Bruno Hazov   |   20/10/2023 08:11

Comércio e Serviços criam mais de 260 mil vagas temporárias em 2023

Salário médio deve ter aumento real e chegar a R$ 1,8 mil; volume de vagas é 8% maior que no ano passado

Rovena Rosa/Agência Brasil
Volume de vagas temporárias deve superar em 8% o número de contratações de 2022
Volume de vagas temporárias deve superar em 8% o número de contratações de 2022

O ano de 2023 deve fechar com a criação de 262 mil vagas temporárias, um aumento de 8% em relação ao ano passado. Estimativa é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Salário médio deve ter aumento real e chegar a R$ 1,8 mil

Segundo a CNC, o maior empregador será o setor de comércio, com previsão de geração de 173 mil postos de trabalho temporários, seguido pelo segmento de hospedagem e restaurantes, que contribuirão com 63 mil vagas. Em terceiro lugar está o setor de transportes, com expectativa de 17 mil vagas.

O estado que lidera as projeções da CNC é São Paulo, com uma estimativa de criação de 81 mil vagas temporárias, seguido de Minas Gerais, com 30 mil, Paraná, com 20 mil e Rio de Janeiro, com cerca de 16 mil empregos temporários. Vendedores de lojas ou mercados figuram no topo da lista de contratações, em uma estimativa de 31 mil vagas temporárias. Já a função de auxiliar administrativo deve ter cerca de 19 mil vagas.

"Desde 2014, o País luta para retomar a marca de 300 mil postos de trabalho temporário por conta de uma série de desafios econômicos vivenciados, incluindo a recessão ocorrida entre 2015 e 2016, seguida pela queda da atividade econômica durante a pandemia de Covid-19. No entanto, agora, pela primeira vez em uma década, o Brasil parece estar se organizando de forma mais eficiente, e isso é especialmente notável nos setores de comércio e serviços, que representam mais de 90% das vagas"

José Roberto Tadros, presidente da CNC

Em nota, a CNC afirma que a expectativa dos empresários é a de que 12% dessas vagas temporárias tornem-se efetivas no início de 2024, a depender da perspectiva econômica para o próximo ano. “Essa taxa de efetivação está intrinsecamente ligada ao cenário econômico mais amplo, que inclui uma inflação baixa e uma tendência contínua de queda nas taxas de juros”, explica o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes.

Economia no rumo certo

Na análise da CNC, o otimismo do empresariado brasileiro se deve ao momento econômico que o País vive, com o controle da inflação e sequência de quedas na taxa básica de juros. Como resultado, bens duráveis estão voltando a ser adquiridos em maior escala e a alta demanda leva à criação de mais vagas no comércio.

Além da sazonalidade, há outro fator que impulsiona o mercado de trabalho: o setor de serviços apresenta um nível de atividade 15% superior ao período pré-pandemia, tornando-se um dos principais motores da economia brasileira

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