SAA no Brasil: CCO fala de aeronave, estratégias e recuperação judicial
Sr. Tebogo Tsimane fala com o Portal PANROTAS sobre a volta da aérea, que será em 31 de outubro
A partir de 31 de outubro, a South African Airways voltará a voar do Brasil a África do Sul, com quatro voos semanais: dois São Paulo-Joanesburgo e dois na inédita rota São Paulo-Cape Town (Cidade do Cabo).
As expectativas do trade brasileiro e sul-africano são grandes com o aumento da oferta aérea entre os países (a Latam Brasil também conectará os países, com início em 2 de setembro).
A aeronave utilizada no voo da SAA, as estratégias comerciais da companhia, a saúde financeira e demais temas foram questionados pelo Portal PANROTAS ao Chief Commercial Officer (CCO) da South African Airways, sr. Tebogo Tsimane.
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Confira a entrevista exclusiva com o CCO da South African Airways:
PANROTAS - Como foi o planejamento deste retorno das operações para o Brasil? Por que este é o momento?
TEBOGO TSIMANE - Ambos os países têm uma oferta incomparável em termos de belezas naturais e herança cultural. Somos otimistas quanto a tudo o que pode ser explorado e promovido tanto no Brasil quanto na África do Sul, abrangendo os setores corporativo, lazer, estudo, esportes, gastronomia, entre outros tipos de Turismo e negócios.
Será a primeira rota intercontinental a ser reaberta pela SAA, ao passo em que implementamos a primeira fase do nosso Plano de Malha, e com grande entusiasmo nosso serviço operará tanto a partir de Joanesburgo quanto da Cidade do Cabo para o Brasil via cidade de São Paulo, em uma rota direta e sem escalas.
África do Sul e Brasil possuem laços históricos e econômicos muito fortes, e o mercado apresenta uma oportunidade lucrativa para ser a nossa primeira rota intercontinental conforme implementamos cautelosamente nosso Plano de Malha.
PANROTAS - E a recuperação judicial? A South African Airways se reestruturou financeiramente? Como está o momento da empresa nesse sentido?
TSIMANE - Durante o processo de recuperação judicial, a SAA passou não apenas por uma reestruturação de seus negócios e equipe, mas também por uma reestruturação de seu balanço patrimonial. A companhia saiu da recuperação judicial como uma empresa que está tanto líquida quanto solvente. A SAA está financeiramente bem posicionada para apoiar os objetivos comerciais.
PANROTAS - Qual será a aeronave e a configuração utilizadas pela South African Airways na rota em São Paulo?
TSIMANE - Utilizaremos um A330-300 com 249 assentos, sendo 46 na classe executiva e 203 na econômica.
A configuração da cabine na Classe Premium apresenta quatro assentos lado a lado, com muita privacidade, mas ainda oferece a opção de assentos duplos caso o cliente assim deseje optar. Depois do drinque de boas-vindas em solo, é servido o aperitivo, oferecendo canapés, com opções dos melhores uísques, gins, vodcas, cervejas ou bebidas não alcoólicas.
A SAA possui sua própria seleção de vinhos em cooperação com a "Vinícola do Mês", um parceiro do programa Voyager. Os juízes de vinhos selecionam os melhores vinhos sul-africanos para serem servidos a bordo.
Um cardápio é oferecido com opções de entrada, pratos principais, queijo e biscoitos e sobremesa. Os cardápios mudam a cada três meses e são diferentes na ida e na volta. A culinária brasileira será incorporada no design do cardápio.
Na econômica, a configuração é 2-4-2. Nela, há também uma ampla oferta gastronômica, desde as entradas, três opções de pratos principais, uma pequena sobremesa, queijo e biscoitos. A lista de bebidas também é extensa, com opções de uísque, gim, vodca, cervejas, os melhores vinhos sul-africanos e bebidas não alcoólicas.
PANROTAS - Como a empresa pretende trabalhar com os agentes de viagens no Brasil para intensificar o tráfego de passageiros à África do Sul?
TSIMANE - Em parceria com a APG, possuímos uma estratégia sólida de Vendas e Marketing em vigor. Estamos cientes do papel essencial que o setor comercial desempenha em nos apoiar nessa rota e garantiremos que estejam preparados com treinamento sobre o destino e o produto, além de acesso a produtos de tarifa exclusivos para atender às necessidades de seus clientes.
A equipe de vendas da SAA está retomando contato com todos os operadores e agentes de viagens que anteriormente apoiaram essa rota. Estamos envolvendo o Fórum de Negócios Brasil/África do Sul, o Escritório de Turismo da África do Sul em São Paulo e Joanesburgo, programas de intercâmbio estudantil com universidades e associações esportivas.
Estamos, ainda, planejando uma turnê de três cidades com o comércio de viagens em Durban, Cidade do Cabo e Joanesburgo para reintroduzir a rota.
Operadores turísticos chave e hosted buyers serão convidados a participar do Festuris, em novembro.
PANROTAS - Por que essa volta da SAA ao Brasil se dá via GSA e não mais com escritório próprio como foi anteriormente?
TSIMANE - Utilizar os serviços de um GSA é uma prática amplamente adotada entre as companhias aéreas em todo o mundo. Isso nos proporciona maiores oportunidades e uma solução mais eficaz em termos de custos do que manter escritórios próprios na região.
PANROTAS - No Brasil, a estrutura incluirá funcionários próprios, a APG e o aeroporto, entre outros?
TSIMANE - Comercialmente, teremos nosso próprio country manager para apoiar nosso GSA, que é a APG.
Do ponto de vista aeroportuário, a SAA terá um gerente de Aeroporto dedicado para garantir a prontidão operacional e supervisionar o funcionamento de nossas operações, fornecedores e pontos de contato com o cliente.
O gerente da estação trabalhará em estreita colaboração com nosso country manager, com a APG, bem como com o aeroporto local e as autoridades de aviação civil para garantir que cumpramos todas as regulamentações.