Roberta Queiroz   |   02/08/2016 20:57

Accor: ousar no design é essencial para criar emoções

Para o vice-presidente de Design e Implantação da Accor Hotels, Paulo Mancio, é preciso compreender o público alvo do empreendimento para desenvolver um design capaz de cativá-lo. “Nosso cliente está em mudança permanente e hoje está mai

Escolha de cores, preferência por materiais e posição de móveis. Estas são apenas três das centenas de decisões que envolvem o planejamento do design de uma casa, um prédio ou hotel. Um planejamento que gira em torno de um agente ímpar: o cliente.

Para o vice-presidente de Design e Implantação da Accor Hotels, Paulo Mancio, é preciso compreender o público-alvo do empreendimento para desenvolver um design capaz de cativá-lo. “Nosso cliente está em mudança permanente e hoje está mais exigente, multicultural e viajado”, opinou o executivo durante o Design & Technical Summit. “Ele anda em uma avenida diferente, quer ser único e protagonista, mesmo que isso soe um pouco egocêntrico”, completou.

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Mancio fez a abertura do evento realizado em São Paulo

A fim de atender essa demanda de desejos, em franca mudança, a Accor pretende inovar unidades e ações sem deixar de lado os valores da hospitalidade. “Nossos projetos já não são mais projetos. São uma compreensão do hóspede”.

SENTIMENTOS
É o despertar de emoções que faz o cliente perceber um espaço com extensão de si mesmo. Há 14 anos, Catarina Nedavaska integra o setor de design da Accor e crê nesta perspectiva. “A ousadia deve ser excedida para que todos os sentidos sejam explorados e gerem emoções”, afirma.

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Nedavaska está na rede há 14 anos

Repensar ambientes internos, externos e a relação entre eles é essencial para que as emoções se transformem em experiência e marquem a trajetória do hóspede – o que não deixa de ser uma espécie de marketing. “Existem três respostas possíveis para um design: sim, não e uau. Temos que buscar a última”.

ORIGINALIDADE
Ousadia, por sinal, é o sobrenome do estúdio Irmãos Campana. Os arquitetos são conhecidos por transformar materiais simples em artigos de luxo. “Nosso trabalho é um retrato de onde vivemos”, pontuou o apresentador do case, Humberto Campana, nascido em Brotas. “As obras que criamos contam um pouco sobre a infância e os lugares que conhecemos ao longo da vida”.

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Inspirações de Campana surgem no dia a dia

Cordas, carvão e plástico bolha são alguns dos materiais inusitados, e favoritos, dos irmãos um tanto quanto ativistas. “Eu adoro arte, mas meu olhar não se inspira em museus. Ele se inspira em lugares desconhecidos e pouco atingidos pela globalização. Só assim enxergo poesia”.

Os camelôs do Centro de São Paulo, por exemplo, já inspiraram uma cadeira de sucesso internacional dos Campana. Humberto comprou diversos bichos de pelúcia das barracas e pediu que uma costureira criasse um estofado com todos eles. A invenção rendeu até uma poltrona nos Estados Unidos, desta vez, para um dos complexos da Disney.

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