MTur conta como pretende aumentar número de viagens domésticas no País
Estratégia faz parte do Plano Nacional de Turismo 2024-2027, anunciado no Salão Nacional do Turismo
Durante a primeira reunião do recém-eleito Conselho Nacional de Turismo, no Salão Nacional do Turismo, foram discutidas as diretrizes do novo Plano Nacional de Turismo, que visa ampliar o número de viagens pelo Brasil no ano de 2024. Ao 100X BRASIL, o secretário de Planejamento, Sustentabilidade e Competitividade do Ministério do Turismo, Milton Sergio Zuanazzi, contou como o MTur pretende ampliar as viagens domésticas dos atuais 43 milhões para mais de 100 milhões até 2027.
Zuanazzi começa lembrando do desafio que o País enfrenta no setor do Turismo interno. "O Brasil possui uma baixa taxa de viagens internas. O IBGE – por meio do PNAD – nos remete a concluir que não passaremos das 110 milhões de viagens anuais por CPF (0,5% da população). Já os dados da Anac seguem a mesma linha, das 100 milhões de passageiros nos voos domésticos, calcula-se que não alcançaremos os 30 milhões de CPFs (já alcançados no passado), viajando, ao menos uma vez ao ano no modal. Ou seja, são números muito pequenos, diante do que alcançam o Chile, por exemplo, com 1%, os EUA, com 2,5%, e a China, com 3%".
Para mudar este cenário, Zuanazzi fala da estratégia do MTur e da Embratur em ampliar a oferta de produtos turísticos, apostando no Turismo de base comunitária, uma bandeira pela qual o Ministério do Turismo lutou o ano todo, com diversas visitas técnicas que integraram o programa MTur Itinerante. "Do ponto de vista da oferta, queremos desenvolver e qualificar novos produtos, para todos os públicos, do luxo aos eventos de massa, das águas doces e salgadas aos nichos, que o Brasil pode tanto, seja nos ambientes de aventura, como criar produtos particulares e únicos junto a nossas comunidades originarias, populações ribeirinhas, Quilombolas, entre outros".
A chamada regionalização do Turismo foi um dos principais pilares da atuação do Ministério do Turismo no ano de 2023. Um dos principais objetivos do programa é estruturar novos destinos e produtos turísticos em lugares menos badalados, porém com potencial histórico, natural, religioso e turístico, descentralizando destinos já consolidados no cenário nacional. Diversos Estados aderiram ao programa, como é o caso de Alagoas, que vem apostando nos chamados Cânions Alagoanos, ou Cânions Dourados, às margens do rio São Francisco, em detrimento de destinos de praia mais conhecidos, como Maceió.
"Do ponto de vista da demanda, fazer com que os brasileiros mais ricos viajem mais no interno que no internacional e por outro lado, propiciar que grande massa de cidadãos que não viajam, o façam. Como? Por meio de programas que financiem a viagem, que facilitem a viagem na baixa ocupação, com valores atrativos, buscar demandas específicas como trabalhadores em férias, intercambio estudantil, viagens de aposentados. Há muito por se fazer e esperamos que o funcionamento das Câmara Temática, com a devida rapidez, nos traga os caminhos a serem seguidos. E por fim, promover esses produtos e destinos. O Salão de Turismo voltou, e as nossas Feiras e Eventos do Turismo estão novamente em alta, assim como utilizar a inovação e a tecnologia para encontrarmos a demanda correta para oferta organizada e desenvolvida.
Milton Sergio Zuanazzi, secretário de Planejamento, Sustentabilidade e Competitividade do Ministério do Turismo