Setor de ground handling faz acordo para evitar demissões
As medidas incluem suspensão de contratos por 45 dias e redução de jornadas e salários em até 25%.
O Sindicato Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo (Sineata) firmou um acordo com os sindicatos dos trabalhadores da categoria com medidas emergenciais para mitigar os impactos sofridos no setor aéreo. O objetivo principal é manter os empregos dos trabalhadores que prestam serviços em solo nos aeroportos do País e atenuar os efeitos da crise sofrida pelas empresas e colaboradores.
As empresas de serviços auxiliares de transporte aéreo, chamadas de Esatas, estão sendo fortemente atingidas pela crise devido ao cancelamento de grande parte dos voos internacionais e domésticos. Trata-se de um setor que emprega cerca de 40 mil pessoas em todo o País, sendo responsáveis por serviços aeroportuários como embarque de passageiros, raio X, segurança e varredura contra o terrorismo, manuseio de bagagem e carga aérea, check-in, limpeza de aeronaves e outras modalidades de serviços.
"Para o Sineata as medidas emergenciais ajustadas, através do amplo diálogo com os representantes dos trabalhadores, foi o melhor caminho, o mais democrático e o mais humanizado, pois trouxe medidas de redução de impacto para o setor, visando igualmente a manutenção dos empregos”, disse a diretora do Sindicato, Maria Clara Carneiro.
No dia 20 de março, as entidades assinaram um termo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho, que prevê a possibilidade de redução de salário proporcional à redução de jornada, em até 25%. Também poderá haver concessão de férias coletivas com parcelamento do pagamento devido em até três vezes, o pagamento das verbas rescisórias poderá ser parcelado em até três vezes e haverá planos de demissão voluntária.
Do ponto de vista da preservação dos empregos, a medida mais importante foi a possibilidade de suspender o contrato de trabalho com o colaborador por 45 dias, com um auxílio alimentação diferenciado. Essa medida pretende amparar os trabalhadores em suas necessidades básicas e garantir o bem estar de suas famílias durante esse período de crise. Também ficou acordado que as empresas poderão adiar o pagamento das diferenças salariais provenientes das Convenções Coletivas de Trabalho em 2020 para daqui quatro meses, a ser paga em três parcelas.