Savia Reis   |   20/02/2014 11:56

Armelin: "Quem deixou o turismo de Natal morrer?"

Como já era de se esperar, o tema aviação, em especial o novo aeroporto do Rio Grande do Norte, a malha aérea, e, consequentemente, a perca de turistas no Estado, seriam destaques no primeiro dia do Fórum de Turismo do Rio Grande do Norte, que termina hoje com

NATAL - Como já era de se esperar, o tema aviação, em especial o novo aeroporto do Rio Grande do Norte, a malha aérea, e, consequentemente, a perda de turistas no Estado, seriam destaques no primeiro dia do Fórum de Turismo do Rio Grande do Norte, que termina hoje com palestras de Marta Rossi (Festuris Gramado) e representantes das companhias aéreas. Ou seja, o assunto ainda será debatido fortemente mais tarde.

O clima esquentou durante a apresentação de Claiton Armelin, presidente da Flytour Viagens, que elogiou as empresas de receptivo da região e as questionou sobre a diminuição de passageiros neste verão. Foram cinco fretamentos, quando o destino recebia 30 na temporada. “Depois da palestra do Ibernon [apresentação que abriu o evento], me acendeu uma luz. A Inframerica vai trazer para o Rio Grande do Norte um grande aeroporto, com investimento de mais de R$ 600 milhões. Se não arregaçarmos a manga, pegar essa ideia do aeroporto e utilizar de forma muito positiva para incrementar o turismo, de nada adianta. Se não tiver avião, não tem passageiros. Se não tiver passageiros, não tem hóspedes”, disse.

“Falta divulgação para o Rio Grande do Norte. É simples a regra de três. Se não tem passageiro, a companhia aérea tira o voo. Quando há uma diminuição drástica de voos, há elevação de preços. E isso que está matando o turismo aqui. Os hotéis estão ficando com ocupação muito baixa”, completou Armelin.

Para exemplificar, Claiton Armelin usou um levantamento feito pelo Jornal PANROTAS sobre a queda no número de voos na região. “Fortaleza reduziu de 541 para 512 voos semanais. Salvador de 940 para 818 voos por semana. Natal foi de 224 para 186 voos. Quem utiliza esses voos? Quem mora em Natal. Não são turistas”.

Na cadeia produtiva, segundo Armelin, quem contribui para o turismo da região é a hotelaria, que há dois anos não aumenta a tarifa média. “Não sobra dinheiro no bolso do hoteleiro para investir. Quem deixou o turismo daqui morrer? A iniciativa privada está organizada, mas precisa do apoio do Governo. O último hotel construído em Natal é o Majestic [Best Western] há dois anos. Temos que sair daqui [do Fórum] com ideias”.

Pressionando o Governo do Estado [também muito criticado pela população], que não tinha nenhum representante no evento, Claiton questionou: por que o Governo não diminui fortemente o preço do imposto do combustível da aviação? Se isso não acontecer, vamos ter grandes problemas”. Neste momento, um participante lembrou ao executivo da Flytour que Natal é o único produtor de combustível de aviação do Nordeste. “Turismo no Rio Grande do Norte tem que ser prioridade e queremos o Governo do nosso lado”.

Ainda durante sua apresentação, Armelin sugeriu que todos saíssem do evento com a missão de resgatar o DNA, que segundo ele, significa “Divulgando Natal Agora”. “Tem que estar na veia de cada um. Assim, os voos voltam, os passageiros voltam e os preços normalizam”, conclui.

O debate ficou ainda mais quente com as palavras de Decca Bolonha (Potiguar Turismo), que foi bastante aplaudida. “A população tem de saber os benefícios que o turista traz para a população. Quem sai daqui, deixa a família, são os promotores, diretores comerciais, proprietários, não é o Governo. É a iniciativa privada que traz turista para Natal. Não temos infraestrutura e nem segurança. Cadê a segurança para trazermos o turista até Natal [referindo-se a distância do novo aeroporto em São Gonçalo do Amarante, distante 40 km do marco central da capital]. O trabalho do empresário já vem sendo feito. O Governo do Estado não vem fazendo nada. Mas o dinheiro do Governo Federal vem...”, disse.

Enrico Fermi (ABIH Nacional) e George Costa (Luck Receptivo) concordaram com a falta de investimento do Governo e com a atuação forte da iniciativa privada na região.

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