Embraer é investigada por propina em Moçambique
Uma série de investigações foram abertas nos Estados Unidos que apuram suspeitas de que a Embraer subornou agentes públicos para obter contratos fechados no exterior. A investigação agora atingiu um negócio fechado pela empresa brasileira em Mo&ccedi
Uma série de investigações foram abertas nos Estados Unidos para apurar suspeitas de que a Embraer subornou agentes públicos para obter contratos fechados no Exterior. A investigação agora atingiu um negócio fechado pela empresa brasileira em Moçambique, na África.
A Embraer é alvo de investigação do Departamento de Justiça dos EUA desde 2010, por conta de uma venda de aviões militares para a República Dominicana. Desde o início, a apuração foi ampliada para examinar negócios em outros nove países e irregularidades foram encontrados em outros quatro países. A construtora brasileira é acusada de pagar suborno também em negociações na Arábia Saudita e Índia.
A investigação em Moçambique era mantida em sigilo até o momento. Os investigadores têm concentrado esforços em negócios estrangeiros da Embraer que ocorreram entre 2008 e 2010. O caso moçambicano aconteceu em 2008, quando a construtora brasileira vendeu dois jatos Embraer 190 para a Linhas Aéreas de Moçambique (LAM). O valor do negócio não foi divulgado.
O começo das investigações contra a empresa brasileira se deu por conta da venda de oito Super Tucanos para a República Dominicana. A apuração norte-americana diz que a Embraer pagou US$ 3,5 milhões em propina para um coronel das Força Aérea e parlamentares do país para fechar o negócio.
ACORDO
Depois de ter sido flagrada pagando propina, a Embraer passou a colaborar com o Departamento de Justiça dos EUA e com SEC, órgão que fiscaliza o mercado de ações do país. Além disso, a empresa brasileira contratou um escritório norte-americano para fazer uma auditoria dos negócios estrangeiros da companhia. O resultado foi enviado para os EUA e para o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro.
A Embraer divulgou em julho que separou US$ 200 milhões - equivalente hoje a R$ 644 milhões - para pagar multas decorrentes do processo. No momento, a construtora está em fase de negociações com a Justiça dos EUA e do Brasil para saber o percentual do valor que vai para o governo norte-americano e o que fica no Brasil.
A Embraer disse, por meio de nota enviada ao jornal Folha de São Paulo, que "desde 2011 tem informado publicamente que vem conduzindo uma ampla investigação interna e cooperando com as autoridades competentes."
*Fonte: Folha de São Paulo