Filip Calixto   |   18/07/2025 10:56
Atualizada em 18/07/2025 11:53

Ministro critica possível fusão entre Gol e Azul: "Não é saudável para a aviação"

Sílvio Costa Filho afirma que, se concretizada, ação representa um risco para o consumidor

PANROTAS / Emerson Souza
Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos
Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos

Durante a série de debates Logística no Brasil, promovida pelo jornal Valor Econômico nesta semana em Brasília, o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, afirmou que a possível fusão entre as companhias aéreas Gol e Azul "não é saudável para o mercado de aviação".

As duas empresas iniciaram conversas sobre uma possível fusão entre o final do ano passado e o começo de 2025, mas o processo perdeu força nos últimos meses após a Azul entrar com pedido de Chapter 11, um tipo de recuperação judicial nos Estados Unidos.

"Hoje, 98% da aviação brasileira é comandada pelas três principais companhias aéreas no Brasil. Eu acho que não é saudável para a aviação a gente ter essa fusão"

afirmou o ministro durante o evento.

Segundo ele, informações preliminares apontam que a união entre as duas empresas poderia resultar em concentração de mercado, o que, na visão do governo, representa um risco ao consumidor.

O ministro explicou que, segundo informações preliminares que recebeu - ainda sem confirmação oficial -, a fusão entre as duas aéreas poderia resultar em uma concentração excessiva de mercado no setor. Para ele, esse tipo de concentração, seja na aviação, nos portos ou nos aeroportos, tende a ser prejudicial, pois pode reduzir a concorrência e, consequentemente, penalizar o consumidor com menos opções e preços possivelmente mais altos.

Apesar da crítica, Costa Filho ressaltou que o governo vai aguardar a decisão oficial do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão responsável por avaliar possíveis impactos concorrenciais da operação.

O debate contou com a presença de autoridades, especialistas e executivos do setor de logística. Um dos participantes foi Jorge Bastos, diretor-presidente da Infra S/A, que defendeu a importância de um planejamento estratégico de longo prazo para o setor de transportes no País.

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