Turismofobia: cresce número de cidades hostis a visitantes
Embora o Turismo seja um fenômeno recente na história da humanidade, a indústria já tem impactado o mundo e, para alguns destinos, de maneira não muito positiva.
Embora o Turismo seja um fenômeno recente na história da humanidade, a indústria já tem impactado o mundo e, para alguns destinos, de maneira não muito positiva. Conforme o Portal PANRTOTAS publicou anteriormente, cidades como Amsterdã e Veneza já têm se declarado hostis diante do número crescente de visitantes. Tão recente quanto a própria indústria, o termo Turismofobia tem ganhado destaque nos noticiários internacionais.
Para muitos destinos, de acordo com jornal britânico The Independent, a presença massiva de não-locais tem propiciado mudanças intoleráveis na cultura local, como o crescimento restaurantes fast foods e até mesmo o aumento no preço dos aluguéis — que praticamente inviabiliza a locação feita por habitantes locais.
Já o periódico espanhol El País destaca que Barcelona é uma das cidades em que a turismofobia tem obtido maior aderência dos moradores. Um pesquisa realizada pela prefeitura do município demonstra que, embora mais de 86% dos moradores acreditem que o Turismo seja benéfico para a economia, cerca de 40% também afirmam que o número de visitantes está chegando ao seu limite.
Ainda que o viajante em si não tenha culpa direta dos impactos negativos que atingem os destinos — para especialistas consultados pelo jornal espanhol, a falta de uma política local voltada ao Turismo e até mesmo a indústria que pensa apenas em vender os destinos são os responsáveis pelo esgotamento — mais cidades têm aderido à hostilidade.
Confira a lista a seguir.
AMSTERDÃ (HOLANDA)
Recentemente o diretor de Marketing da cidade, Frans van der Avert, declarou que as cidades estão morrendo por causa do Turismo. Para ele, uma das culpadas são as companhias aéreas de baixo custo, como a Ryanair.
ARLINGTON (EUA)
Segundo um estudo de 2015, a cidade é a mais hostil a visitantes nos Estados Unidos.
BARCELONA (ESPANHA)
O jornal britânico destacou a declaração da prefeita da cidade catalã, Ada Colau, após tomar posse: "não queremos que a cidade se torne uma loja de lembrancinhas baratas". Além disso, foi levado em conta a atitude dos próprios moradores, que se manifestam contra a presença massiva de visitantes.
BUTÃO
O país não se mostra hostil ao visitante, porém adota medidas preventivas. Os visitantes são bem-vindos, porém precisam estar cientes de algumas regras, como ir a partir de uma agência autorizada e desembolsar uma taxa fixa de US$ 255 por dia.
CINQUE TERRE (ITÁLIA)
Um dos cartões postais da Itália, com cerca de 2,5 milhões de turistas anualmente, a cidade e seus administradores já planejam reduzir as visitas. O limite, que ainda é discutido, pode chegar a 1,5 milhão por ano.
ONSEN DO JAPÃO
As termas naturais japonesas são um dos maiores atrativos para visitantes, porém algumas especificidades não são bem aceitas na cultura do país. Por exemplo, em algumas delas é proibida a entrada de pessoas com tatuagens, o que pode barrar a entrada de uma boa parcela de visitantes internacionais. A restrição, contudo, não deve ser vista como uma hostilidade japonesa aos turistas.
SANTORINI (GRÉCIA)
A ilha grega mais popular do arquipélago contou com cerca de dez mil cruzeiristas diários durante o verão. Apesar de considerar a presença dos visitantes importante para a economia local, as autoridades estimam reduzir o número para cerca de oito mil cruzeiristas dirários.
ILHAS DA TAILÂNDIA
A Tailândia como um todo não é hostil, porém o jornal britânico destacou o fechamento de algumas ilhas — entre as quais Koh Khai Nok, Koh Khai Nui e Koh Khai Nai. A justificativa, segundo as autoridades locais, seria a degradação ambiental.
VENEZA (ITÁLIA)
Já não é de hoje que a cidade italiana tenta conter a presença de visitantes. Após o governador de Vêneto colocar em debate a limitação no número de visitantes em Veneza, a cidade instalou "sistemas" a fim de regular o acesso de turistas.
*Fonte: El País e The Independent