Biaphra Galeno   |   07/04/2014 14:01

MTur e Embratur: estudos divergem sobre Confederações

O Ministério do Turismo divulgou hoje um estudo sobre o impacto econômico da Copa das Confederações no País. O resultado revela a movimentação financeira no período, o reflexo no PIB e na geração de empregos, além de oferecer insumos para projeções sobre a Copa do Mundo.

O Ministério do Turismo divulgou hoje um estudo sobre o impacto econômico da Copa das Confederações no País. O resultado revela a movimentação financeira no período, o reflexo no PIB e na geração de empregos, além de oferecer insumos para projeções sobre a Copa do Mundo.

De acordo com a pesquisa, realizada por meio da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o torneio gerou um movimento de R$ 20,7 bilhões, sendo R$ 11 bilhões referentes a gastos de turistas, do Comitê Organizador Local e de investimentos privados, e públicos e outros R$ 9,7 bilhões como renda acrescentada ao PIB brasileiro. A expectativa é de que a Copa do Mundo movimente três vezes esse valor.

Em época onde uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre ataques (e estupros) a mulheres teve sua metodologia contestada e erro admitido, é perceptível a diferença entre os estudos realizados pela Embratur e pelo MTur. De acordo com o instituto, em informação divulgada em dezembro, a movimentação financeira na Copa das Confederações foi de R$ 740 milhões, sendo que a expectativa para a Copa do Mundo, ainda no estudo realizado por eles, foi de R$ 25 bilhões, alguns bilhões distantes do que acredita o MTur: R$ 29,1 bilhões.

No estudo do MTur, dos R$ 9,7 bilhões como renda acrescentada ao PIB brasileiro, 58% ficaram nas cidades-sede e 42% foram distribuídos pelo restante do País. “O resultado mostra que o impacto do torneio não se restringe aos locais onde são realizados os jogos. Eles têm impacto em todo o Brasil”, afirma o ministro do Turismo, Vinicius Lages.

METODOLOGIA
O estudo analisa os impactos iniciais, diretos, indiretos e induzidos na economia. Como base para o cálculo, utilizou-se a soma dos investimentos públicos e privados em infraestrutura (R$ 9,1 bilhões), dos gastos dos turistas nacionais (R$ 346 milhões) e estrangeiros (R$ 102 milhões) e dos investimentos do Comitê Organizador Local (COL) no evento (R$ 311 milhões). Desses valores, obteve-se o efeito multiplicador na cadeia produtiva.

Outro dado analisado é o impacto da Copa das Confederações na geração de empregos. Foi criado o equivalente a 303 mil vagas, considerando o conceito “equivalente-homem-ano”. Isso não significa que a mesma quantidade de novos empregos foi necessariamente criada. Parte dessa demanda por novos empregados pode ter sido suprida por horas extras, ou, de acordo com o MTur, “com o melhor aproveitamento dos empregados atuais”. Desse total, 60% estão nas cidades-sede e 40% no restante do País.

BENEFICIADOS
O Rio de Janeiro foi a cidade com a maior movimentação financeira entre as seis sedes (R$ 6 bilhões), o que significa R$ 2,8 bilhões de acréscimo ao PIB da capital. Registrou, também, a maior geração de empregos (59 mil) entre as sedes da Copa. Juntos, turistas brasileiros e estrangeiros gastaram, no Rio, R$ 117 milhões.

Para a pesquisa, foram ouvidas 17 mil pessoas e analisados os gastos e investimentos para a realização do evento. Os investimentos feitos até a Copa das Confederações representam 77% do total previsto para as seis sedes do torneio de 2013 e 36% do total projetado para as 12 cidades-sede da Copa do Mundo. Os dados são baseados na versão de abril de 2013 da Matriz de Responsabilidades da Copa.

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