Aérea da Iberostar estuda voo entre Europa e Salvador
E na parte de operadora quer mais negócios com o Brasil, diz o presidente Gabriel Subías
O Grupo Iberostar, como noticiado pelo Portal PANROTAS, lança, em março de 2021, sua companhia aérea própria, a World2Fly, para início de operações visando ao verão do ano que vem no Hemisfério Norte. Segundo o presidente da World2Meet (W2M), operadora do Grupo Iberostar, Gabriel Subías, a World2Fly já tem assinado contrato para dois A350 novos e negocia um A330 (negociado com outra aérea) para ingressar na frota.
O início das operações deve ser entre a Espanha e três destinos no Caribe, onde o grupo possui resorts: República Dominicana, Cuba e México. A empresa também deve ter saídas de Portugal e é um desejo de Subías ter um voo para Salvador, onde a Iberostar tem dois resorts.
Grande fã do destino (ele já passou nove carnavais na capital da Bahia), o presidente da World2Meet disse que ainda iniciará estudos para o voo para Salvador. Ou seja, por ora é apenas um desejo. “É um destino maravilhoso, mas que requer muita promoção e um trabalho maior, pois a percepção do Brasil na Europa ainda é de um país com riscos e insegurança, o que considero totalmente injusto. Mas para retirar essa imagem é necessária uma promoção maior (do que para o Caribe)”, afirmou.
A atuação da World2Fly será apenas em voos de longo curso, de olho nos viajantes em férias entre a Europa e o Caribe, e possivelmente o Brasil.
VOLTA ÀS ORIGENS
Subías trabalhou na Iberostar de 1987 até 2006, ano em que toda a parte que não estava ligada aos resorts (como as operadoras e a empresa aérea) foi vendida ao Carlyle. Ele seguiu para o fundo, para tocar a Orizonia e lá ficou até 2010, depois que o Carlyle comprou a brasileira CVC, mas sem a Orizonia na negociação. Gabriel então seguiu para o Grupo Barceló, onde ficou até o final de 2019, quando recebeu convite de Miguel Fluxá, dono da Iberostar, para tocar o projeto da World2Meet, que de uma bedbank está se transformando em um novo conglomerado de operações dentro da rede hoteleira, incluindo empresa aérea (World2Fly), operadora (a marca será definida em breve) e uma TMC (o grupo acaba de comprar a Viajes Dos, na Espanha, para atuar em viagens de negócios e eventos).
A W2M, segundo Subías, ainda está analisando novos negócios, como uma operadora de circuitos na Europa e uma nova rede de agências de lazer. E contratando novos diretores para cada unidade, especialmente a companhia aérea, que está a menos de um ano do lançamento.
A criação da companhia aérea e dessas outras empresas revive no Grupo Iberostar o projeto dos anos 1990, quando tinha a Iberojet, Turavia, Via Tours e outras marcas, formando um grupo com empresa aérea, receptivo, lojas e operadora, além dos hotéis. Só que agora o projeto está maior e com mais qualidade, segundo Gabriel Subías.
“Hoje o cenário do Turismo é outro. Antes tínhamos a força da rede de lojas e só. Agora, temos uma plataforma tecnológica de ponta, mais dinamismo na contratação de hotéis e fornecedores, uma operadora mais abrangente e mais qualidade. Veja que vamos lançar a aérea com dois A350 novos, diretos da fábrica, um avião moderno e zero quilômetro”, explica ele. “Nossa rede hoje é mais sofisticada”, avalia.
A operadora, segundo ele, terá atuação na venda generalista de produtos de sol e praia, com foco no Caribe, e nas grandes viagens, que são circuitos mais completos, que podem envolver o luxo, mas não necessariamente, e que têm um tíquete médio de cerca de três mil euros por passageiro.
BRASIL
No ano passado, a World2Meet teve uma venda de 800 milhões de euros, especialmente na comercialização de hotelaria. A empresa já tem bases na Espanha, Portugal, México, Cuba, República Dominicana, Egito, Turquia, Marrocos, Bulgária, Dubai e Tailândia, além de um receptivo forte na Espanha, atendendo principalmente europeus.
No Brasil, a W2M já vende para operadoras, como a CVC, e para OTAs, e segundo Subías a meta é ampliar os parceiros por aqui. Com cerca de 300 mil hotéis no portfólio, a empresa ainda analisa se atenderá as agências de viagens no País. “Cheguei em 15 de fevereiro e logo depois veio a pandemia, então estamos estudando ainda projetos que já havia antes, como a de operadora de circuitos, e outras oportunidades. Mas vamos ampliar os negócios com o Brasil”, disse.
PANDEMIA
A crise causada pela covid-19 vai levar a empresa a vender este ano 25% do total de 2019, ou 200 milhões de euros.
“Desde junho estamos sentindo uma recuperação, alcançamos 45% das vendas pré-pandemia, mas temos sentido duas tendências: muito mais cancelamentos e vendas para o próprio país. Mexicanos viajando no México, espanhóis na Espanha e por aí vai. Estamos trabalhando, mas não crescendo... Mas à medida em que os viajantes vão se sentindo mais seguros, acreditamos na retomada imediata dos produtos de lazer”, finaliza o executivo, prometendo visitar o Brasil assim que possível para dar continuidade aos projetos com o País.