Victor Fernandes   |   20/11/2020 16:33

Aéreas e aeroportos estão otimistas com retomada de voos

No evento Café para Viagem, companhias aéreas compartilharam ações diante da pandemia e suas visões

Divulgação
Estiveram presentes no evento virtual representantes da Azul, Copa, Tap e Zurich Airports
Estiveram presentes no evento virtual representantes da Azul, Copa, Tap e Zurich Airports
O setor aéreo está otimista sobre a recuperação do mercado aéreo e de Turismo. Este é o consenso da edição especial do "Café para Viagem", evento mensal da gestora de viagens corporativas A1 para debater o mercado. O evento aconteceu nesta quinta-feira (19), e recebeu Maria João Raupp, da Gerência Regional de Vendas para Rio Grande do Sul e Santa Catarina da Tap Air Portugal; Ricardo Gesse, CEO dos aeroportos de Florianópolis, Vitória e Macaé, administrados pela Zurich Airport International; Rosana Caporal, executiva de vendas da Copa Airlines; e Joaquim Domingos de Oliveira, gerente de vendas da Azul Linhas Aéreas; além da equipe da A1.

Todas as empresas comentaram que, após a forte queda no começo da pandemia, o setor começa a retomar suas atividades. “A cada rota retomada, fazemos questão de fazer o batismo de novo. Cada retomada depois desta crise é uma grande conquista”, celebrou Rosana Caporal, da Copa Airlines. Os palestrantes apontaram a reabertura de fronteiras, a maior confiança do consumidor e a retomada da economia como fatores importantes para essa recuperação.

Joaquim Domingos de Oliveira fez um retrospecto da Azul. Depois de fechar 2019 como uma das aéreas mais rentáveis do mundo, com a pandemia a Azul reduziu 50% da oferta de voos e passou a operar com 8% da sua capacidade. Agora, já opera com 70% dos trajetos e terá 80% das rotas reestabelecidas até o final de 2020. Domingos também comentou uma importante adaptação na estratégia da empresa, que começa a abrir rotas em cidades como Búzios (RJ), Gramado (RS) e Caruaru (PE). “Queremos tirar os viajantes das estradas. Iríamos começar a operar Nova York este ano, mas, com o fechamento das fronteiras, isso se tornou inviável. Nós vamos em breve a Nova York, e antes vamos também a Caruaru”, disse.

A Copa Airlines também sentiu o fechamento das fronteiras norte-americanas. Mas, como grande parte dos voos acontece pela América Latina, o foco agora são destinos no Caribe. Apostando que a situação sanitária será controlada com a chegada da vacina, a Copa trabalha para que os passageiros se sintam seguros a já programar suas viagens. Para isso, a companhia adotou facilidades como até três remarcações gratuitas das passagens, que podem ser utilizadas até 31 de dezembro de 2021.

Com as fronteiras da União Europeia fechadas, a Tap Air Portugal ainda não pode atender à demanda reprimida de passageiros interessados em voar para a Europa. “Hoje, 69% da nossa operação atende a portugueses expatriados que voltam a Portugal”, explicou Maria João. Cautelosa em relação a quando a vacina estará efetivamente disponível para a população, a gerente conta que a companhia reposicionou sua estratégia para aproveitar oportunidades em transporte de cargas. Ela lembrou que, mesmo sem voar para a China, a Tap foi responsável por transportar equipamentos médicos chineses para diversos países do mundo, e acredita que a distribuição da vacina também demandará muito das transportadoras de carga.

Ricardo Gesse, da Zurich Airport International, vê evidente aumento na demanda de seus aeroportos – que, depois de operar com 5% da capacidade, hoje têm cerca de 80% de ocupação. “O aeroporto de Vitória atende basicamente a viagens corporativas, e está reagindo muito bem. É possível fechar negócio pela internet, mas é a interação pessoal que gera os laços de confiança entre as pessoas”, observou Gesse. Joaquim Domingos de Oliveira lembrou que, nos anos 90, também eram altas as expectativas em relação aos efeitos da internet sobre as interações pessoais e viagens corporativas. “Mas isso não aconteceu. Acho que hoje vivemos um momento parecido. Acredito que pode alterar algo na demanda, mas acabar, não”, cravou o executivo da Azul.

PROTOCOLOS

Outro destaque do “Café para Viagem” foi o forte controle sanitário que passou a fazer parte das rotinas de voo e em solo, como higienização rigorosa das aeronaves com produtos altamente desinfetantes, tapetes sanitizantes, redução das interações com passageiros e adaptação do serviço de bordo.

Maria João Raupp explicou que a Tap opta por colocar os passageiros em assentos o mais distante possível. “Não bloqueamos os assentos, pois isso teria um impacto na tarifa. Mas não estamos operando com voos completamente cheios, então sempre optamos por distribuir os passageiros na aeronave observando o melhor distanciamento possível”. De acordo com Ricardo Gesse, os aeroportos da Zurich Airport International adotaram lupas para que os funcionários não precisem pegar os documentos dos passageiros na hora do embarque. Joaquim Domingos de Oliveira destacou que a Azul utiliza sistema com raios ultravioleta na desinfecção das aeronaves.

COMUNICAÇÃO

Ricardo Gesse também apontou outro desafio importante: a comunicação. Para ele, garantir que os passageiros conheçam as ações sanitárias no setor aéreo é tão importante quanto as próprias medidas de higienização. “Voar é seguro, e a campanha da Iata foi muito importante para comunicar isso. As aeronaves dispõem de filtros hepa, os mesmos usados em hospitais, e alguns sistemas trocam todo o ar das cabines a cada dois minutos. Em um avião, o risco de contaminação é de um para cada 27 milhões de viajantes. Voar é muito mais seguro do que ir ao supermercado”, afirmou.

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