Da Redação   |   19/02/2020 15:41
Atualizada em 19/02/2020 16:01

Airbus não tem como suprir falta do 737 MAX; caso vai virar série

Vem aí uma série documental sobre o Boeing 737-MAX, incluindo os dois acidentes fatais e o projeto em si


Flickr/Paul Thompson

Vem aí uma série documental sobre o Boeing 737-MAX, incluindo os dois acidentes fatais, que mataram 346 pessoas, os problemas encontrados no projeto e o desencadeamento da maior crise da história da Boeing (a empresa passou janeiro passado sem nenhum pedido feito e tem nova previsão de ter seu avião de volta aos céus somente depois de agosto – ou seja, um ano e meio de paralisação e revisão completa do projeto). O projeto do filme, segundo o site da Variety, está no estúdio Imagine Entertainment, em parceria com a consagrada cineasta Rory Kennedy, que já realizou diversos documentários premiados.

Reportagem esta semana do The New York Times analisa que a situação da Boeing não é tão favorável à concorrente Airbus como se pensa. Primeiro, porque a fabricante europeia não tem como aumentar sua capacidade de produção de narrow bodies para suprir a falta dos 737-MAX (empresas como American Airlines e Gol estão tendo de cancelar dezenas de voos por conta da ausência do MAX).

“Pode ser um paradoxo, mas no curto prazo não temos como nos beneficiar da situação do nosso concorrente”, disse à reportagem o CEO da Airbus, Guillaume Faury. A produção dos A320, concorrentes do 737 MAX, estão atrasadas em alguns meses por causa do fechamento de algumas fábricas na Europa. Os A320 estão comprometidos até 2025, segundo o CEO. E a Airbus ainda está tendo que lidar com a nova taxação imposta pelo governo americano.


Divulgação

No longo prazo é claro que a Airbus se beneficia em imagem e tamanho (no ano passado conseguiu liderar o setor), além de ver a concorrente já acumular perdas, segundo a reportagem, de US$ 18 bilhões com a proibição de operação dos MAX.

Mas mesmo ganhando vários pedidos em cima do fracasso da Boeing, a Airbus amargou prejuízo de US$ 1,5 bilhão no ano passado. Boa parte das perdas devido a uma multa de US$ 4 bilhões, fruto de um acordo com os governos da França, Grã-Bretanha e Estados Unidos em um caso global de investigação de corrupção.

A Airbus vai continuar na liderança mundial por um tempo, ainda mais com o crescente interesse da indústria por aeronaves como o A320 (no lugar de gigantes como o A380 ou o 777 da Boeing), mas não deve ignorar que a volta do MAX pode levar a Boeing a oferecer descontos agressivos nas renegociações com seus clientes. Por outro lado, os novos projetos da Boeing para esse segmento estão adiados enquanto o MAX não for liberado pelas autoridades.

A American Airlines trabalha com a data de 18 de agosto para a retomada de seus voos com o MAX e até lá vai cancelar cerca de 140 voos por dia por conta da necessidade de remanejar a malha. A Gol suspendeu alguns voos internacionais no Brasil. E várias companhias já negociam compensações financeiras com a Boeing, inclusive AA e Gol, agora parcerias em voos de codeshare no Brasil.

Leia a reportagem do The New York Times aqui.

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