Ministro critica possível fusão entre Gol e Azul: "Não é saudável para a aviação"
Sílvio Costa Filho afirma que, se concretizada, ação representa um risco para o consumidor

Durante a série de debates Logística no Brasil, promovida pelo jornal Valor Econômico nesta semana em Brasília, o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, afirmou que a possível fusão entre as companhias aéreas Gol e Azul "não é saudável para o mercado de aviação".
As duas empresas iniciaram conversas sobre uma possível fusão entre o final do ano passado e o começo de 2025, mas o processo perdeu força nos últimos meses após a Azul entrar com pedido de Chapter 11, um tipo de recuperação judicial nos Estados Unidos.
"Hoje, 98% da aviação brasileira é comandada pelas três principais companhias aéreas no Brasil. Eu acho que não é saudável para a aviação a gente ter essa fusão"
afirmou o ministro durante o evento.
Segundo ele, informações preliminares apontam que a união entre as duas empresas poderia resultar em concentração de mercado, o que, na visão do governo, representa um risco ao consumidor.
O ministro explicou que, segundo informações preliminares que recebeu - ainda sem confirmação oficial -, a fusão entre as duas aéreas poderia resultar em uma concentração excessiva de mercado no setor. Para ele, esse tipo de concentração, seja na aviação, nos portos ou nos aeroportos, tende a ser prejudicial, pois pode reduzir a concorrência e, consequentemente, penalizar o consumidor com menos opções e preços possivelmente mais altos.
Apesar da crítica, Costa Filho ressaltou que o governo vai aguardar a decisão oficial do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão responsável por avaliar possíveis impactos concorrenciais da operação.
O debate contou com a presença de autoridades, especialistas e executivos do setor de logística. Um dos participantes foi Jorge Bastos, diretor-presidente da Infra S/A, que defendeu a importância de um planejamento estratégico de longo prazo para o setor de transportes no País.