Danilo Teixeira Alves   |   10/06/2015 16:42

Caso Lufthansa: Fenactur ameaça iniciar boicote à aérea

A Fenactur decidiu se manifestar sobre a decisão da Lufthansa em aplicar a DCC (Distribution Cost Charge) no Brasil.

A Fenactur se manifestou contra a decisão da Lufthansa em aplicar a Distribution Cost Charge (DCC) no Brasil, tema este bastante discutido nos últimos dias aqui no Portal PANROTAS e capa da mais recente edição do Jornal PANROTAS. O presidente da entidade, Michel Tuma Ness, enviou hoje um manifesto à diretora geral da aérea no Brasil, Annette Taeuber, se posicionando contra a empresa. Na semana passada, Abav, AirTkt e Abracorp também enviaram uma carta para a companhia.

Leia na íntegra a carta da Fenactur:


À
Lufthansa
A/C Sra. Annette Taeuber - Diretora Geral Brasil

Prezada Senhora Taeuber,

Na qualidade de entidade nacional, tendo como filiados 24 (vinte e quatro) sindicatos, os quais representam a categoria econômica composta por empresas e agentes de turismo, legitimada, portanto, por mais de 20.000 (vinte mil) agências de viagens no Brasil, vimos pela presente manifestar a nossa surpresa e indignação, protestando, desde logo, contrariamente à adoção da intitulada Distribuition Cost Change (DCC) pelo Grupo Lufthansa.

Em que pese as justificativas para a implementação da DCC, entendemos que tal prática soa como uma medida punitiva aos agentes de viagens, que como se sabe, são os grandes impulsionadores e responsáveis pela maioria das passagens áreas vendidas para o Grupo Luthansa no Brasil.
Ao instituir a taxa de 16 euros para cada passagem emitida através dos GDS, além de punir a rede de distribuição formada por Agências de Viagens (espalhada ao longo do território nacional), também soa como uma ameaça à livre concorrência, especialmente porque tal prática não se aplica às vendas de passagens áreas, por intermédio dos canais próprios das empresas que compõem o Grupo Lufthansa.

É importante que diga que a Fenactur, repise-se, na condição de lídima representante dos agentes de viagens, em todo o território brasileiro, não pode compactuar com a implementação da taxa em comento, afinal de contas, não se pode permitir que sejam adotadas práticas punitivas, sobretudo quando atinge um seguimento econômico que há muito vem sendo penalizado por constante elevação de custos, sem esquecer de mencionar que se trata de uma prática desleal, na medida em que induz a realização de vendas de passagens áreas diretamente nos canais próprios do Grupo Lufthansa, sem a aplicação da sobretaxa de dezesseis euros.

Assim, para que não sejamos compelidos a incentivar os nossos filiados, que como destacado, somam mais de 20.000 (vinte mil) agentes de viagens no Brasil, a migrarem as suas operações para outras companhias aéreas, que agem com mais transparência, respeitando a boa e salutar parceria com os agentes de viagens, é que nos leva a pedir que tal prática seja revista e a sua implementação coibida.

Desse modo, reiteramos o pedido para que o Grupo Lufthansa se abstenha de implantar a cobrança da taxa intitulada Distribuition Cost Change ou DCC, para que não tenhamos que adotar todas as medidas necessárias e legais, indo às últimas consequências, se for o caso, na defesa e preservação dos interesses dos nossos filiados.

Por tudo o exposto e cientes de que Vossa Senhoria dará a devida atenção que o assunto requer, aproveitamos a oportunidade para renovar os nossos protestos da mais elevada estima e consideração.

Cordialmente,

Michel Tuma Ness
Presidente da Fenctur – Federação Nacional de Turismo
Vice-Presidente da CNTur – Confederação Nacional do Turismo

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