Sócios da 123 Milhas são acusados de terem recebido lucros indevidos
Empresa informa que sócios eram remunerados por meio de dividendos compatíveis com empresas do mesmo porte
Ainda com canais de atendimento oferecidos pela Administração Judicial temporariamente suspensos e uma dívida acumulada de R$ 2,5 bilhões, a 123 Milhas agora está sendo acusada de ter distribuído indevidamente cerca de R$ 45 milhões para os seus próprios sócios.
As informações são do UOL, que teve acesso aos autos na Justiça. Segundo o portal, os administradores judiciais no caso afirmaram que isso aconteceu por um erro contábil ainda no ano passado.
Por outro lado, a consultoria KPMG e o escritório Juliana Morais Sociedade de Advogados já pediram a intimação dos sócios pela justiça. A ideia é descobrir para onde foi esta quantia, que tem que ser devolvida ao caixa da OTA.
Em nota ao UOL, a empresa negou que tenha havido fraudes ou crimes por parte das empresas do Grupo 123milhas".
Recentemente, a empresa 123 Milhas ganhou mais 180 dias para dar início ao pagamento de suas dívidas. Com o prazo para execução de dívidas da 123 Milhas devidamente prorrogado, os pagamentos aos credores agora ficam suspensos por seis meses.
123 Milhas emite nota ao Portal PANROTAS
"Como principais executivos do grupo, os sócios eram remunerados por meio do pagamento de dividendos compatíveis com empresas de mercado do mesmo porte. Todos os dividendos pagos aos sócios em 2023 referem-se à reserva de lucros acumulada de exercícios anteriores e foram pagos antes do anúncio da suspensão do produto Promo. Como executivos, os sócios teriam ainda o direito a receber salário ou pró-labore, independentemente da geração ou não de lucros, mas não o fizeram. Fica, assim, afastada qualquer hipótese de má-fé neste sentido. Cristiane Madureira pertenceu ao quadro societário do Grupo 123 milhas até o ano de 2022, fazendo jus aos valores que regularmente recebeu.
É importante ressaltar ainda que os relatórios da constatação prévia, apresentados pela consultoria KPMG e pelo escritório Juliana Morais Sociedade de Advogados confirmaram a regularidade do pedido de recuperação judicial e atestam não ter havido fraudes ou crimes por parte das empresas do Grupo 123milhas.
Os balanços financeiros do Grupo 123milhas seguem as normas vigentes do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que preveem que a fidelização de clientes seja contabilizada como ativo intangível, desde que a entidade tenha controle sobre os benefícios econômicos gerados. Desta forma, os investimentos em marketing foram utilizados pela empresa para mensurar efetivamente o valor contábil de sua carteira de clientes, pois são investimentos que efetivamente trouxeram novos clientes, cuja recorrência foi atestada por relatório da consultoria PWC.
O grupo operou com base nesse preceito e pagou todos os impostos incidentes nas transações, inclusive IR e CSSL sobre o lucro gerado no exercício, conforme registrado em seus balanços financeiros. Instituições financeiras que operavam e operam com o Grupo 123milhas sempre receberam as demonstrações financeiras demandadas, contendo exatamente todas as notas explicativas que constam até hoje dos balanços do Grupo, sem ressalvas para a concessão de crédito ou contratação de serviços"