EXCLUSIVO: Por que Gustavo Paulus decidiu investir na CVC Corp?
Filho de Guilherme Paulus falou sobre oportunidades que viu nesse retorno ao grupo CVC
“Agora eu sou investidor de longo prazo na CVC”. Foi a primeira frase de Gustavo Paulus ao receber a reportagem da PANROTAS na sede da Mar Holding, em São Paulo.
A ressalva foi necessária, pois conhecemos Paulus desde mais novo, quando atuava como publicitário ainda como diretor de Marketing da CVC Viagens antes de fundar a GP7 (agência de publicidade), em 2004, depois vendida para o Grupo Publicis em 2011.
Inspirado pelo lado empresarial do pai, Guilherme, fundador da CVC, assumiu algumas empresas da família, formou seus times, alinhando executivos com participação nos negócios e aumento da performance financeira dessas companhias. Posteriormente negociou pessoalmente a venda, como a Webjet e a GJP Hotels & Resorts.
No meio do caminho, passou um tempo nos Estados Unidos, onde também investiu em novos negócios, como as franquias Tim Hortons (originalmente do Canadá), também vendida a um grupo investidor.
Acompanhava a CVC como acionista e por conhecer muitas pessoas na empresa onde seu pai passou praticamente toda a vida. As ações, aliás, ele diz que vendeu todas (entre 2018 e 2020), mas continuou olhando para a empresa como um investidor olha para oportunidades e possibilidades.
Teve uma primeira aproximação para sondar possíveis investimentos. Não aconteceu.
Já em 2023, ao lado de Fabio Godinho, seu grande parceiro de negócios em todas as empresas da família, e ainda observando de longe, viu mais uma chance de investir e recuperar a empresa criada por seu pai. Mas por que investir na CVC?
Ativo valioso, preço atraente
Segundo Gustavo os motivos do interesse basicamente foram três: a CVC ser um ativo valioso; o preço atrativo para um possível investimento e já ter o time certo para tocar o negócio. “Era óbvio e evidente o que precisava ser feito para trazer a CVC de volta, então a possibilidade virou uma realidade”, disse ele.
“A CVC, olhando como investidor, é uma força enorme no Turismo. Ela tem uma rede de lojas, hoje irreplicável por qualquer player. Esse é um dos grandes, se não o maior ativo da CVC. A inteligência e expertise dos franqueados e master franqueados na ponta são primordiais para o sucesso do negócio.”
Gustavo Paulus
Depois foi a vez de alinhar os ponteiros com os principais sócios da companhia e apresentar o plano de recuperação da empresa. E a empatia foi imediata.” O segredo da CVC começa pela governança correta, alinhando sócios que entendem do mercado de capitais com quem entende do negócio”, completa.
Acordo feito, follow on de sucesso, hora de colocar o plano em prática, tendo o parceiro Fabio Godinho na liderança executiva na CVC Corp, assim como um time sólido de especialistas no Turismo que voltaram à companhia.
Com isso, a CVC Corp volta às origens, com a diferença que antes era de um dono só e agora tem ações pulverizadas, mas uma gestão que age com olhar de dono que cuida de perto do negócio. É o que Gustavo chama de acionista referência (no caso a parceria Opportunity/Família Paulus).
“É muito positivo para a CVC ter de volta a família que começou tudo e um management que conhece o negócio. De verdade. Isso faz muita diferença”, continua Gustavo, que reafirma ser um acionista de longo prazo na CVC. O acionista em geral precisa de tempo para entender, acreditar e voltar a investir na empresa. O projeto da nova CVC é longo, mas ele acredita que em até dois anos a empresa estará como eles planejaram ao reassumir a companhia.
“Temos sentido que os investidores voltaram a olhar para o Turismo, querem ouvir nossa história. Estamos felizes com esse recomeço.”
Ele também assume que pesou na decisão de abraçar o projeto CVC a história do pai e o legado que ele havia deixado para o Turismo. “Ele não tinha mais nada a ver com a CVC, mas eu via que ele ficava incomodado com a situação da empresa.”
Investindo em Turismo
Gustavo Paulus já investiu em aviação, hotelaria, operadoras, alimentação... Que setor ele recomendaria a um novo investidor nesse momento? “Sem dúvida a CVC Corp, a operação. Hotelaria é bem mais difícil. O Lazer está em crescimento e vemos boas empresas e bons modelos no lazer no Brasil”, analisa.
Mas há barreiras no Turismo, claro. E elas precisam ser removidas. Para o CEO da Mar Holding, infraestrutura e segurança espantam investidores no Turismo brasileiro. E se ele for estrangeiro, o ambiente de negócios atrapalha. “O Turismo precisa de um planejamento robusto a longo prazo, de estratégia, e é isso que esperamos do poder público”.
Palavra de investidor. E de um filho do Turismo.
Gustavo Paulus é um dos 100+ Poderosos do Turismo PANROTAS 2023. Na semana passada, a Família Paulus passou a ser o maior acionista individual da CVC Corp.
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