Turismo regenerativo e práticas ESG permeiam fórum da BLTA
Fórum de imersão debateu as melhores execuções de ESG no setor de luxo
Depois de três dias intensos, o fórum de imersão em sustentabilidade promovido pela Brazilian Luxury Travel Association e o Ibiti Projeto terminou com o plano de criar de um comitê para discutir, promover e trocar experiências e novas ideias sobre Turismo regenerativo e melhores práticas de governança ambiental e social.
“Reunimos um terço dos nossos 65 associados no fórum. Este é o grupo que vai dar o pontapé inicial e estabelecer diretrizes”, resumiu no encerramento Simone Scorsato, CEO da BLTA.
O evento recebeu representantes de hotéis de luxo associados à BLTA em diferentes regiões do Brasil, nas categorias urbanos, natureza e litoral, e especialistas em ESG.
Durante o fórum, realizado no Engenho Lodge e na Vila do Mogol, dois empreendimentos de hospitalidade do Ibiti Projeto, no entorno do Parque Estadual da Bocaina, os participantes tiveram oportunidade de assistir a palestras com apresentações de cases, debater pontos fracos e fortes de suas práticas de governança e, também, conhecer alguns dos atrativos locais.
Claudia Baumgratz, do Engenho Lodge, que hospedou parte dos hoteleiros, apresentou algumas das metas do Ibiti Projeto:
“Só o Turismo regenerativo faz valer a pena para os integrantes da comunidade continuarem aqui plantando mandioca e fazendo biscoito de polvilho. Pretendemos medir o índice de felicidade interna bruta, inspirados pelo Butão. Não é um mundo perfeito, mas é o que procuramos. Queremos que o projeto seja replicável, porque só o capital não traz felicidade. Trabalhamos com empreendedorismo, economia circular e sustentabilidade econômica local, para que o Ibiti seja viável economicamente e os negócios tenham renda própria”.
Todos os empreendimentos do Ibiti Projeto são baseados nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) das Nações Unidas:
“Acrescentamos um 18º ODS, o da felicidade. Pessoalmente, acredito que o impacto social do projeto é maior do que o ambiental”, acrescentou Claudia.
DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO TURISMO REGENERATIVO
Mariana Madureira, diretora da Raízes Desenvolvimento Sustentável, consultoria do setor de ESG, ressaltou os desafios para boas práticas de governança social e ambiental:
“O contexto não é bonito. Temos uma questão forte de greenwashing. Há lugares em que a verba de comunicação é maior do que a de ação. E a ação tem que ser proporcional ao tamanho do negócio. Existem empresas com projetos socioambientais como prática de ilusionismo, para tirar a atenção de impactos negativos. Mas hoje o público está muito mais atento e crítico. Ter governança é proteção para os investidores. Sustentar do jeito que está não dá mais. É um caminho longo, mas precisamos ir além do básico. Temos que regenerar”.
João Bernardi Casali, conselheiro do Sistema B, programa com 280 empresas certificadas no Brasil, também destacou a importância do Turismo regenerativo:
“O conceito de regeneração é simples: o negócio gera mais valor para o meio ambiente do qu extrai. É possível ter impacto social e, ainda sim, dobrar o faturamento. E nenhuma empresa precisa fazer tudo. Cada uma tem seu DNA e deve investir onde fizer mais sentido”.
Simone Scorsato, da BLTA, citou alguns exemplos de ESG no encerramento do fórum:
“Já evoluímos. Hoje, 93% dos associados da BLTA reduziram significativamente o plástico de uso único. A meta é ter zero plástico, mas para isso temos que discutir cada vez mais como diminuir o uso no setor de alimentos e bebidas. É importante levantar os dados de cada empreendimento para identificar áreas problemáticas e fazer a gestão, trocar experiências entre os associados. E traduzir nossa missão e nossos valores internamente e para os fornecedores e clientes. A ideia é que o cliente saia da experiência mais consciente”.
Reportagem: Carla Lencastre, especial para o Portal PANROTAS
O Portal PANROTAS viajou a convite da BLTA e do Ibiti Projeto.