Cadier cita planejamento e custos como desafios atuais da aviação
O CEO da Latam participou do Primocast, podcast apresentado por Thiago Nigro, conhecido como Primo Rico
Durante episódio do podcast Primocast, Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil, afirmou que os principais desafios da aviação atualmente são o planejamento e os altos custos. O Primocast é apresentado por Thiago Nigro, também conhecido como Primo Rico, escritor e youtuber de finanças e empreendedorismo.
"O principal desafio agora é planejar. Não fazemos ideia do que vai acontecer daqui para frente. Há quatro semanas, ninguém tinha ouvido falar sobre ômicron, ninguém sabia que tipo de impacto teria, e agora você precisa planejar sem saber. Daqui a um mês, quantos passageiros vão ter intenção de voar para o Exterior? Para qual destino? Quantos aviões preciso colocar em que rota? Você não sabe. Antes, você tinha uma grande capacidade de planejamento", explicou Cadier.
O CEO da Latam também abordou o segundo principal desafio atual: o custo. "Como você (Thiago) sabe, nós dependemos muito do dólar. Antes da pandemia, o dólar estava R$ 4,20 e agora está em R$ 5,70. E, como 60% dos custos de uma companhia aérea são dólarizados, então pra gente é uma bomba isso. Além do que, em reais mesmo, tivemos muita inflação de mão de obra, combustível. Tudo que estão vendo do aumento da gasolina, o querosene de aviação aumentou ainda mais. Estamos pagando 100% a mais no querosene de aviação do que pagávamos antes da pandemia e 30% dos custos da Latam são só o querosene, o combustível", afirmou.
Durante a conversa, Thiago Nigro também questionou Cadier sobre os motivos que fazem com que empresas de aviação quebrem tanto, citando um histórico de falências e fusões na própria aviação brasileira. Cadier citou quatro motivos: a grande expectativa com o futuro da aviação, investimentos enormes para montar uma empresa aérea, questão emocional ainda atrelada à tomada de decisões na indústria e uma margem de lucro apertada em empresas com faturamentos enormes.
"É difícil de explicar, porque no fundo o que você vê, esse histórico de quebras, não é dos últimos dez anos, é dos últimos 50 anos. E o que vemos, tentando explicar essa mortalidade das empresas de aviação, é que todo mundo acha que esse mercado vai crescer loucamente pra frente. E vem crescendo. Se pegarmos no Brasil, nos últimos 15 anos, estamos transportando três vezes mais passageiros hoje do que transportava 15 anos atrás. Todo mundo aposta muito no futuro da aviação", explicou Cadier sobre o primeiro motivo.
"O segundo problema é que você tem investimentos enormes para montar uma empresa aérea e muitas vezes você erra por muitos milhões. Um exemplo é o que aconteceu há pouco tempo no Brasil com a Itapemirim. A terceira é que a aviação ainda tem um quê de paixão. Tem um pouco essa questão emocional que não afeta tanto o executivo, mas afeta o dono. O pensamento de 'vou ter uma companhia aérea minha' faz você tomar decisões com o coração, e não com a cabeça. E, por último, margens super apertadas. Não é um setor que ganha muito dinheiro. É um setor que fatura muito, mas com uma margem muito pequena. Então, quando você erra, você erra por muito. E isso faz com que muitas empresas quebrem", concluiu o executivo.
Confira abaixo o podcast completo.
"O principal desafio agora é planejar. Não fazemos ideia do que vai acontecer daqui para frente. Há quatro semanas, ninguém tinha ouvido falar sobre ômicron, ninguém sabia que tipo de impacto teria, e agora você precisa planejar sem saber. Daqui a um mês, quantos passageiros vão ter intenção de voar para o Exterior? Para qual destino? Quantos aviões preciso colocar em que rota? Você não sabe. Antes, você tinha uma grande capacidade de planejamento", explicou Cadier.
O CEO da Latam também abordou o segundo principal desafio atual: o custo. "Como você (Thiago) sabe, nós dependemos muito do dólar. Antes da pandemia, o dólar estava R$ 4,20 e agora está em R$ 5,70. E, como 60% dos custos de uma companhia aérea são dólarizados, então pra gente é uma bomba isso. Além do que, em reais mesmo, tivemos muita inflação de mão de obra, combustível. Tudo que estão vendo do aumento da gasolina, o querosene de aviação aumentou ainda mais. Estamos pagando 100% a mais no querosene de aviação do que pagávamos antes da pandemia e 30% dos custos da Latam são só o querosene, o combustível", afirmou.
Durante a conversa, Thiago Nigro também questionou Cadier sobre os motivos que fazem com que empresas de aviação quebrem tanto, citando um histórico de falências e fusões na própria aviação brasileira. Cadier citou quatro motivos: a grande expectativa com o futuro da aviação, investimentos enormes para montar uma empresa aérea, questão emocional ainda atrelada à tomada de decisões na indústria e uma margem de lucro apertada em empresas com faturamentos enormes.
"É difícil de explicar, porque no fundo o que você vê, esse histórico de quebras, não é dos últimos dez anos, é dos últimos 50 anos. E o que vemos, tentando explicar essa mortalidade das empresas de aviação, é que todo mundo acha que esse mercado vai crescer loucamente pra frente. E vem crescendo. Se pegarmos no Brasil, nos últimos 15 anos, estamos transportando três vezes mais passageiros hoje do que transportava 15 anos atrás. Todo mundo aposta muito no futuro da aviação", explicou Cadier sobre o primeiro motivo.
"O segundo problema é que você tem investimentos enormes para montar uma empresa aérea e muitas vezes você erra por muitos milhões. Um exemplo é o que aconteceu há pouco tempo no Brasil com a Itapemirim. A terceira é que a aviação ainda tem um quê de paixão. Tem um pouco essa questão emocional que não afeta tanto o executivo, mas afeta o dono. O pensamento de 'vou ter uma companhia aérea minha' faz você tomar decisões com o coração, e não com a cabeça. E, por último, margens super apertadas. Não é um setor que ganha muito dinheiro. É um setor que fatura muito, mas com uma margem muito pequena. Então, quando você erra, você erra por muito. E isso faz com que muitas empresas quebrem", concluiu o executivo.
Confira abaixo o podcast completo.