Boeing fecha 2024 com receita de US$ 66,5 bilhões e prejuízo de US$ 10,7 bilhões
No total, 348 aeronaves comerciais foram entregues e 279 pedidos foram registrados durante o ano de 2024
A Boeing Company divulgou os resultados operacionais e financeiros referentes a 2024, com destaque para uma receita de US$ 15,2 bilhões no 4T24, mas um prejuízo por ação principal de US$ 5,90. A companhia também registrou fluxo de caixa operacional de US$ 3,5 bilhões e fluxo de caixa livre de US$ 4,1 bilhões (não GAAP).
No acumulado do ano, a receita operacional chegou a US$ 66,5 bilhões, queda de 14% em relação a 2023, enquanto o prejuízo líquido foi de US$ 10,7 bilhões, um aumento gigantesco em relação aos US$ 773 milhões de perdas registradas em 2023. No total, 348 aeronaves comerciais foram entregues e 279 pedidos foram registrados.
“Fizemos progressos em áreas importantes para estabilizar nossas operações durante o trimestre e continuamos a reforçar aspectos importantes do nosso plano de segurança e qualidade. Toda a equipe e eu estamos focados em fazer as mudanças fundamentais necessárias para recuperar totalmente o desempenho da nossa empresa e restaurar a confiança de nossos clientes, colaboradores, fornecedores, investidores, reguladores e todos os outros que estão contando conosco"
Kelly Ortberg, presidente e CEO da Boeing
O fluxo de caixa operacional foi de US$ 3,5 bilhões negativos no quarto trimestre, refletindo redução nas entregas comerciais, bem como um momento desfavorável de capital de giro. Já o backlog (carteira total de pedidos) no final do trimestre chegou a US$ 521 bilhões, com mais de 5,5 mil aeronaves comerciais.
Já o caixa e os investimentos em títulos negociáveis totalizaram US$ 26,3 bilhões, em comparação com US$ 10,5 bilhões no início do trimestre, impulsionados principalmente por uma captação de capital de US$ 24 bilhões parcialmente compensada pelo uso do fluxo de caixa livre e pelo pagamento da dívida no trimestre.
A dívida, por sua vez, foi de US$ 53,9 bilhões, uma queda em relação aos US$ 57,7 bilhões do início do trimestre, impulsionada pelo pagamento antecipado de um título de US$ 3,5 bilhões com vencimento originalmente em 2025. A empresa mantém acesso a linhas de crédito de US$ 10 bilhões, que permanecem não sacadas.
Aviões comerciais
A receita de Aviões Comerciais para o quarto trimestre de US$ 4,8 bilhões e a margem operacional de (43,9%) refletem os impactos previamente anunciados, incluindo redução nas entregas e encargos antes de impostos de US$ 1,1 bilhão nos programas 777X e 767.
O programa 737, por sua vez, retomou a produção no trimestre e planeja aumentar gradualmente a taxa de produção. O programa 787 terminou o ano com uma taxa de produção de cinco unidades por mês e anunciou recentemente planos para expandir as operações na Carolina do Sul. Em janeiro, o programa 777X retomou os testes de voo para certificação da FAA, e a empresa ainda prevê a primeira entrega do 777-9 em 2026.
Ao todo, o segmento de Aviões Comerciais registrou 204 pedidos líquidos no trimestre, incluindo 100 aviões 737-10 para a Pegasus Airlines e 30 aviões 787-9 para a FlyDubai. O segmento entregou 57 aviões durante o trimestre e a carteira total de pedidos incluiu mais de 5.500 aviões avaliados em US$ 435 bilhões.