Gol destaca liquidez e aponta melhora na demanda no 2T20
Com queda brusca no número de passageiros, companhia encerrou 2T20 com R$3,3 bilhões em caixa e recebíveis
Com queda brutal no volume de passageiros e voos nesta que é a maior crise do setor aéreo, a Gol Linhas Aéreas ressalta a preservação da liquidez no segundo trimestre de 2020, período que encerrou com R$ 3,3 bilhões em caixa e recebíveis. A companhia, que garante o apoio de "muitos de seus stakeholders", amortizou R$ 304 milhões em principal e R$ 47 milhões em juros e dívidas e arrendamentos no trimestre.
A receita líquida da Gol de abril a junho de 2020 foi de R$ 358 milhões, valor 89% abaixo do mesmo período em 2019. No entanto, a companhia já vê sinais de recuperação dentro do próprio trimestre. Isso porque a receita mensal iniciou com R$ 104,3 milhões em abril e terminou com R$ 164,1 milhões em junho, representando um crescimento de 57%. As outras receitas totalizaram R$ 115 milhões, redução de 37% em comparação ao 2T19.
O número de Passageiro-Quilômetro Transportado Pago (RPK) diminuiu 92% comparativamente ao 2T19, totalizando 773 milhões. Porém, de abril a junho a Gol registrou um aumento de 103% em RPK.
O Assento Quilômetro Ofertado (ASK) cresceu 104% dentro do trimestre, uma redução de 91% em relação ao 2T19. A Gol transportou 600 mil passageiros no trimestre, que representa queda de 92% no mesmo período de 2019.
"Para contrabalançar o forte declínio na receita, tomamos diversas medidas para diminuir custos e preservar a liquidez, a fim de atravessarmos essa crise. Reduzimos nosso consumo de caixa médio diário para R$ 3 milhões no 2T20, assim como adotamos todas as medidas necessárias para oferecer uma experiência de voo segura e confortável", afirma o presidente da companhia, Paulo Kakinoff. "A demanda dos clientes está retornando e, como consequência, estamos gradualmente aumentando nossa capacidade."
Kakinoff acrescentou: "A resiliência financeira da Gol neste mercado confirma a assertividade do trabalho realizado para fortalecer nosso balanço nos últimos quatro anos, e não apenas nos últimos quatro meses. A contínua dedicação dos colaboradores da companhia e o apoio dos nossos diversos stakeholders serão fundamentais para atravessarmos esse período sem precedentes".
FROTA
A Gol encerrou junho com uma frota total de 130 B737s e com 27 aeronaves operando em sua malha. Em relação a junho de 2019, as operações de voo representaram 13% em média e cresceram para 17% no final do mês, ou 120 voos diários, com a reabertura planejada de sete bases: Juazeiro do Norte (CE), Foz do Iguaçu (PR), Navegantes (SC), Petrolina (PE), Porto Seguro (BA), Ilhéus (SC) e Chapecó (SC) e maior frequência na ponte aérea Rio-São Paulo.
AUMENTO NA OFERTA
Com um aumento para aproximadamente 250 voos diários em julho, as operações devem ficar em torno de 25% do realizado de julho de 2019. Neste mês ainda foram retomadas oito bases da Gol e cinco em parceria com a VoePass. A Gol operará 36 aeronaves na malha e planeja reabrir 14 bases.
LIQUIDEZ FINANCEIRA PRESERVADA
A Gol ainda destaca que, para preservar a liquidez financeira da companhia adotou importantes iniciativas tais como a postergação de pagamentos de arrendamentos, cortes de investimentos não essenciais, suspensão dos gastos com marketing e propaganda, adiamento no recebimento de novas aeronaves, renegociação de prazos com fornecedores e redução significativa nas despesas com pessoal.
Outra medida foi a adesão à MP 936, convertida na Lei nº14.020/20, que compreende a redução de jornada e salários e a suspensão de contratos de trabalho de colaboradores.
Gerenciamento de custos por conta de aeronaves no solo, acordo com fornecedores de combustíveis, suporte do governo, entre outros pontos, foram mencionados pela companhia como medidas bem-sucedidas.