Artur Luiz Andrade   |   11/12/2019 08:15
Atualizada em 12/12/2019 22:55

Air Canada promove brasileiro a diretor executivo internacional

Virgílio Russi é o novo diretor executivo internacional da Air Canada, cuidando de 98 aeroportos em todo o mundo. Ele falou com exclusividade à PANROTAS


Divulgação/Air Canada
Virgílio Russi, diretor executivo internacional da Air Canada
Virgílio Russi, diretor executivo internacional da Air Canada

O executivo brasileiro Virgilio Russi, baseado em Toronto, no Canadá, é o novo diretor executivo internacional da Air Canada, ficando responsável por toda a área comercial da companhia na Europa, África, Oriente Médio, Ásia, Austrália, Caribe, México, América Central e América do Sul. São 98 aeroportos no total atendidos pela Air Canada fora de Canadá e Estados Unidos e que respondem por cerca de oito bilhões de dólares canadenses em vendas anuais (de um total de 18 bilhões).

Na Air Canada desde 1996, já tendo dirigido a companhia na Argentina e no Brasil, Russi está há 15 anos em Toronto e antes da promoção era responsável pela área comercial doméstica da companhia. Após uma reestruturação, Canadá e Estados Unidos formam uma só área e todas as divisões internacionais também foram unificadas, ficando sob o comando de Virgílio, que responde à CCO da empresa, Lucie Guillemette.

Comercialmente falando, as principais rotas internacionais são do Canadá para Londres, Beijing, Paris e Tóquio, mas o Brasil, apesar de ter uma operação pequena, não faz feio, com o voo São Paulo-Toronto com uma ocupação estável durante os anos, o suficiente para a estreia de um segundo voo, entre São Paulo e Montreal, que começa amanhã no sentido Montreal-GRU, noturno, e na quinta-feira, 12, do Brasil para o Canadá.

Segundo Virgílio Russi, a alta ocupação nos voos de Toronto leva à necessidade de uma segunda ligação, que poderia ser para o mesmo destino, mas que a empresa decidiu que seria para uma cidade nova, Montreal, que terá sua primeira ligação com a América do Sul (Toronto já tem ligações com Argentina, Chile, Colômbia, Equador e Peru, além do Brasil). O voo é sazonal e já começa com 94% de ocupação no primeiro mês. Fica até março e volta no final de 2020, quando, ao que tudo indica, será regular o ano inteiro.

De acordo com Russi, o Brasil responde muito bem ao voo de Toronto. A classe executiva vive lotada, a tarifa por quilômetro voado chega a ser melhor que a para a Europa, e é preciso mais oferta para atender à demanda crescente, especialmente fora de São Paulo e Toronto. Além do voo que começa sazonal, a partir de março a empresa substituirá o 787-900 na ligação GRU-Toronto pelo 777, com 40 assentos a mais. Na rota de Montreal, a Air Canada também usará o 787.

“Sabemos que o brasileiro prefere voos noturnos, mas estamos experimentando o retorno diurno do voo para Montreal. O começo está cima das expectativas”, explicou. A volta diurna diminui custos operacionais e permite melhores experimentações.

MAIS PROMOÇÃO NO CANADÁ
E a Costa Oeste canadense? “Sempre há estudos, mas vale lembrar que estamos de olho nas rotas lucrativas em todo o mundo e isso muda a cada instante. Estamos felizes em poder trazer esse voo ao Brasil, em um período de contra-sazonalidade, já que é inverno no Canadá”, responde, dizendo ainda que não há planos para um voo para Vancouver e que o aumento do fluxo de canadenses para o Brasil (hoje apenas 30% das vendas são no Canadá) ajudaria no aumento de frequências. Ou seja, o Brasil precisa se promover mais no país (ainda mais agora com isenção de vistos) para que essa balança fique mais equilibrada.

Com três classes de serviço (business, premium economy e economy), a Air Canada decidiu, há dez anos, com a chegada de Calin Rovinescu, “investir em um produto premium, para ser a melhor da América do Norte”, conta Russi. E segundo ele, conseguiu. “Nos últimos dez anos fomos eleitos por oito anos, incluindo os seis mais recentes, como a melhor da região, pelo Skytrax, e somos a única norte-americana quatro estrelas no mesmo ranking. Investimos bastante em produto e somos reconhecidos por isso, pelos passageiros e pela indústria”.

STAR ALLIANCE
Uma das fundadoras da Star Alliance, a Air Canada trabalha no Brasil com acordos interline com Azul, Gol e Latam, já que, mais uma vez, a aliança fica sem uma companhia brasileira. “Sim, seria bom ter um parceiro brasileiro, mas fechamos acordo com as três nacionais para que nosso cliente seja atendido da melhor maneira em seu deslocamento no Brasil até Guarulhos”. A Air Canada também tem uma joint-venture com United Airlines e Lufthansa no Atlântico Norte, uma das tendências mundiais atualmente (mais importantes até que as alianças) e que já está em vigor desde 2011/2012.

“Somos a mais bem sucedida empresa aérea no mundo hoje. Nossas ações subiram de 78 centavos de dólar canadense em 2011 para mais de 50 atualmente. Nos últimos três anos abrimos 51 novos destinos e agora ligamos Montreal e seu charme francês, à América do Sul. Os brasileiros vão gostar muito de Montreal e região e de lá podem seguir para diversos destinos no Canadá, Estados Unidos, Ásia e Europa com facilidade”, finalizou ele, que amanhã participa da cerimônia inaugural do voo no Aeroporto de Guarulhos.

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