Beatrice Teizen   |   16/10/2023 15:10

Donos transferiram dinheiro da 123 Milhas para contas pessoais, aponta CPI

Segundo a comissão, em 31 de julho, três semanas antes da suspensão, foram retirados R$ 13,5 mi do caixa

Câmara dos Deputados/Bruno Spada
Ramiro Júlio Soares Madureira, um dos sócios da 123 Milhas
Ramiro Júlio Soares Madureira, um dos sócios da 123 Milhas

De acordo com quebra de sigilo da CPI das Pirâmides Financeiras, os sócios da 123 Milhas, Ramiro e Augusto Madureira, transferiram dinheiro da OTA para suas contas pessoais e de parentes nas semanas anteriores à crise instaurada após suspensão de pacotes flexíveis da linha Promo. As informações são do Uol.

Segundo a CPI, no dia 31 de julho, três semanas antes do ocorrido, foram retirados R$ 13,5 milhões do caixa da empresa.

"Os sócios das 123 Milhas, já cientes da derrocada da empresa, executaram estratégias para desviar ativos dela para si e para seus parentes"

diz um trecho do relatório, obtido pelo Uol

O relator da CPI, o deputado federal Ricardo Silva (PSD-SP), informou que a 123 Milhas era insolvente desde 2019, mas os donos seguiram retirando recursos e deixaram a empresa afundar. Ele disse ainda que, em vez de tentar recuperar a agência on-line de viagens, os sócios trataram de preservar parte do patrimônio para eles.

Ainda de acordo com a publicação, segundo Silva, as retiradas de capital da OTA não cessaram nem mesmo depois de 18 de agosto, data em que as passagens aéreas deixaram de ser honradas. De acordo com o parlamentar, as conclusões vieram da análise de pareceres da Polícia Federal e do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

O relatório da CPI aponta que, em 29 de agosto, o pai dos sócios, José Augusto Madureira, solicitou um provisionamento para saque de R$ 839 mil. Ele era dono de uma empresa de publicidade que prestava serviços para a 123 Milhas e, portanto, recebia depósitos.

As tentativas de justificar as transferências da OTA para os sócios e seus parentes foram refutadas pelo relatório. Um exemplo é uma operação de R$ 1.083.000 ocorrida no dia 1º de agosto. Os valores saem do caixa da 123 Milhas para a conta de José Augusto, que transfere o montante para uma parente.

Durante o depoimento, José Augusto e a parente em questão dos sócios da agência justificaram que as transferências foram devido à compra de uma fazenda. No entanto, os valores não batem.

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