Após rumores de fusão, Gol e Azul iniciam voos compartilhados, diz Folha
Anúncio ainda não foi feito oficialmente pelas companhias mas fontes confirmam negócio
A Gol Linhas Aéreas, que está em processo de recuperação via Chapter 11 americano, e a Azul Linhas Aéreas devem anunciar um acordo de voos compartilhados (codeshare) amanhã, segundo notícia da Folha de S. Paulo. LEIA SOBRE O ACORDO AQUI
A reportagem fala em “ofertas combinadas que podem chegar a 2.800 mercados (voos origem-destino) com uma única conexão”. Também segundo a Folha, o acordo de codeshare incluiria acúmulo mútuo de milhas nos programas Azul Fidelidade, da Azul, e Smiles, da Gol.
Fontes das duas companhias confirmam que um acordo será anunciado amanhã, mas não adiantaram detalhes. Procurada, a assessoria de imprensa da Azul disse que não iria comentar a notícia. A assessoria da Gol ainda não retornou o contato da PANROTAS.
Segundo dados da Anac referentes ao mês de abril de 2023, Gol e Azul comandariam cerca de 60% da oferta de assentos (e a Latam os demais 40%), se não houver qualquer pedido do Cade ou outras autoridades para devolução e slots e ou diminuição de voos, para evitar a concentração de mercado.
Estudo da FGV mostrou recentemente que Gol e Azul teriam nas mãos 96 rotas sem concorrência, muito por conta dos destinos exclusivos que a Azul já opera (alguns via Azul Conecta), e que em Recife, por exemplo, a concentração seria de 88% dos voos nas mãos dessa possível nova empresa.
Outra preocupação do setor é em relação ao aumento de tarifas aéreas, com a concentração do mercado em apenas duas empresas aéreas: Latam e a que surgiria da fusão entre Azul e Gol.
Durante o Fórum PANROTAS 2024, em março passado, os presidentes da Azul, Gol e Latam - John Rodgerson, Celso Ferrer e Jerome Cadier - falaram sobre a possível compra da Gol pela Azul e a potencial fusão das duas empresas. LEIA AQUI
Na mesma semana de março, a Bloomberg anunciava que a Azul havia contratado consultoria para avaliar compra da Gol. LEIA AQUI.
A Gol Linhas Aéreas é parte do Grupo Abra, que conta com a empresa colombiana Avianca, e no Brasil é controlada pela família Constantino.