Victor Fernandes   |   15/05/2024 14:56

EUA podem processar Boeing por acidentes do 737 Max; entenda

Cabe agora ao Departamento de Justiça decidir se apresentará acusações contra a fabricante


Divulgação/Boeing
Após incidente da Alaska Airlines, Boeing pode ser processada por acidentes com o 737 Max em 2018, na Indonésia, e em 2019, na Etiópia
Após incidente da Alaska Airlines, Boeing pode ser processada por acidentes com o 737 Max em 2018, na Indonésia, e em 2019, na Etiópia

A Boeing violou um acordo que permitiu à fabricante evitar um processo criminal após dois acidentes mortais envolvendo sua aeronave 737 Max há mais de cinco anos, disse o Departamento de Justiça (DOJ) a um juiz federal nesta semana. Cabe agora ao Departamento de Justiça decidir se apresentará acusações contra a Boeing. Os promotores dirão ao tribunal até 7 de julho como planejam proceder, disse o DOJ. As informações são do portal Travel Weekly.

Novos jatos 737 Max caíram em 2018 na Indonésia e em 2019 na Etiópia, matando 346 pessoas. A Boeing chegou a um acordo de US$ 2,5 bilhões com o Departamento de Justiça em janeiro de 2021 para evitar processos por uma única acusação de fraude – enganar os reguladores federais que aprovaram o avião. A Boeing culpou dois funcionários de nível relativamente baixo pelo engano.

Em uma carta apresentada ao tribunal federal do Texas, Glenn Leon, chefe da seção de fraude da divisão criminal do Departamento de Justiça, disse que a Boeing violou os termos do acordo ao não fazer as mudanças prometidas para detectar e prevenir violações das leis federais antifraude. A determinação significa que a Boeing poderia ser processada “por qualquer violação criminal federal da qual os Estados Unidos tenham conhecimento”, incluindo a acusação de fraude que a empresa esperava evitar.

No entanto, não está claro se o governo irá processar a Boeing. “O governo está determinando como irá proceder neste assunto”, disse o Departamento de Justiça no processo judicial. A Boeing terá até 13 de junho para responder à alegação do governo, e o departamento disse que considerará a explicação da empresa “para determinar se deve prosseguir com o processo”.

A Boeing contestou a conclusão do Departamento de Justiça. “Acreditamos que honramos os termos desse acordo e esperamos a oportunidade de responder ao Departamento sobre esta questão. Ao fazermos isso, nos envolveremos com o Departamento com a máxima transparência, como fizemos durante toda a vigência do acordo, inclusive após o acidente da Alaska Airlines”, disse um porta-voz da Boeing em comunicado.

A Boeing está sob novo escrutínio desde o voo da Alaska Airlines em janeiro, quando uma tampa da porta de um 737 Max se soltou, deixando um buraco na lateral do avião. A empresa está sob múltiplas investigações sobre a explosão e sua qualidade de fabricação. O FBI disse aos passageiros do voo que eles poderiam ser vítimas de um crime.

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