para aeroportos e meios de pagamento (todas unidades dentro da Amadeus) estão se tornando um só para entregar essa solução desejada end-to-end.
Outra questão a ser abordada é a transição do foco para o valor do que é entregue, de forma a poder cobrar mais por uma experiência superior.
TAP
A companhia aérea portuguesa passava por transformações antes da pandemia e a crise serviu para que as mudanças fossem aceleradas. Paula Canada participará da discussão de amanhã e mostrará como a empresa se preparou para a retomada das viagens, a partir de seu hub em Lisboa.
“O discurso da Tap neste momento é essencialmente de consolidação nos mercados em que opera, não deixando, no entanto, de aproveitar algumas oportunidades que surjam e que se justifiquem”, diz Paula Canada, em uma prévia do debate. Segundo ele, já há sinais positivos em alguns mercados internacionais. A abertura do Brasil e agora a dos EUA foram fundamentais para a retomada e para permitir encarar o próximo inverno com uma pequena dose de otimismo, estando previsto operar para os próximos meses 80% do que se operou em 2019.
“O maior ensinamento que se retira é a necessidade das organizações terem estruturas ágeis e flexíveis para poderem reagir e se ajustar rapidamente aos novos contextos.”
CONSOLIDAÇÃO
Profissional conhecido da consolidação aérea no Brasil, Rui Alves vai analisar esse lado da distribuição no pós-pandemia. As consolidadoras, especialmente no Brasil, sempre foram um importante braço, inclusive tecnológico, para as empresas aéreas. Como fica essa relação depois da crise? O que muda?
“Vejo espaço na continuidade da consolidação aérea com as companhias norte-americanas como principais players, pois estão saindo primeiro do momento mais crítico e se fortalecendo graças à retomada de seus mercados domésticos. Na Europa, parece ser mais difícil esta tendência, agora com a maior presença do Estado como investidor. Já as companhias do Oriente Médio e Ásia se encontram em um momento de redefinição de seus projetos”, analisa Alves.
O executivo, que criou marcas importantes no Turismo, como a Gapnet e a Tam Viagens, também acredita na valorização do agente ou consultor de viagens. “A experiência negativa dos consumidores com o suporte na venda on-line, seja das OTAs seja das próprias empresas aéreas, durante o período da pandemia, levou a um papel de valorização do intermediário, reforçando no agente de viagens um papel relevante de consultor e solucionador de problemas não só para os passageiros mas para as próprias companhias, que enxergaram muito esta atuação dos agentes. Talvez isto seja uma tendência daqui para a frente, com mais projetos de distribuição omnichannel e atendimento mais humanizado pelas OTAs.”
Gostou dos teasers para o debate amanhã no Seminário Luso-Brasileiro Os Desafios Pós-Covid, organizado pela Airmet?
Não perca às 10h o começo do primeiro painel, seguido por um outro sobre distribuição e ainda uma palestra da Hip Conecta.
Inscreva-se gratuitamente aqui: bit.ly/seminario-desafios-pos-covid-brasil.
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