Aviação regional vai se recuperar mais rápido, diz diretor de SSA
Executivos do setor aéreo debateram, ontem (17), as possibilidades do segmento em mais uma live Aerotalks
Menos impactada pela redução das viagens corporativas e pelo fechamento de fronteiras, a aviação regional tende a se recuperar mais rápido do que a tradicional. Essa é a aposta de Marc Gordien, diretor comercial do Salvador Bahia Airport, anunciada durante a quarta edição da live Aerotalks na última terça-feira (17). Segundo o executivo, a tendência é que haja uma reconfiguração da malha aérea no País, com as viagens para cidades de menor porte aumentando sua participação no mercado.
Um exemplo desse fenômeno são os voos da VoePass no Salvador Bahia Airport que entraram em operação a partir de julho, comercializados também em parceria com a Gol Linhas Aéreas. Fundamentais para a retomada da aviação na capital baiana, essas rotas para destinos de menor demanda, como Aracaju, Maceió, Vitória da Conquista (BA) e Barreiras (BA), se mostraram uma operação bem-sucedida desde o início. Em outubro, a companhia passou a voar para Ribeirão Preto (SP) e, em breve, vai anunciar novas rotas para o mês de janeiro.
"A gente identificou um potencial grande nessa pandemia. Alguns mercados que antes eram atendidos pelos aviões de maior porte diminuíram porque os passageiros de negócios ainda não voltaram. Então, conseguimos desenvolver parcerias para colocar em operação aeronaves de menor porte. Acreditamos muito nesse modelo da aviação regional trabalhando abaixo de estruturas das empresas troncais, fazendo uma capilaridade dessas cidades menores para os hubs", disse o CEO da Voepass, Eduardo Busch.
FOMENTANDO A DEMANDA
Em rápida recuperação, a aviação doméstica tem apresentado números significativos de crescimento. Para o secretário nacional substituto de Aviação Civil, Carlos Eduardo Prado, a expectativa é de que as viagens aéreas dentro do Brasil alcancem os mesmos números de 2019 em fevereiro do ano que vem. Segundo ele, esse é um fruto da força do mercado interno e das medidas lançadas pelo Governo Federal durante a pandemia, como o Voo Simples, programa que visa desburocratizar a aviação civil."Há mudanças regulatórias que dão mais facilidades para que diferentes modelos de negócios possam acontecer. No caso da aviação regional, já temos para cidades médias com aeronaves maiores e estamos vendo um movimento para cidades bem pequenas que em 2018 e 2019 não conseguiam atender. E a gente percebe que são justamente esses novos modelos que conseguem atender a essa demanda", disse Prado.
Para Marc Gordien, há espaço para crescimento dos voos regionais, principalmente em um país como o Brasil, que não tem outras opções além do transporte rodoviário. "Tem um potencial importante, há demanda de passageiros", ressalta. Ele acrescenta ainda que é possível viabilizar esse mercado com investimentos em infraestrutura e incentivos às empresas.