Aéreas analisam e questionam futuro da aviação; veja
A HIP Hotels promoveu um webinar com quatro executivos da aviação para entender o futuro do setor no País.
Estendendo seu calendário de webinares, a HIP Hotels promoveu hoje (27) um encontro virtual com quatro executivos da aviação brasileira para entender o que esperar do futuro da aviação, quais serão as habilidades necessárias, como acontecerá a retomada, quais os desafios financeiros, como equilibrar preço de passagens, quais serão os protocolos de limpeza e higienização, entre outras "perguntas de 1 milhão", como foram apelidadas pelos painelistas devido à grande incerteza do momento.
O primeiro convidado, o country manager da Qatar Airways, Renato Hagopian, abordou a cadência e o sequenciamento da retomada, afirmando que o normal não será o mesmo passada a crise. "O sequenciamento vai depender muito do planejamento das aéreas. Em dezembro, é muito capaz que as aéreas ainda não estejam operando 100% de suas rotas e de seus aviões. Vai ser um novo normal em que precisaremos nos adaptar. Agora, é impossível fazer uma previsão. Nas próximas duas semanas, começaremos a enxergar os horizontes a partir da revisão das políticas", afirmou Hagopian.
O representante da Qatar no Brasil também disse acreditar que a retomada partirá do viajante corporativo, mas que ainda será necessário entender qual será sua demanda de viagens, já que aprendemos a trabalhar virtualmente durante a quarentena. Para Hagopian, o futuro também depende muito da ajuda governamental. "Só uma retomada da receita poderá responder à tendência de parcerias e aquisições. Prevejo sim algumas quebras, e quem sobreviver, terá sequelas. Parcerias não serão só importantes, mas fundamentais e estratégicas", completou.
ITÁLIA
Em sequência, quem abordou os futuros desafios financeiros da aviação foi o country manager da Alitalia, Nelson de Oliveira, que apontou o cenário "catastrófico" que os relatórios da Iata vêm apresentando, com grande quedas de receita, passageiros e voos. "A recuperação será em U, e não em V como acreditaríamos que seria, será uma recuperação lenta. Primeiro, teremos uma retomada do doméstico e depois do internacional. Com o primeiro atingindo níveis pré-crise em 2022 e o segundo apenas em 2023 e 2024. São quatro anos para uma retomada da aviação", afirmou Oliveira.
Abordando as ferramentas e direções para sobreviver à crise, o executivo da aérea italiana citou novamente a necessidade do apoio governamental, seja por meio de empréstimos ou alívio fiscal. "A proporção dessa ajuda será mais ou menos equivalente à rapidez da retomada", afirmou. Além disso, Oliveira julga importante muita resiliência, luta, informação para combater desconfiança dos clientes, agentes na tradução dessas informações e novos protocolos de limpeza. "Nós não vamos desistir. Somos amantes do mercado de viagens. E o momento vai demandar esse espírito de luta e união", concluiu.
BRASIL
Em sequência, a gerente nacional de Vendas Lazer da Gol, Renata Pestana, foi convidada para comentar sobre as estratégias para o aéreo doméstico e internacional. Contrariando a fala do ministro do Turismo, que defende a retomada por viagens rodoviárias, a executiva afirmou ser "impraticável pensar em um país continental como o Brasil sem o transporte aéreo". Sobre a retomada, Renata afirmou estar sendo "avaliada pouco a pouco". "Passamos de 750 voos por dia para 50 em abril. A partir da análise desse mês, decidimos a malha de maio. A cada momento é preciso um novo rearranjo das operações avaliando demanda e oferta".
A demanda e oferta também resultará no valor das tarifas. "Precisamos sentir o posicionamento dos clientes e fazer um termômetro para o planejamento de ações", afirmou a gerente da Gol. Renata concluiu seu raciocínio abordando a retomada para o Exterior: "Em julho, deve iniciar uma retomada gradual do internacional. Primeiro, retomaremos viagens mais próximas, nas quais temos uma garantia e segurança maior. Precisamos ter cautela para reconquistar a confiança dos clientes", completou.
AMERICAN
Por último, quem abordou o momento e os futuros protocolos de limpeza e higienização foi o diretor de Vendas da American Airlines para a América do Sul e Central, Dilson Verçosa Jr. "O coronavírus veio como crise sanitária e sairá como crise financeira também. A última crise que mudou a aviação foi o 11 de setembro, quando nosso inimigo era a segurança e uma série de medidas foi tomada, tornando o medo das pessoas em viajar no grande desafio da indústria. A volta desta crise vai ser muito parecida na ordem da retomada da confiança do cliente. Não só em segurança, mas em cima dos protocolos de saúde também", afirmou o executivo.
"Como indústria, ainda não temos um protocolo. Isso será elaborado. Atualmente, as nossas medidas de limpeza são de acordo com orientações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Algumas medidas importantes, como a pulverização do ar, já são aplicadas há muito tempo. Como a companhia vai comunicar esses protocolos de saúde é que será definido como diferencial. Hoje, estudamos a higienização de carpetes, bancos, cintos, o cancelamento do serviço de bordo em voos com menos de quatro horas. Tudo isso em uma indústria voando com 25% de ocupação, em que você pode bloquear o assento meio. Ainda não existe um protocolo para as empresas seguir daqui para frente", concluiu Verçosa.
No geral, os executivos, assim como todo o mundo, ainda possuem muitas dúvidas sobre o futuro da aviação e o ritmo da retomada, replanejando suas ações e planos a cada dia a partir de novas informações. "É um momento absolutamente sem precedentes. É talvez a maior crise que o Turismo já tenha passado em sua existência e com um elemento disruptivo que é a alteração do modus operandi. Precisamos nos adaptar a um novo patamar de viagens", afirmou Oliveira durante o evento virtual.
Confira o webinar completo abaixo.
O primeiro convidado, o country manager da Qatar Airways, Renato Hagopian, abordou a cadência e o sequenciamento da retomada, afirmando que o normal não será o mesmo passada a crise. "O sequenciamento vai depender muito do planejamento das aéreas. Em dezembro, é muito capaz que as aéreas ainda não estejam operando 100% de suas rotas e de seus aviões. Vai ser um novo normal em que precisaremos nos adaptar. Agora, é impossível fazer uma previsão. Nas próximas duas semanas, começaremos a enxergar os horizontes a partir da revisão das políticas", afirmou Hagopian.
O representante da Qatar no Brasil também disse acreditar que a retomada partirá do viajante corporativo, mas que ainda será necessário entender qual será sua demanda de viagens, já que aprendemos a trabalhar virtualmente durante a quarentena. Para Hagopian, o futuro também depende muito da ajuda governamental. "Só uma retomada da receita poderá responder à tendência de parcerias e aquisições. Prevejo sim algumas quebras, e quem sobreviver, terá sequelas. Parcerias não serão só importantes, mas fundamentais e estratégicas", completou.
ITÁLIA
Em sequência, quem abordou os futuros desafios financeiros da aviação foi o country manager da Alitalia, Nelson de Oliveira, que apontou o cenário "catastrófico" que os relatórios da Iata vêm apresentando, com grande quedas de receita, passageiros e voos. "A recuperação será em U, e não em V como acreditaríamos que seria, será uma recuperação lenta. Primeiro, teremos uma retomada do doméstico e depois do internacional. Com o primeiro atingindo níveis pré-crise em 2022 e o segundo apenas em 2023 e 2024. São quatro anos para uma retomada da aviação", afirmou Oliveira.
Abordando as ferramentas e direções para sobreviver à crise, o executivo da aérea italiana citou novamente a necessidade do apoio governamental, seja por meio de empréstimos ou alívio fiscal. "A proporção dessa ajuda será mais ou menos equivalente à rapidez da retomada", afirmou. Além disso, Oliveira julga importante muita resiliência, luta, informação para combater desconfiança dos clientes, agentes na tradução dessas informações e novos protocolos de limpeza. "Nós não vamos desistir. Somos amantes do mercado de viagens. E o momento vai demandar esse espírito de luta e união", concluiu.
BRASIL
Em sequência, a gerente nacional de Vendas Lazer da Gol, Renata Pestana, foi convidada para comentar sobre as estratégias para o aéreo doméstico e internacional. Contrariando a fala do ministro do Turismo, que defende a retomada por viagens rodoviárias, a executiva afirmou ser "impraticável pensar em um país continental como o Brasil sem o transporte aéreo". Sobre a retomada, Renata afirmou estar sendo "avaliada pouco a pouco". "Passamos de 750 voos por dia para 50 em abril. A partir da análise desse mês, decidimos a malha de maio. A cada momento é preciso um novo rearranjo das operações avaliando demanda e oferta".
A demanda e oferta também resultará no valor das tarifas. "Precisamos sentir o posicionamento dos clientes e fazer um termômetro para o planejamento de ações", afirmou a gerente da Gol. Renata concluiu seu raciocínio abordando a retomada para o Exterior: "Em julho, deve iniciar uma retomada gradual do internacional. Primeiro, retomaremos viagens mais próximas, nas quais temos uma garantia e segurança maior. Precisamos ter cautela para reconquistar a confiança dos clientes", completou.
AMERICAN
Por último, quem abordou o momento e os futuros protocolos de limpeza e higienização foi o diretor de Vendas da American Airlines para a América do Sul e Central, Dilson Verçosa Jr. "O coronavírus veio como crise sanitária e sairá como crise financeira também. A última crise que mudou a aviação foi o 11 de setembro, quando nosso inimigo era a segurança e uma série de medidas foi tomada, tornando o medo das pessoas em viajar no grande desafio da indústria. A volta desta crise vai ser muito parecida na ordem da retomada da confiança do cliente. Não só em segurança, mas em cima dos protocolos de saúde também", afirmou o executivo.
"Como indústria, ainda não temos um protocolo. Isso será elaborado. Atualmente, as nossas medidas de limpeza são de acordo com orientações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Algumas medidas importantes, como a pulverização do ar, já são aplicadas há muito tempo. Como a companhia vai comunicar esses protocolos de saúde é que será definido como diferencial. Hoje, estudamos a higienização de carpetes, bancos, cintos, o cancelamento do serviço de bordo em voos com menos de quatro horas. Tudo isso em uma indústria voando com 25% de ocupação, em que você pode bloquear o assento meio. Ainda não existe um protocolo para as empresas seguir daqui para frente", concluiu Verçosa.
No geral, os executivos, assim como todo o mundo, ainda possuem muitas dúvidas sobre o futuro da aviação e o ritmo da retomada, replanejando suas ações e planos a cada dia a partir de novas informações. "É um momento absolutamente sem precedentes. É talvez a maior crise que o Turismo já tenha passado em sua existência e com um elemento disruptivo que é a alteração do modus operandi. Precisamos nos adaptar a um novo patamar de viagens", afirmou Oliveira durante o evento virtual.
Confira o webinar completo abaixo.