Quais os próximos passos de Azul, Gol e Latam? Confira
Revista PANROTAS traz entrevista com os líderes das três companhias, que contam o que elas planejam
A s tarifas altas devem continuar por um tempo, mas aos poucos a aviação brasileira vai encontrando espaço no novo normal pós-pandemia, com passageiros não mais podendo ser divididos apenas em lazer ou corporativo. Há múltiplos propósitos, clamor por tecnologia e facilidades, torcida por menos disrupções e desejo de mais destinos servidos. Confira a seguir, os próximos passos de Azul, Gol e Latam.
AZUL VOA PARA MAIS DE 150 DESTINOS
O presidente da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, falou com a PANROTAS no evento da Capa, em Salvador. Veja alguns destaques a seguir.
1. Companhia aérea líder em número de destinos servidos no Brasil, a Azul Linhas Aéreas hoje conta com uma oferta de assentos 30% superior ao pré-pandemia. E tem mais de 150 destinos em sua malha.
2. Mais voos na região Norte: A Azul anunciou a volta do voo Belém-Fort Lauderdale, na Flórida, e o início do voo de Manaus também para FortLauderdale. Segundo o CEO da companhia, John Rodgerson, “agora estamos conectando muito mais a região do Amazonas. Quando começamos a voar para 16 destinos dentro da região amazônica e ampliamos o número de destinos liga - dos a Manaus, como Recife, encontramos essa demanda. Eu brinco que Fort Lauderdale é outra cidade brasileira. Agora você pode voar de Manaus para lá em apenas cinco horas, sendo também uma oportunidade para convidar os estrangeiros para virem ao Brasil, conhecerem a Amazônia, pescar e ver as belezas do ecoturismo”. Em Belém a Azul conta com um hub no Norte do País, que conecta com Campo Grande e muitos outros destinos. “Com todo o respeito, o brasileiro acha que o Brasil é São Paulo, Rio e Brasília. Há um mercado em Belém que viaja para os Estados Unidos e, para fazer isso, muitas vezes descia até São Paulo para voltar a subir. Quando você faz isso, o passageiro viaja menos. Se você pode ir em cinco horas, é outra experiência, e é o que a Azul oferece”, comenta Rodgerson.
3. Malha internacional completa só em 2023. Antes da pandemia, a Azul voava para Lisboa e Porto, Campinas-Fort Lauderdale; Campinas-Orlando; Confins-Fort Lauderdale e Recife-Orlando. Hoje, a empresa já tem dois voos para Lisboa por dia, dois para Fort Lauderdale, e voltou a Orlando. “Qual seria o próximo? Precisamos pensar no Porto, em Confins e Recife de novo, que, inclusive, ganharam mais conectividade. Todos gostam de pensar nos destinos mais atraentes, como Nova York, mas eu preciso, neste momento, voltar com os voos que eu tinha em 2019. Eu acho que a partir do segundo trimestre do ano que vem todos os voos estarão de volta. É nisso que estamos trabalhando”, promete o líder da Azul
4. Azul Viagens. A operadora da Azul fatura mais de R$ 1 bilhão ao ano e vai ter dois mil voos extras na alta temporada. “Nós estamos tentando fazer algo diferente das outras, com esses voos dedicados para os destinos e vários parceiros vendendo nossos pacotes no País inteiro”, disse John Rodgerson à PANROTAS.
5. Mercado de oportunidades. O Brasil, na avaliação de Rodgerson, ainda é um mercado muito imaturo, com grande potencial de crescimento. “Temos 200 milhões de brasileiros, mas quantos deles viajam de fato? Temos em um ano 100 milhões de passageiros, mas cada um que vai, volta, já reduz para 50 milhões. Desses, temos que considerar os que viajam dez vezes na ponte aérea... Acredito que possamos falar em 10 ou 15 milhões de CPFs de fato. Isso nos anima, porque se esse número vira 25 milhões, vamos crescer junto. Por isso estamos aqui.”
6. Alianças individuais. Rodgerson promete também continuar com os acordos com outras empresas aéreas, mas sem entrar em uma aliança global. “Se eu entro em uma Star Alliance, vou fechar portas para outras. Acredito nas parcerias e hoje temos grandes parceiros na United Airlines, na Jet Blue, na Tap...”
GOL COM FORÇA MÁXIMA EM NOVEMBRO
O novo CEO da Gol Linhas Aéreas, Celso Ferrer, recebeu a PANROTAS na sede da empresa, em Congonhas, menos de dois meses depois de tomar posse, sucedendo Paulo Kakinoff. E prometeu uma Gol com força máxima, equivalente a antes da pandemia, em novembro.
1. Para Celso Ferrer, a Gol está em uma fase de recontratação de seus objetivos, cultura, da postura frente ao cliente, que está muito mais exigente. “Então temos de melhorar a experiência digital, o autosserviço. E também é uma fase de colher o que plantamos e trabalhamos nos últimos anos. Como na questão da frota de 737 MAX. Chegaremos ao final de 2022 com 44 aeronaves desse tipo, que era nossa previsão antes da pandemia. Hoje são 36.”
2. Depois do corte de 10% na oferta de assentos de agosto a outubro, ele promete uma Gol a todo vapor em novembro. Com a produtividade no doméstico compatível à de 2019, no pré-pandemia. Já o internacional segue mais lento em sua recuperação e os voos para Santiago, no Chile, e Lima, no Peru, tiveram a volta adiada para 2023
3. Nova estrutura. A Gol está revi - sando todos os seus canais de atendimento e anunciou que irá unificar o atendimento do Smiles e da Gol. “Também fizemos uma reestruturação organizacional e criamos uma vice-presidência dedicada a Clientes e Fidelidade (ocupa - da por Carla Fonseca, CEO do Smiles e VP de Clientes). Para reagir às novas exigências do cliente”, explica Ferrer.
4. Pacote digital este mês. “Também queremos uma melhor experiência digital, uniformidade no atendimento e ainda em setembro vamos lançar um pacote com o Sabre que resolverá várias demandas dos clientes, do reconhecimento de status no Smiles à antecipação de reservas.”
5. Malha. Malha. Malha. Em novembro, a Gol deve ter uma malha tão robusta como no pré-pandemia. Em Congonhas, por exemplo, a malha volta completa em 26 de outubro. Serão novamente mais de 20 voos na ponte Rio-São Paulo e mais voos na Super Ponte, para Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília... E também Recife, Salvador, Fortaleza. Congonhas é o aeroporto de alta frequência (mínimo de 5 voos por dia para cada destino) e também inclui Navegantes e Goiânia, por exemplo.
6. Canais reativados. Desde março o corporativo está voltando e as empresas falando em viajar, em fazer eventos. Não voltou tudo, e o preço mais alto inibe, mas está acontecendo. O funcionário em home office viaja também. O anywhere office é real. “Todos os canais estão voltando, consolidadoras também. As operadoras ainda estão abaixo de 2019 e há aí um potencial para crescer”, analisa o CEO da Gol.
7. "Tenho uma visão otimista em relação a nosso alcance de malha, principalmente com o MAX, que nos possibilita voltar a crescer no internacional até a Flórida. Também vamos crescer regionalmente e ser consistentes. Temos os pés no chão. Tiramos muitas lições da pandemia e vamos entregar o que nos propusemos baseados em três pilares: crescimento (e vamos voltar a crescer), consistência (com foco na experiência do viajante) e proximidade (com clientes e colaboradores). Não podemos errar. A margem é muito pequena para fazer o certo", finaliza Celso Ferrer.
LATAM A UM PASSO DE SAIR DA RECUPERAÇÃO
O vice-presidente de Vendas do Latam Airlines Group, Andreas Schek, falou com a PANROTAS durante a GBTA 2022, em San Diego. E deu um panorama das mudanças na empresa, a saída do Chapter 11 e a importância do mercado brasileiro
1. Corporativo. O viajante a negócios demorou um pouco mais a voltar, mas isso já era esperado, segundo o executivo”. Hoje temos uma diferença de cerca de 10 pontos na velocidade de retorno, mas esse gap está se fechando cada vez mais (em relação ao lazer).” Está entre 65% e 70% do pré-pandemia. No doméstico, que está muito mais forte, a Latam já está em quase em 100%. No regional está mais lento e no internacional está no meio, porque os países da América do Sul demoraram muito a organizar o fim das restrições e as regras de entrada.
2. Malha. As rotas da Latam no Brasil já voltaram e a companhia acrescentou 10 novos destinos, chegando a 64. No internacional, hoje são 20 rotas no Brasil, contra 26 antes da pandemia. “Nossa participação de mercado no corporativo está em 40% (levando em conta a oferta de assentos). Somos de longe a empresa aérea no Brasil com maior market share para o corporativo.
3. Custos preocupam. “As pessoas me dizem que agora que a Latam está prestes a sair do Chapter 11 eu deveria estar mais tranquilo. Mas eu sempre lembro a elas que temos o alto preço dos combustíveis. É outra crise. Os custos estão muitos mais altos, o que impacta nos preços, mesmo com uma nova estrutura de custos, mais eficiente. O público realmente pensa que isso (aumento de tarifa) é margem, mas não é, é por conta do aumento de combustível. Nosso yield, o valor do bilhete, aumentou cerca de 20%, mas esse índice é completamente absorvido pelo aumento do combustível”, explica Schek.
4. Parceria com Delta. A autorização final do governo americano já está sinalizada, faltam apenas os trâmites burocráticos. Esperem novidades nesse sentido para este mês. “Quando começarmos as conversas mais profundas com a Delta vamos poder ter uma oferta distinta e mais competitiva para os Estados Unidos. Será um game changer no mercado. Quanto às demais regiões, estamos analisando como recuperar as rotas onde ainda não voltamos e como atender melhor o passageiro internacional”, diz o VP da Latam.
5. Chapter 11. A previsão é de sair do programa de recuperação até o final do ano. “Estamos mais leves, uma empresa que redefiniu fortemente sua intenção e relevância no mercado.”
6. Tecnologia. Antes da pandemia, a empresa havia iniciado um projeto profundo que repensava o que queria ser do ponto de vista tecnológico para seus clientes. “A resposta a nossas novas plataformas, ao app, foi muito boa por parte dos clientes. E geramos novos laços com esses passageiros, com uma comunicação mais direta, sem deixar de lado as vendas indiretas. Para as agências estamos investindo fortemente em NDC, para que tenham acesso a mais opções para seus clientes. Já temos várias agências conectadas, e esperamos até o fim do ano ter uma plataforma mais robusta para NDC. Estamos trabalhando em conjunto com as agências, os agregadores e os GDSs”, adianta Andreas Schek.
7. Assim como a Azul e a Gol, a Latam também não pretende voltar a uma aliança global. “Temos alianças fortes com nossos parceiros, quanto a milhas, checkin, bagagem... No final do dia, a experiência é seamless para o passageiro. Não está nos nossos planos ingressar em uma nova aliança, pois a experiência do cliente está muito boa com essas integrações com esses parceiros individuais.”
8. Brasil. O mercado brasileiro hoje responde por cerca de 50% em vendas no grupo. “No segundo trimestre do ano, estivemos apenas 6% abaixo do mesmo período de 2019. Já é franca recuperação”, diz o executivo. Antes da pandemia a empresa contava com 42 mil colaboradores, chegou a menos de 30 mil e hoje temos mais de 30 mil, privilegiando nas novas contratações quem foi Latam.
REVISTA PANROTAS
Esta matéria é parte integrante da Revista PANROTAS de número 1.537. Confira a edição digital completa, que trazemos a estreia da seção Sua História, com Sandra Kaspar, da United Airlines, a seguir.
AZUL VOA PARA MAIS DE 150 DESTINOS
O presidente da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, falou com a PANROTAS no evento da Capa, em Salvador. Veja alguns destaques a seguir.
1. Companhia aérea líder em número de destinos servidos no Brasil, a Azul Linhas Aéreas hoje conta com uma oferta de assentos 30% superior ao pré-pandemia. E tem mais de 150 destinos em sua malha.
2. Mais voos na região Norte: A Azul anunciou a volta do voo Belém-Fort Lauderdale, na Flórida, e o início do voo de Manaus também para FortLauderdale. Segundo o CEO da companhia, John Rodgerson, “agora estamos conectando muito mais a região do Amazonas. Quando começamos a voar para 16 destinos dentro da região amazônica e ampliamos o número de destinos liga - dos a Manaus, como Recife, encontramos essa demanda. Eu brinco que Fort Lauderdale é outra cidade brasileira. Agora você pode voar de Manaus para lá em apenas cinco horas, sendo também uma oportunidade para convidar os estrangeiros para virem ao Brasil, conhecerem a Amazônia, pescar e ver as belezas do ecoturismo”. Em Belém a Azul conta com um hub no Norte do País, que conecta com Campo Grande e muitos outros destinos. “Com todo o respeito, o brasileiro acha que o Brasil é São Paulo, Rio e Brasília. Há um mercado em Belém que viaja para os Estados Unidos e, para fazer isso, muitas vezes descia até São Paulo para voltar a subir. Quando você faz isso, o passageiro viaja menos. Se você pode ir em cinco horas, é outra experiência, e é o que a Azul oferece”, comenta Rodgerson.
3. Malha internacional completa só em 2023. Antes da pandemia, a Azul voava para Lisboa e Porto, Campinas-Fort Lauderdale; Campinas-Orlando; Confins-Fort Lauderdale e Recife-Orlando. Hoje, a empresa já tem dois voos para Lisboa por dia, dois para Fort Lauderdale, e voltou a Orlando. “Qual seria o próximo? Precisamos pensar no Porto, em Confins e Recife de novo, que, inclusive, ganharam mais conectividade. Todos gostam de pensar nos destinos mais atraentes, como Nova York, mas eu preciso, neste momento, voltar com os voos que eu tinha em 2019. Eu acho que a partir do segundo trimestre do ano que vem todos os voos estarão de volta. É nisso que estamos trabalhando”, promete o líder da Azul
4. Azul Viagens. A operadora da Azul fatura mais de R$ 1 bilhão ao ano e vai ter dois mil voos extras na alta temporada. “Nós estamos tentando fazer algo diferente das outras, com esses voos dedicados para os destinos e vários parceiros vendendo nossos pacotes no País inteiro”, disse John Rodgerson à PANROTAS.
5. Mercado de oportunidades. O Brasil, na avaliação de Rodgerson, ainda é um mercado muito imaturo, com grande potencial de crescimento. “Temos 200 milhões de brasileiros, mas quantos deles viajam de fato? Temos em um ano 100 milhões de passageiros, mas cada um que vai, volta, já reduz para 50 milhões. Desses, temos que considerar os que viajam dez vezes na ponte aérea... Acredito que possamos falar em 10 ou 15 milhões de CPFs de fato. Isso nos anima, porque se esse número vira 25 milhões, vamos crescer junto. Por isso estamos aqui.”
6. Alianças individuais. Rodgerson promete também continuar com os acordos com outras empresas aéreas, mas sem entrar em uma aliança global. “Se eu entro em uma Star Alliance, vou fechar portas para outras. Acredito nas parcerias e hoje temos grandes parceiros na United Airlines, na Jet Blue, na Tap...”
GOL COM FORÇA MÁXIMA EM NOVEMBRO
O novo CEO da Gol Linhas Aéreas, Celso Ferrer, recebeu a PANROTAS na sede da empresa, em Congonhas, menos de dois meses depois de tomar posse, sucedendo Paulo Kakinoff. E prometeu uma Gol com força máxima, equivalente a antes da pandemia, em novembro.
1. Para Celso Ferrer, a Gol está em uma fase de recontratação de seus objetivos, cultura, da postura frente ao cliente, que está muito mais exigente. “Então temos de melhorar a experiência digital, o autosserviço. E também é uma fase de colher o que plantamos e trabalhamos nos últimos anos. Como na questão da frota de 737 MAX. Chegaremos ao final de 2022 com 44 aeronaves desse tipo, que era nossa previsão antes da pandemia. Hoje são 36.”
2. Depois do corte de 10% na oferta de assentos de agosto a outubro, ele promete uma Gol a todo vapor em novembro. Com a produtividade no doméstico compatível à de 2019, no pré-pandemia. Já o internacional segue mais lento em sua recuperação e os voos para Santiago, no Chile, e Lima, no Peru, tiveram a volta adiada para 2023
3. Nova estrutura. A Gol está revi - sando todos os seus canais de atendimento e anunciou que irá unificar o atendimento do Smiles e da Gol. “Também fizemos uma reestruturação organizacional e criamos uma vice-presidência dedicada a Clientes e Fidelidade (ocupa - da por Carla Fonseca, CEO do Smiles e VP de Clientes). Para reagir às novas exigências do cliente”, explica Ferrer.
4. Pacote digital este mês. “Também queremos uma melhor experiência digital, uniformidade no atendimento e ainda em setembro vamos lançar um pacote com o Sabre que resolverá várias demandas dos clientes, do reconhecimento de status no Smiles à antecipação de reservas.”
5. Malha. Malha. Malha. Em novembro, a Gol deve ter uma malha tão robusta como no pré-pandemia. Em Congonhas, por exemplo, a malha volta completa em 26 de outubro. Serão novamente mais de 20 voos na ponte Rio-São Paulo e mais voos na Super Ponte, para Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília... E também Recife, Salvador, Fortaleza. Congonhas é o aeroporto de alta frequência (mínimo de 5 voos por dia para cada destino) e também inclui Navegantes e Goiânia, por exemplo.
6. Canais reativados. Desde março o corporativo está voltando e as empresas falando em viajar, em fazer eventos. Não voltou tudo, e o preço mais alto inibe, mas está acontecendo. O funcionário em home office viaja também. O anywhere office é real. “Todos os canais estão voltando, consolidadoras também. As operadoras ainda estão abaixo de 2019 e há aí um potencial para crescer”, analisa o CEO da Gol.
7. "Tenho uma visão otimista em relação a nosso alcance de malha, principalmente com o MAX, que nos possibilita voltar a crescer no internacional até a Flórida. Também vamos crescer regionalmente e ser consistentes. Temos os pés no chão. Tiramos muitas lições da pandemia e vamos entregar o que nos propusemos baseados em três pilares: crescimento (e vamos voltar a crescer), consistência (com foco na experiência do viajante) e proximidade (com clientes e colaboradores). Não podemos errar. A margem é muito pequena para fazer o certo", finaliza Celso Ferrer.
LATAM A UM PASSO DE SAIR DA RECUPERAÇÃO
O vice-presidente de Vendas do Latam Airlines Group, Andreas Schek, falou com a PANROTAS durante a GBTA 2022, em San Diego. E deu um panorama das mudanças na empresa, a saída do Chapter 11 e a importância do mercado brasileiro
1. Corporativo. O viajante a negócios demorou um pouco mais a voltar, mas isso já era esperado, segundo o executivo”. Hoje temos uma diferença de cerca de 10 pontos na velocidade de retorno, mas esse gap está se fechando cada vez mais (em relação ao lazer).” Está entre 65% e 70% do pré-pandemia. No doméstico, que está muito mais forte, a Latam já está em quase em 100%. No regional está mais lento e no internacional está no meio, porque os países da América do Sul demoraram muito a organizar o fim das restrições e as regras de entrada.
2. Malha. As rotas da Latam no Brasil já voltaram e a companhia acrescentou 10 novos destinos, chegando a 64. No internacional, hoje são 20 rotas no Brasil, contra 26 antes da pandemia. “Nossa participação de mercado no corporativo está em 40% (levando em conta a oferta de assentos). Somos de longe a empresa aérea no Brasil com maior market share para o corporativo.
3. Custos preocupam. “As pessoas me dizem que agora que a Latam está prestes a sair do Chapter 11 eu deveria estar mais tranquilo. Mas eu sempre lembro a elas que temos o alto preço dos combustíveis. É outra crise. Os custos estão muitos mais altos, o que impacta nos preços, mesmo com uma nova estrutura de custos, mais eficiente. O público realmente pensa que isso (aumento de tarifa) é margem, mas não é, é por conta do aumento de combustível. Nosso yield, o valor do bilhete, aumentou cerca de 20%, mas esse índice é completamente absorvido pelo aumento do combustível”, explica Schek.
4. Parceria com Delta. A autorização final do governo americano já está sinalizada, faltam apenas os trâmites burocráticos. Esperem novidades nesse sentido para este mês. “Quando começarmos as conversas mais profundas com a Delta vamos poder ter uma oferta distinta e mais competitiva para os Estados Unidos. Será um game changer no mercado. Quanto às demais regiões, estamos analisando como recuperar as rotas onde ainda não voltamos e como atender melhor o passageiro internacional”, diz o VP da Latam.
5. Chapter 11. A previsão é de sair do programa de recuperação até o final do ano. “Estamos mais leves, uma empresa que redefiniu fortemente sua intenção e relevância no mercado.”
6. Tecnologia. Antes da pandemia, a empresa havia iniciado um projeto profundo que repensava o que queria ser do ponto de vista tecnológico para seus clientes. “A resposta a nossas novas plataformas, ao app, foi muito boa por parte dos clientes. E geramos novos laços com esses passageiros, com uma comunicação mais direta, sem deixar de lado as vendas indiretas. Para as agências estamos investindo fortemente em NDC, para que tenham acesso a mais opções para seus clientes. Já temos várias agências conectadas, e esperamos até o fim do ano ter uma plataforma mais robusta para NDC. Estamos trabalhando em conjunto com as agências, os agregadores e os GDSs”, adianta Andreas Schek.
7. Assim como a Azul e a Gol, a Latam também não pretende voltar a uma aliança global. “Temos alianças fortes com nossos parceiros, quanto a milhas, checkin, bagagem... No final do dia, a experiência é seamless para o passageiro. Não está nos nossos planos ingressar em uma nova aliança, pois a experiência do cliente está muito boa com essas integrações com esses parceiros individuais.”
8. Brasil. O mercado brasileiro hoje responde por cerca de 50% em vendas no grupo. “No segundo trimestre do ano, estivemos apenas 6% abaixo do mesmo período de 2019. Já é franca recuperação”, diz o executivo. Antes da pandemia a empresa contava com 42 mil colaboradores, chegou a menos de 30 mil e hoje temos mais de 30 mil, privilegiando nas novas contratações quem foi Latam.
REVISTA PANROTAS
Esta matéria é parte integrante da Revista PANROTAS de número 1.537. Confira a edição digital completa, que trazemos a estreia da seção Sua História, com Sandra Kaspar, da United Airlines, a seguir.