TAP prevê reestruturação aprovada ainda em 2021
Christine Ourmières-Widener, CEO da aérea, está no Brasil e fala sobre os planos de transformação
A TAP está definitivamente de volta ao Brasil. E estará ainda mais quando seu plano de reestruturação, que tem relação direta com o nosso mercado, entrar oficialmente em execução. CEO da companhia há cerca de cinco meses, Christine Ourmières-Widener está no País e diz que na verdade desde antes de sua chegada a TAP já está em meio a esse processo, que ela prefere chamar de transformação. O plano está atualmente em posse da Comissão Europeia, e a aérea trabalha com a convicção de que ele será aprovado antes de 2022.
Cortes de custos relevantes foram realizados, o que incluiu enxugar o número de funcionários e reduzir a frota em aproximadamente 20 aeronaves, chegando a cerca de 90. Christine relata a dificuldade de todo o plano, que terá a duração de quatro anos e é visto como essencial. Por meio dele, a CEO acredita que a TAP será sustentável, forte e estará definitivamente reestruturada, como uma companhia aérea precisará estar em um mundo transformado pela pandemia.
"Nenhuma empresa gostaria de passar pelo que estamos passando, mas nossa transformação está sendo bem feita e será definitiva. Já não há mais expectativa de cortes em nosso radar. Vamos provar que é possível apresentar uma nova TAP após esses quatro anos, depois da aprovação da Comissão Europeia, que já era para ter saído e, esperamos, será feita antes do ano que vem", afirma a CEO. "Agora é um assunto nas mãos do poder público. Já renegociamos contratos, revimos processos, reorganizamos a casa. E isso vem sendo feito antes de minha chegada. Meu papel é levar isso adiante."
Segundo Christine, o ajuste de rotas e capacidade também é componente fundamental do plano de reestruturação da TAP, e o anúncio de retorno a 11 cidades brasileiras logo após a reabertura das fronteiras é prova de que "o Brasil continua sendo o mercado internacional mais importante para a TAP".
"Temos de voar para os países que nos dão mais lucro, nos assegurarmos de que investimos nos mercados certos. As rotas de e para o Brasil vêm sendo lançadas e ampliadas gradualmente e esta é a prova do quanto o País é essencial para a companhia", afirma a francesa, reconhecendo que há aspectos a melhorar no mercado brasileiro.
MELHORIAS NO B2B E B2C
"Principalmente no relacionamento com o cliente. Sabemos que não somos perfeitos e precisamos melhorar neste que é nosso principal mercado de longa distância. Estamos trabalhando em um processo de melhoria B2C e B2B, ouvindo o cliente, entendendo o que ele busca. Nesta semana nos reunimos com os cinco maiores vendedores de TAP no País, entre consolidadoras e agências. Nossa transformação engloba a melhoria de toda experiência de voo, do call center ao site, do check-in ao desembarque. Estamos trabalhando também para aprimorar nossa parceria com a Gol e a Azul."
Christine Ourmières-Widener diz que os planos são de recuperar a oferta internacional da TAP em 100% do pré-pandemia apenas em 2023. "No ano que vem já alcançaremos 80%. Temos de focar em sustentabilidade das operações neste momento."
RETORNO AO BRASIL
Em setembro, logo após o anúncio das fronteiras, a TAP retomou 37 frequências semanais entre Portugal e Brasil. Com início neste mês de outubro, são 53 frequências semanais
FREQUÊNCIAS SEMANAIS DA TAP ENTRE PORTUGAL E BRASIL (OUTUBRO):
4x LISBOA-BELO HORIZONTE4x LISBOA-BRASÍLIA
6x LISBOA-FORTALEZA
11x LISBOA-RIO DE JANEIRO
14x LISBOA-SÃO PAULO
5x LISBOA-SALVADOR
1x PORTO-RIO DE JANEIRO
2x PORTO-SÃO PAULO
NATAL, BELÉM E MACEIÓ RETOMAM
A partir de novembro, a TAP retoma voos de Lisboa e Belém, duas vezes por semana; a Natal, três vezes por semana; e a Maceió, com quatro semanais.
MELHORAR A IMAGEM DO BRASIL NA EUROPA
A CEO Christine Ourmières-Widener diz que está trabalhando para encher as aeronaves no fluxo Portugal-Brasil. No entanto, admite que a imagem do nosso País ficou comprometida lá fora com as notícias sobre a pandemia de covid-19.
"Acabamos de fazer uma reunião com o governo do Rio Grande do Norte. A ideia é termos esse tipo de parceria regional para divulgação dos destinos lá fora, principalmente na alta temporada de verão no Brasil. Este é um destino muito querido principalmente pelos portugueses, e temos de mostrar que a vacinação aqui avançou e as taxas negativas da pandemia caíram."