"Hotelaria do Brasil não é competitiva para investimento estrangeiro"
Evento debate as perspectivas de executivos para o mercado imobiiário turístico no Brasil
A Adit Brasil promove, nesta quarta-feira (29), o Imobtur - evento que discute o mercado de meios de hospedagem, aluguel por temporada e empreendimentos imobiliário-turísticos no Brasil.
Caio Calfat, presidente do conselho Adit Brasil, iniciou o evento dando um panorama do mercado imobiliário turístico no Brasil e apresentou os principais destaques da programação do Imobtur.
Diogo Canteras, sócio-diretor da HotelInvest, mediou o painel "A hotelaria como negócio: a visão dos investidores institucionais", discutindo acertos e erros do mercado hoteleiro nacional.
Apesar de todos os palestrantes concordarem que o Brasil vive um bom momento no mercado hoteleiro, houve um acordo comum em relação ao fato de que esse segmento não é tão atrativo para o investidor estrangeiro, como acontece em outros países que, as vezes, possuem menos potencial que o Brasil.
Gastão Valente, Head Brasil da GIC Real Estate, citou que a falta de ativos de grande porte e liquidez atrai mais investidores nacionais que estrangeiros, pois esses buscam ativos maiores e mais completos que não são abundantes em solo brasileiro.
Rodrigo Reali, VP Sênior de investimentos da HSI, concordou com essa visão e explicou a lógica pela qual o investidor estrangeiro opera na busca por um empreendimento hoteleiro.
"A gestão de um hotel de 100 unidades habitacionais é muito parecida com a de um hotel com cerca de 500 UHs. Se o investidor precisa investir em cinco hotéis de menos de 100 unidades para obter o mesmo lucro de um investimento em uma grande rede, como o Hilton, por exemplo, o investimento deixa de fazer sentido, pois cada novo hotel traz novos desafios. Vale mais a pena o investimento único em um ativo de grande porte, que está cada vez mais raro no Brasil"
Rodrigo Reali, VP Sênior de Investimentos HSI
A recuperação do setor de eventos corporativos e culturais foi citada por Caio Adelfo, diretor de Real Estate do BTG Pactual, como um ponto positivo do ano de 2023 e revelou que essa área é de interesse para seus representantes.
"O BTG Pactual gere, atualmente, 1,6 mil quartos de hotel e possui ativos econômicos no segmento de luxo. Para o ano de 2024, buscaremos ampliar nosso ramo de negócios para o setor de eventos culturais e corporativos, explorando a capacidade do Brasil em sediar shows e eventos de grande porte"
Caio Adelfo, diretor de Real Estate do BTG Pactual
Todos os palestrantes revelaram otimismo para os negócios no ano de 2024, tendo como base o bom desempenho do setor ao longo de 2023.
"Acredito que o mercado, bem como nossos ativos, devem performar bem no ano de 2024, levando em conta que o PIB continue apresentando crescimento. Com o fim da pandemia, que impactou fortemente o setor, pecebemos uma reação positiva do setor hoteleiro, sobretudo no mercado paulista"
Gastão Valente, Head Brasil da GIC Real Estate