Rodrigo Vieira   |   07/05/2018 14:04

CEO da Air France-KLM pede demissão; acompanhe o caso

Sem diálogo para negociar as greves, Jean-Marc Janaillac afirma que situação só favorece a concorrência


Emerson Souza
Jean-Marc Janaillac (foto) pediu demissão do cargo de CEO da Air France-KLM na última sexta-feira. Após uma série de greves, os funcionários da companhia rejeitaram nova proposta de negociação, e isso motivou a renúncia. No cargo há menos de dois anos, o executivo tinha como principal batalha o corte de custos para se adaptar à nova realidade do setor, em que as concorrentes árabes e as low-costs ganham cada vez mais espaço.

Na última tentativa de renegociação, a maioria dos funcionários negou reajuste salarial de 7% distribuído em quatro anos. As greves já custaram algo em torno de US$ 360 milhões para a Air France, e a renúncia de Janaillac resultou em queda de 13% das ações da aérea na Bolsa de Valores. Nova greve é prevista para hoje (7) e amanhã (8).

"Essa bagunça toda só vai colocar um sorriso na cara dos nossos competidores", afirmou Janaillac, na sexta. "Espero que minha saída provoque uma conscientização maior do coletivo."

"COMPANHIA PODE DESAPARECER"
Ainda no final de semana, pouco depois do anúncio, o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, afirmou que a aérea pode "desaparecer" se as greves continuarem. Embora o Estado francês detenha apenas 14,3% do grupo, ele acredita que o déficit da empresa não será recuperado se as paralisações persistirem.

"Pela responsabilidade de todos envolvidos, seja tripulação pessoal de terra ou pilotos que pedem aumentos injustificados, apelo que a sobrevivência da Air France está em risco."

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