CVC investe em Dubai como hub para Ásia; veja metas
A CVC quer tornar Dubai, nos Emirados Árabes, um de seus principais produtos nos próximos dez anos. Primeira convenção internacional será feita no destino, em março de 2018
A operadora se juntou à Emirates Airline, que será a “transportadora oficial” do projeto. A empresa brasileira investirá fortemente não apenas na região, como também na Ásia como um todo, sendo Dubai a porta de entrada para o continente, um hub.
Em poucos meses, a CVC instalará uma operação 100% em português, incluindo atendimento para turistas brasileiros em Dubai e passeios com guias que falam o idioma exclusivamente para seus clientes.
O projeto será alavancado com a realização da primeira convenção internacional da CVC, não coincidentemente em Dubai, no Atlantis Hotel, de 2 a 3 de março de 2018. Ao todo, 1,5 mil líderes e gerentes de Vendas de todo o País se reunirão para uma capacitação intensa sobre o destino e a Ásia como um todo.
NOVOS PRODUTOS
Lá, inclusive, serão lançados novos produtos que vão seguir essa tendência, como adiantou o vice-presidente da operadora, Valter Patriani. A empresa vai comercializar pacotes diferenciados e com "preços competitivos" para China, Japão e Tailândia. A partir daí, como pontuou o vice-presidente, a Ásia será
“massificada” para o brasileiro.
O executivo, inclusive, diz que a Ásia será a grande responsável pelo fluxo de viajantes nos próximos dez, 20 anos, evidenciando os investimentos na região mais populosa do mundo.
De acordo com ele, o brasileiro quis conhecer Buenos Aires nos anos 1970, a Flórida nos anos 1980, a Europa e o Caribe, respectivamente, nos anos 1990 e 2000. Agora é a vez da Ásia. “O brasileiro está descobrindo a Ásia e a CVC quer protagonizar esse momento”, resumiu.
80 MIL PASSAGEIROS
Ainda mais para frente, está a projeção de dobrar os 80 mil nos cinco anos seguintes, chegando a 160 mil passageiros. Nesse tempo, Patriani pontua que Dubai pode chegar ao top cinco de mais vendidos no internacional.
“O destino vai ser um carro-chefe para nós. Quando voltarmos [da convenção], vamos vender Dubai mais do que pão quente”, brincou.
A aposta em Dubai é tão grande que os profissionais da CVC “vendem” o destino facilmente como uma Nova York, Orlando ou Las Vegas mais atrativa e modernizada. De acordo com Patriani, endossado pelo diretor de Produtos Internacionais, Fabio Mader, o idioma não será uma barreira para o público daqui.
Os roteiros não serão feitos exclusivamente em grupo. Aliás, as excursões em ônibus representam 30% do total dos pacotes comercializados. Segundo números da operadora, 70% das viagens vendidas são feitas configuradas para o consumidor.
Embora já sejam comercializados, os novos roteiros vão ser destinados a viagens para a família, lua de mel, aventura, luxo etc. Aliás, Dubai geralmente está ligada ao luxo, mas a CVC promete quebrar mais um paradigma ao oferecer produtos acessíveis ao seu público. Um pacote completo com duração de cinco dias tem um valor médio de R$ 3,2 mil.
NÚMEROS EXPRESSIVOS
Essa novidade pode ser explicada em dados consolidados da Organização Mundial de Turismo, a OMT. No primeiro quadrimestre deste ano, a região da Ásia-Pacífico recebeu 309 milhões de turistas internacionais, sendo responsável por 25% do total de 1,235 bilhão de viajantes.
Dubai é a quarta cidade que mais recebe estrangeiros no mundo, com 15,2 milhões, atrás apenas de Bangcoc (Tailândia), Londres e Paris. Em 2016, dos 20 destinos mais visitados do mundo, 11 estão na Ásia, segundo estudo do Mastercard.
EMIRATES
A Emirates recém-completou dez anos de operação no Brasil. Com dois voos diários de São Paulo e Rio de Janeiro, sendo um deles com o Airbus 380, a companhia aérea transportou mais de 288 mil passageiros nesses dois aeroportos em 2016.
O diretor geral da Emirates para o Brasil, Stephane Perard, afirma que 20% dos passageiros com origem dos dois terminais brasileiros param em Dubai. Os demais destinos favoritos de quem voa com a aérea são Hong Kong (China), Bangcoc (Tailândia), Xangai (China) e Tóquio, capital japonesa.
Em um ano de crescimento forte, segundo ele, a transportadora do Golfo se diz satisfeita com a operação no Brasil, e não pretende aumentar o número de frequências.