Daniela Araujo conta plano para Brasil representar 50% da Decolar
Relacionamentos são focos da executiva, que é a nova diretora de Produtos Não Aéreos na companhia no País
No começo de maio, Daniela Araujo assumiu a diretoria de Sourcing Non-Air (Produtos Não Aéreos) na Decolar Brasil, tornando-se responsável pelo relacionamento com os hotéis, residências por temporada, seguro-viagem, locadoras de veículos, empresas de traslados e de entretenimento no mercado brasileiro. Anteriormente, a executiva comandava a área de Sourcing Air (Produtos Aéreos) na companhia, que agora será liderada por Bob Rossato.
Com atuação em 19 países nas Américas, a Decolar já tem nas suas operações do Brasil sua maior fonte de receita, representando 43% da companhia. "O plano é que chegue a 50%", conta Daniela em entrevista ao Portal PANROTAS. E, para isso, a meta da OTA é fornecer ao cliente todo o produto que ele desejar para sua viagem, no canal que ele preferir reservar, e permiti-lo pagar com seu método de pagamento preferido.
Confira abaixo a entrevista completa com Daniela Araujo, nova diretora de Produtos Não Aéreos na Decolar Brasil.
Portal PANROTAS: Qual o sentimento predominante ao começar essa nova fase em sua carreira?
Daniela Araújo: O sentimento é um que eu adoro, que é de frio na barriga. É uma delícia esse sentimento, essa expectativa por algo novo, essa ansiedade gostosa de imaginar o que vem por aí e quais serão os desafios. Tenho muitos anos no Turismo, mas sempre ligada à aviação. Então, essa mudança vem com gostinho de novidade. O ponto principal, pela Decolar, é o privilégio de ter sido a escolhida para estar à frente da área que é o foco de crescimento da companhia para os próximos anos. A parte de voos sempre será importante, mas nossa estratégia é conseguir oferecer o que chamamos de viagem conectada. Independentemente do que o passageiro busca, poder oferecer isso a ele. Fico muito contente de ter sido escolhida e convidada para aquela que é a 'menina dos olhos da Decolar' do próximo ano, onde construiremos as grandes inovações do grupo. A meta é oferecer maior quantidade de maneira mais personalizada no canal que esse cliente preferir usar, seja no site ou por meio do agente Decolar. Então, é um sentimento de desafio e de muito prazer em ser a pessoa escolhida para estar à frente disso.
Além disso, fico muito tranquila com a chegada de Bob Rossato. Estou deixando o aéreo em boas mãos e ele nos ajudará a manter e expandir nosso relacionamento com as companhias aéreas.
PANROTAS: Você trabalhou na Gol e estava trabalhando com Produtos Aéreos na Decolar. Quais serão seus principais desafios ao deixar de trabalhar com aéreo?
Daniela: Vejo alguns desafios muito interessantes. É um Turismo diferente do aéreo, porque obviamente você tem uma gama de parceiros muito maior, então realmente é um volume muito maior de relacionamentos com necessidades diferentes. E acredito muito que as relações profissionais tem de ser baseadas em credibilidade, em um relacionamento ganha-ganha. Se só eu estou ganhando, meu parceiro está perdendo. É preciso entender meu parceiro e suas necessidades. Falando de hotelaria, precisamos entender as diferenças de um hoteleiro de Foz e do Nordeste, por exemplo, porque os desafios das regiões são diferentes. Então, existe essa complexidade muito maior do Não Aéreo.
Outro grande desafio dessa nova área é a grande pulverização geográfica. Dentro dos meus reports, temos gerentes nas principais regiões do Brasil, que é um país com dimensões continentais. Mas isso é muito amenizado pelo meu time de altíssima performance. O terceiro desafio, que eu posso elencar, é trazer para o Não Aéreo todo esse know how da Decolar em construir soluções personalizadas, embarcadas em tecnologia, e portanto escaláveis, que conseguem atingir diferentes perfis de clientes. Então, existe esse desafio de negociar aqui algo que vai ser distribuído de maneira tão plural, inclusive em outros países, como o Chile. E isso estamos falando só de B2C, ainda temos o B2B com a HotelDo. Queremos oferecer a melhor forma de distribuir cada produto negociado em cada canal.
PANROTAS: Você comandará uma equipe maior nesse novo cargo. Você se sente preparada? Quais serão os desafios nessa questão de pessoas?
Daniela: O desafio de pessoa talvez seja o mais importante, porque tecnologia é facilmente copiada, o que faz diferença são as pessoas. Tive a oportunidade de ter times grandes, mas aqui tem um desafio especial que são as pessoas distribuídas em regiões diferentes, com perfis diferentes, com maneiras de ver a vida diferentes. Mas eu acredito muitas nas relações e acredito que as pessoas só trabalham bem, produzem, quando estão felizes. Então, meu desafio será motivar e extrair o melhor de um time tão diverso. Isso é apaixonante. O tempo de fala e as expressões idiomáticas, por exemplo, são diferentes. E o Brasil nos propicia muito essa diversidade. Sou apaixonada por pessoas, então isso talvez seja uma das partes mais gostosas que vou ter aqui. E não posso deixar de mencionar o quanto fui bem recebida pela equipe. Me abraçaram sem preocupações por eu ser uma pessoa que conhece menos do que o meu time sobre hotelaria e outros produtos Não Aéreo. Será um desafio, provavelmente não estou preparada, mas eles vão contar com toda a minha dedicação. Encontrei um time com grande domínio e isso facilita muito para quem está chegando.
PANROTAS: E na questão de parcerias? No Não Aéreo, são muito mais fornecedores do que na parte do Aéreo com as companhias. Quais são seus planos?
Daniela: Quando eu cheguei à diretoria de Produtos Não Aéreos da Decolar em maio, perguntei para o time: 'Qual a iniciativa mais importante que temos hoje?'. E a resposta foi unânime: reconhecimento aos parceiros. Não é um mérito meu esse reconhecimento, porque ele já havia sido desenvolvido, mas terei o prazer de comunicar e ganhar parte dos louros dessa iniciativa. Temos um programa que visa reconhecer nossos principais parceiros, indo além do volume de vendas, para reconhecer parceiros que atuam junto com a gente e também estão embarcados na missão de fornecer o melhor atendimento e a melhor experiência de viagem ao cliente. Reconhecemos além do volume de vendas, reconhecemos parceria, vontade e empenho dos nossos parceiros. São parceiros que se preocupam com cada detalhe do receber, que tem cuidado com o cliente. Queremos mostrar que olhamos para todos os negócios. Nós realmente acreditamos que todos os nosso parceiros são importantes e precisamos reconhecê-los. Apenas todo esse ecossistema de fornecedores junto pode promover a experiência de viagem que queremos oferecer.
PANROTAS: Você mencionou um foco da Decolar na área. Quais são os planos?
Daniela: Nós viemos de cinco trimestres consecutivamente positivos e crescentes. Cada vez mais, nos consolidamos como uma empresa sólida no mercado, que é um mercado que sofreu muito na pandemia e ainda vem se recuperando. Nós apostamos muito na América Latina. Temos dentro de casa um Plano Brasil, com uma série de ações que nos direciona para que o Brasil represente 50% da receita global do grupo. Isso mostra o quanto apostamos no Brasil e na força do Turismo brasileiro. Olhando mais especificamente para o Não Aéreo, enxergamos três pilares: viagem completa, venderemos tudo o que o cliente precisar, quero ter tudo que o cliente quiser, seja hotel, aéreo, carro, casa de temporada ou seguro; omnicanalidade, queremos oferecer esses produtos no lugar onde o cliente quiser comprar, seja um viajante que compra on-line ou aquele que precisa de uma venda mais assessorada, e atendendo multi-segmento, seja produto para o B2C ou B2B; e o que fecha essa nossa grande estratégia é garantir que essa viagem seja acessível, e garantimos isso com cada vez mais parcerias com bancos e cartões de crédito, e com a Koin. Então, temos de ter todos os produtos, em todos os canais, em toda modalidade de pagamento. Esse é o nosso plano.
PANROTAS: Mais alguma ação que será prioridade da sua gestão?
Daniela: Falei muito dos produtos, mas tem um outro chapéu muito importante que é a relação com entidades de fomento ao Turismo. Queremos frisar isso, porque temos um papel muito importante junto a uma secretaria de Turismo ou CVB. Por acreditar nas parcerias, acreditamos ser essencial ter essa conexão entre todos os players da cadeia do Turismo. Então, também temos essa atividade estratégica, no sentido de dar escala às mudanças e melhorias no setor. Essas entidades podem, a partir de um planejamento de médio e longo prazo, transformar e fomentar o Turismo em suas regiões. Já temos um trabalho juntos a essas entidades e esse é um dos principais focos da minha vinda: intensificar esses relacionamentos. É algo que estarei pessoalmente dedicada a fazer.
Com atuação em 19 países nas Américas, a Decolar já tem nas suas operações do Brasil sua maior fonte de receita, representando 43% da companhia. "O plano é que chegue a 50%", conta Daniela em entrevista ao Portal PANROTAS. E, para isso, a meta da OTA é fornecer ao cliente todo o produto que ele desejar para sua viagem, no canal que ele preferir reservar, e permiti-lo pagar com seu método de pagamento preferido.
Confira abaixo a entrevista completa com Daniela Araujo, nova diretora de Produtos Não Aéreos na Decolar Brasil.
Portal PANROTAS: Qual o sentimento predominante ao começar essa nova fase em sua carreira?
Daniela Araújo: O sentimento é um que eu adoro, que é de frio na barriga. É uma delícia esse sentimento, essa expectativa por algo novo, essa ansiedade gostosa de imaginar o que vem por aí e quais serão os desafios. Tenho muitos anos no Turismo, mas sempre ligada à aviação. Então, essa mudança vem com gostinho de novidade. O ponto principal, pela Decolar, é o privilégio de ter sido a escolhida para estar à frente da área que é o foco de crescimento da companhia para os próximos anos. A parte de voos sempre será importante, mas nossa estratégia é conseguir oferecer o que chamamos de viagem conectada. Independentemente do que o passageiro busca, poder oferecer isso a ele. Fico muito contente de ter sido escolhida e convidada para aquela que é a 'menina dos olhos da Decolar' do próximo ano, onde construiremos as grandes inovações do grupo. A meta é oferecer maior quantidade de maneira mais personalizada no canal que esse cliente preferir usar, seja no site ou por meio do agente Decolar. Então, é um sentimento de desafio e de muito prazer em ser a pessoa escolhida para estar à frente disso.
Além disso, fico muito tranquila com a chegada de Bob Rossato. Estou deixando o aéreo em boas mãos e ele nos ajudará a manter e expandir nosso relacionamento com as companhias aéreas.
PANROTAS: Você trabalhou na Gol e estava trabalhando com Produtos Aéreos na Decolar. Quais serão seus principais desafios ao deixar de trabalhar com aéreo?
Daniela: Vejo alguns desafios muito interessantes. É um Turismo diferente do aéreo, porque obviamente você tem uma gama de parceiros muito maior, então realmente é um volume muito maior de relacionamentos com necessidades diferentes. E acredito muito que as relações profissionais tem de ser baseadas em credibilidade, em um relacionamento ganha-ganha. Se só eu estou ganhando, meu parceiro está perdendo. É preciso entender meu parceiro e suas necessidades. Falando de hotelaria, precisamos entender as diferenças de um hoteleiro de Foz e do Nordeste, por exemplo, porque os desafios das regiões são diferentes. Então, existe essa complexidade muito maior do Não Aéreo.
Outro grande desafio dessa nova área é a grande pulverização geográfica. Dentro dos meus reports, temos gerentes nas principais regiões do Brasil, que é um país com dimensões continentais. Mas isso é muito amenizado pelo meu time de altíssima performance. O terceiro desafio, que eu posso elencar, é trazer para o Não Aéreo todo esse know how da Decolar em construir soluções personalizadas, embarcadas em tecnologia, e portanto escaláveis, que conseguem atingir diferentes perfis de clientes. Então, existe esse desafio de negociar aqui algo que vai ser distribuído de maneira tão plural, inclusive em outros países, como o Chile. E isso estamos falando só de B2C, ainda temos o B2B com a HotelDo. Queremos oferecer a melhor forma de distribuir cada produto negociado em cada canal.
PANROTAS: Você comandará uma equipe maior nesse novo cargo. Você se sente preparada? Quais serão os desafios nessa questão de pessoas?
Daniela: O desafio de pessoa talvez seja o mais importante, porque tecnologia é facilmente copiada, o que faz diferença são as pessoas. Tive a oportunidade de ter times grandes, mas aqui tem um desafio especial que são as pessoas distribuídas em regiões diferentes, com perfis diferentes, com maneiras de ver a vida diferentes. Mas eu acredito muitas nas relações e acredito que as pessoas só trabalham bem, produzem, quando estão felizes. Então, meu desafio será motivar e extrair o melhor de um time tão diverso. Isso é apaixonante. O tempo de fala e as expressões idiomáticas, por exemplo, são diferentes. E o Brasil nos propicia muito essa diversidade. Sou apaixonada por pessoas, então isso talvez seja uma das partes mais gostosas que vou ter aqui. E não posso deixar de mencionar o quanto fui bem recebida pela equipe. Me abraçaram sem preocupações por eu ser uma pessoa que conhece menos do que o meu time sobre hotelaria e outros produtos Não Aéreo. Será um desafio, provavelmente não estou preparada, mas eles vão contar com toda a minha dedicação. Encontrei um time com grande domínio e isso facilita muito para quem está chegando.
PANROTAS: E na questão de parcerias? No Não Aéreo, são muito mais fornecedores do que na parte do Aéreo com as companhias. Quais são seus planos?
Daniela: Quando eu cheguei à diretoria de Produtos Não Aéreos da Decolar em maio, perguntei para o time: 'Qual a iniciativa mais importante que temos hoje?'. E a resposta foi unânime: reconhecimento aos parceiros. Não é um mérito meu esse reconhecimento, porque ele já havia sido desenvolvido, mas terei o prazer de comunicar e ganhar parte dos louros dessa iniciativa. Temos um programa que visa reconhecer nossos principais parceiros, indo além do volume de vendas, para reconhecer parceiros que atuam junto com a gente e também estão embarcados na missão de fornecer o melhor atendimento e a melhor experiência de viagem ao cliente. Reconhecemos além do volume de vendas, reconhecemos parceria, vontade e empenho dos nossos parceiros. São parceiros que se preocupam com cada detalhe do receber, que tem cuidado com o cliente. Queremos mostrar que olhamos para todos os negócios. Nós realmente acreditamos que todos os nosso parceiros são importantes e precisamos reconhecê-los. Apenas todo esse ecossistema de fornecedores junto pode promover a experiência de viagem que queremos oferecer.
PANROTAS: Você mencionou um foco da Decolar na área. Quais são os planos?
Daniela: Nós viemos de cinco trimestres consecutivamente positivos e crescentes. Cada vez mais, nos consolidamos como uma empresa sólida no mercado, que é um mercado que sofreu muito na pandemia e ainda vem se recuperando. Nós apostamos muito na América Latina. Temos dentro de casa um Plano Brasil, com uma série de ações que nos direciona para que o Brasil represente 50% da receita global do grupo. Isso mostra o quanto apostamos no Brasil e na força do Turismo brasileiro. Olhando mais especificamente para o Não Aéreo, enxergamos três pilares: viagem completa, venderemos tudo o que o cliente precisar, quero ter tudo que o cliente quiser, seja hotel, aéreo, carro, casa de temporada ou seguro; omnicanalidade, queremos oferecer esses produtos no lugar onde o cliente quiser comprar, seja um viajante que compra on-line ou aquele que precisa de uma venda mais assessorada, e atendendo multi-segmento, seja produto para o B2C ou B2B; e o que fecha essa nossa grande estratégia é garantir que essa viagem seja acessível, e garantimos isso com cada vez mais parcerias com bancos e cartões de crédito, e com a Koin. Então, temos de ter todos os produtos, em todos os canais, em toda modalidade de pagamento. Esse é o nosso plano.
PANROTAS: Mais alguma ação que será prioridade da sua gestão?
Daniela: Falei muito dos produtos, mas tem um outro chapéu muito importante que é a relação com entidades de fomento ao Turismo. Queremos frisar isso, porque temos um papel muito importante junto a uma secretaria de Turismo ou CVB. Por acreditar nas parcerias, acreditamos ser essencial ter essa conexão entre todos os players da cadeia do Turismo. Então, também temos essa atividade estratégica, no sentido de dar escala às mudanças e melhorias no setor. Essas entidades podem, a partir de um planejamento de médio e longo prazo, transformar e fomentar o Turismo em suas regiões. Já temos um trabalho juntos a essas entidades e esse é um dos principais focos da minha vinda: intensificar esses relacionamentos. É algo que estarei pessoalmente dedicada a fazer.