Novo leilão do Rio Galeão estabelece lance mínimo de R$ 600 milhões
Infraero, que possui 49% do consórcio, será excluída do negócio, atendendo a um pedido da União
O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, administrado pela Rio Galeão, está prestes a passar por uma nova fase de concessão, com um lance mínimo de R$ 600 milhões por uma parte do direito de gestão. O movimento visa dar um novo impulso ao terminal, que enfrenta desafios financeiros.
Governo federal, TCU (Tribunal de Contas da União) e a operadora Changi, que detém a maioria das ações da Rio Galeão, chegaram a um acordo que permitirá à empresa seguir à frente da operação, mas a licitação será necessária para evitar questionamentos sobre favorecimento, conforme informações do jornal O Globo. A Infraero, que possui 49% do consórcio, será excluída do negócio, atendendo a um pedido da União.
Com a reformulação, o valor da concessão foi fixado em R$ 600 milhões. Caso um segundo interessado apareça, este deverá igualar esse montante. Se não houver outros lances, a Rio Galeão compensará a Infraero proporcionalmente.
A antiga estrutura de pagamento da outorga anual, no valor de R$ 1,4 bilhão, será modificada para uma cobrança de 20% das receitas do aeroporto, facilitando a operação e promovendo maior flexibilidade.
Embora o acordo tenha sido firmado em 16 de dezembro, ele ainda precisa ser aprovado pelo plenário do TCU. Entretanto, as expectativas entre os envolvidos são otimistas. O modelo de licitação se alinha com a sétima etapa da concessão de aeroportos, um esforço do governo para acelerar a recuperação de investimentos e evitar atrasos na prestação de serviços essenciais.
Além disso, a Rio Galeão projeta um aumento expressivo no movimento de passageiros no fechamento dos números de 2024. Estima-se que o número de viajantes internacionais atinja 4,7 milhões, um crescimento de 30% em relação ao ano anterior. Este aumento será impulsionado, em parte, pela estratégia de fortalecer o Galeão após a restrição de voos no Santos Dumont, que pode beneficiar o aeroporto carioca.
Arrematado em 2013 por R$ 19 bilhões, o Galeão tem enfrentado dificuldades financeiras. Contudo, a mudança no governo em 2023 trouxe um novo fôlego para a operação, com a Changi demonstrando interesse em continuar à frente da administração, especialmente diante do novo cenário de restrição ao Santos Dumont.
A concessão do Galeão é vista como uma oportunidade estratégica para a recuperação do aeroporto, que espera ver o aumento do tráfego internacional e a melhoria nos resultados financeiros nos próximos anos.