Artur Luiz Andrade   |   03/11/2022 20:14
Atualizada em 03/11/2022 20:21

Delta, Qatar Airways e família Cueto terão 27% da nova Latam

Companhia anunciou previsão de novos aviões e fará anúncios sobre acordo com Delta


PANROTAS / Artur Luiz Andrade
O CEO do Grupo Latam, Roberto Alvo
O CEO do Grupo Latam, Roberto Alvo
O CEO do Grupo Latam, Roberto Alvo, falou com a imprensa brasileira sobre a saída do Chapter 11, oficializada hoje, e contou sobre os próximos passos da companhia, que espera recuperar em meados de 2023 toda sua oferta de assentos do pré-pandemia. Hoje, o doméstico chileno e o internacional ainda não chegaram nos 100% de recuperação.

Segundo Alvo, se todos os credores exercerem seus direitos de trocar os bônus em ações, a nova formação acionária ficaria assim: 67% para cerca de 80 instituições que continuam investindo na companhia; 27% para Delta Air Lines, Qatar Airways e família Cueto; cerca de 4% para os credores que receberam bônus do tipo A e que não investem mais na empresa; e 1% para credores menores antigos.

“Mas isso saberemos apenas em 60 dias, quando todos os pedidos devem ser encaminhados”, explicou Alvo.
Entre os próximos passos também estão a realização de assembleia para eleição de novo Conselho (nove membros), em 15 de novembro, e o envio regular de informações à corte americana, sobre o andamento da empresa – não há mais qualquer pendência na justiça em relação ao Chapter 11, e todas as empresas dos cinco países saem conjuntamente do processo, apesar de terem entrado em tempos diferentes.

A previsão da Latam é fechar 2022 com 85% da oferta comparada a 2019: 100% nos mercados domésticos do Brasil e Peru, mais de 100% na Colômbia e Equador e 80% no Chile, além de 70% na oferta internacional geral.

DELTA AIR LINES

Roberto Alvo prometeu para as próximas semanas importantes anúncios sobre a joint-venture com a Delta, incluindo aumento de malha aérea para os Estados Unidos, mudanças na operação e novos destinos. Ele não quis adiantar detalhes, nem os planos para os hubs de Miami, nos Estados Unidos, e Guarulhos, no Brasil. "Começamos a falar com a Delta dos planos há duas semanas. Fiquem atentos que teremos importantes comunicados nas próximas semanas", disse. Ele também não falou sobre qualquer reestruturação executiva que possa acontecer daqui para frente, quando perguntado pelos jornalistas.

O CEO da Latam afirmou que a empresa sai mais forte e resiliente da pior crise de sua história, com uma dívida US$ 3,6 bilhões menor e com mais US$ 2,2 bilhões de liquidez, operando para 144 destinos, contra 145 antes da pandemia. No Brasil, são 54 destinos domésticos, contra 44 antes da crise.

A frota, hoje de 300 aeronaves, deve chegar a 340 em 2026 e já em 2023 a Latam recebe 11 787, com mais quatro para 2024, além dos A321 neo para crescimento e modernização da frota. Por exemplo vai substituir o A319, que hoje opera no Brasil, em rotas como a ponte aérea e a ligação de Congonhas para o Nordeste.

Em 2025 chegarão os A321 neo XLR, com autonomia de voo de até oito horas, mas que a empresa ainda não decidiu onde voarão.

Leia mais sobre a saída da Latam do Chapter 11

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